Insurgência colombiana disposta a entregar jornalista francês
Fonte:Rebelion.org
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP), anunciaram hoje a sua disposição de entregar o jornalista francês Romeo Langlois.
Em declaração pública divulgada pelo Secretariado do Estado Maior Central das FARC-EP sublinha que em prol de garantir ainda mais sua vida e integridade, propõem entregá-lo em lugar seguro para uma comissão formada pela Cruz Vermelha Internacional, a Senadora Piedad Córdoba e um delegado pessoal do novo presidente da França, François Hollande.
“Aprisionar, em meio a um combate, a quem em uma operação militar veste uniforme do inimigo e o acompanha, em nada macula nosso compromisso. Somente uma visão francamente tendenciosa pode considerá-lo um seqüestro”, enfatiza o texto.
A nota relembra que, no passado dia 27 de fevereiro, as FARC-EP comunicaram oficialmente que nunca voltariam a realizar detenções de pessoas com fins financeiros.
“É cada vez maior o número de pessoal militar e paramilitar norteamericano, ou ao seu serviço, que intervém na guerra civil colombiana, e os superiores militares se vangloriam de usar infiltrados e espiões para aplicar-nós severos golpes”, informa o texto.
É evidente – acrescenta o documento – que em casos como este, as FARC-EP tem total direito a deter e investigar, se tratando de um conterrâneo ou de estrangeiro.
O caso Langlois é ideal para revelar o papel que desempenham os grandes meios de comunicação na ordem social imposta pelo grande capital, que antes de informar e promover o pensamento livre, a grande imprensa tergiversa a realidade para converter em única verdade a versão dos seus patrocinadores, indica o texto.
Há apenas dois anos, os jornalistas Hollman Morris, Leonardo Acevedo e Camilo Raigoza foram arbitrariamente detidos pelo Exército no departamento de Caquetá, quando, de modo independente, cobriam a entrega de dois prisioneiros de guerra. Vestiam trajes civis e até o presidente da República os acusou de propagandistas das FARC – EP. A grande mídia mostrou-se totalmente indiferente com eles, pontua a nota.
Quando estiver em liberdade, Langlois poderá terminar de cumprir com o papel esperado pelo governo da Colômbia, suas forças militares e a grande mídia, expressa o texto.
Caso contrário, poderá permanecer fiel à sua consciência e referir a verdade; se fosse este o caso, poderia ser que os mesmos que hoje exigem a sua imediata liberdade se enfureçam com ele até destruí-lo por completo, conclui o comunicado.
Prensa Latina