"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 8 de junho de 2009

Repressão sangrenta na Amazônica Peruana

Pelo julgamento internacional de Alan García Pérez e seu governo!

Dezenas de mortos! Precisamos realizar manifestações em frente às embaixadas peruanas de todos os países, em cumprimento ao acordo da IV Assembleia Continental dos Povos e Nacionalidades Indígenas de Abya Yala [América na língua maia]

O governo aprista de Alan García Pérez desatou uma repressão sangrenta na Amazônia Peruana na madrugada de hoje. As informações são confusas, não há números oficiais, mas sabemos que há entre dez e vinte os mortos em Bagua, zona de Corral Quemado e Curva del Diablo. Novamente se pretende impor a morte sobre a vida, o massacre sobre o diálogo. É a resposta ditatorial para os 56 dias de luta pacífica indígena e de supostos diálogos e negociações que terminam nas balas de sempre, as mesmas de mais de 500 anos de opressão.

Hoje mais que nunca é urgente cumprir o acordo da IV Assembleia Continental dos Povos e Nacionalidades Indígenas de Abya Yala (Puno, Peru, 27 a 31 de maio) e fazer efetiva a nossa solidariedade com os povos amazônicos peruanos, acampando em frente às embaixadas do Peru em todos os países, todos os dias, até que se detenha o banho de sangre e se revoguem os decretos legislativos do TLC [Tratado de Livre Comércio] com os Estados Unidos. Devemos impulsionar o julgamento internacional de Alan García Pérez e seu governo, por seu entreguismo e pela repressão que já soma, pelo menos, dez mortos.

Tudo isso ocorre poucas horas após o Congresso, em um ato desaforado de provocação, postergar novamente o debate sobre a revogação dos decretos legislativos favoráveis ao TLC, que facilitam a invasão dos territórios indígenas – no exato momento em que o Poder Executivo enviava novos e numerosos contingentes policiais para a Amazônia.

Chamamos as organizações indígenas, os movimentos sociais e organizações de direitos humanos de todo o mundo, a realizarem ações concretas: cartas ao governo peruano, ao Relator Especial das Nações Unidas para os Povos Indígenas, à Anistia Internacional, ao Survival International, aos ganhadores do Prêmio Nobel da Paz, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, à Organização Internacional do Trabalho (Convênio 169), para que enviem de imediato missões ao Peru, para deter esta violência e para que se respeitem os direitos indígenas.

Os organismos da ONU devem pronunciar-se com firmeza, somando-se à demanda apresentada pela presidenta do Fórum Permanente para as Questões Indígenas, Victoria Tauli, de que seja suspenso o estado de emergência, que não se use da repressão e que se cumpra com as normas internacionais que garantem o exercício dos direitos indígenas.

Basta de repressão!

Rovogação imediata dos decretos legislativos anti-indígenas do TLC!

Lima, 05 de junho de 2009

CAOI – Coordenação Andina de Organizações Indígenas

Bolivia, Ecuador, Perú, Colombia, Chile, Argentina

[tradução de Rodrigo Fonseca]