"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 7 de julho de 2009

HONDURAS: RETORNO À LUTA ARMADA

Quinta-feira, 02 de julho de 2009.

Melquizedec Torremolinos

Diante a bestial arremetida da oligarquia militarista-terratenente centroamericana em Honduras, os Meios de Alienação de massas calam-se sobre a censura imposta internamente ao povo hondurenho e maquiam a ilegalidade de “um novo regime governamental” depois do sequestro e expulsão do país do Presidente Zelaya.

A DUVIDOSA CHEGADA DO PRESIDENTE ZELAYA A COSTA RICA.

Analistas políticos, como o norteamericano James Petras, ilustram sobre a impossibilidade desse golpe de Estado sem a aprovação ou consentimento do Departamento de Estado Norteamericano, da CIA e DEA. Impossível sem a complacência, consulta e conivência dos regimes da direita notória no cenário latinoamericano, os governos do México, Costa Rica, Colômbia, Peru e a conivência do governo guatemalteco diante do questionamento da sua participação direta no crime do advogado opositor.

As maiores preocupações são a respeito da aterrissagem do avião presidencial hondurenho no Aeroporto Juan Santamaría, em San José da Costa Rica no qual estava o presidente seqüestrado Manuel Zelaya. A imprensa costarriquense registra que, após abandonar o Presidente hondurenho de pijama e descalço e que não parava de dizer que fora sequestrado em Honduras, a tripulação e os militares armados do exército hondurenho, permaneceram cinquênta minutos no aeroporto sem que as autoridades policiais, judiciais ou de alfândega, muito menos governamentais, requeressem a detenção da aeronave e a mantivessem no solo. Se bem que o avião presidencial hondurenho não é de guerra nem armado, aterrissou com autorização como qualquer avião comercial. Se bem que a Costa Rica não possui exército nem força aérea que faça respeitar a soberania do seu espaço aéreo; a não intervenção de autoridade alguma para impedir a saída dos sequestradores do exército hondurenho em território costarriquense, deixa o governo da Costa Rica em maus lençóis ou, no mínimo, a alguns duvidosos elementos de suas altas esferas. A opinião pública mundial, satisfeita, recebeu o gesto humanitário do Presidente Oscar Arias, característica inata deste Prêmio Nobel da Paz, em aceitar o Presidente Zelaya como hospede de honra. Quiçá o próprio Presidente Zelaya será quem esclareça ao mundo a sua decisão de não aceitar o Asilo Político da Costa Rica, o que teria significado o seu enterro político e a consolidação dos golpistas...

O DOMINIO DO MILITARISMO NA AMÉRICA LATINA

Os acontecimentos em Honduras demonstram que nenhum país latinoamericano, em pleno século XXI, está livre da fúria de seus exércitos, instruídos sob a Doutrina de Segurança Nacional e do Consenso de Washington. Para esses exércitos, a orientação é contra o ‘inimigo interno’ dentro dos seus próprios povos, que atentam contra a selvagem concentração da riqueza, contra a propriedade privada e exercem o direito natural à Rebeldia.

A não participação dos exércitos na política, resulta num sofisma. Nem o berço do Império esta livre disso. A decisão do Presidente Obama de fechar a prisão de Guantanamo, recebeu a resposta negativa dos oficiais do exército norteamericano e do Departamento de Estado. Igualmente, com sua iniciativa, começou a retirada das tropas significativa ou de conotação de forças militares no Iraque. Na Colômbia, a casta militarista e o generalato genocida, com um presidente marionete, subserviente e narcoparamilitar, mantém no ódio e no Terrorismo de Estado fascista a um povo que responde com uma Insurgência de tradição histórica e luta pelo poder com vontade política inabalável.

Os governos latinoamericanos alimentados com o farol da torre do pensamento bolivariano, compreendem a visão retardatária dos seus exércitos, que como o hondurenho, atuam como verdadeiros empórios da indústria armamentista; dominam segmentos importantes da produção agroindustrial; manejam ativos das bolsas de valores; cedem ante a prática da lavagem dos dólares do narcotráfico; concentram em suas mãos os bens do Estado e seus orçamentos de guerra são superiores aos da Previdência Social, Saúde e Educação dos seus povos.

A FALTA DE UMA VANGUARDA POPULAR EM HONDURAS.

A sorte da continuidade do período governamental do Presidente Zelaya está em jogo. Antecipar as eleições e formar uma constituinte popular seria possível. Sem iniciativa de interlocutores do movimento popular à cabeça, a Comitiva de Acompanhamento do Presidente da OEA e de mandatários latinoamericanos não prevê saída favorável aos interesses populares. A captura do Presidente Zelaya em Honduras seria mais um erro do regime de fato, pois ficaria engrandecido e entronizado como herói nacional. O desenlace não é viável politicamente. A saída diplomática dilata, mas serve. Entretanto, a organização popular está marchando. Requer sem duvida, do alento e apoio material internacionalista.

Uma breve revisão registra a experiência guerrilheira do Movimento dos Cincheros, na década de setenta do século XX, e que por condições políticas, próprias e internas desse país, está subjacente no interior do movimento popular e revolucionário hondurenho. Os Cincheros, cujo nome deriva do nome do facão que os camponeses usavam para castigar os seus opressores terratenentes, foi uma guerrilha que, em solidariedade internacionalista, contribuiu financeiramente com a Frente Farabundo Martí de El Salvador e cooperou enviando combatentes para o Frente Sandinista da Nicarágua. Hoje está na iniciativa da Vanguarda Popular hondurenha e necessitam do compromisso consciente e solidário dos povos e governos progressistas do mundo para dar fim à tentativa golpista; obter a construção do Socialismo do Século XXI em Honduras e extinguir o exército terratenente e oligárquico hondurenho.

Os acontecimentos políticos em Honduras reafirmam a tese política, e por que não social-científica, da vigência e combinação das Formas de Luta na Colômbia.