"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 29 de abril de 2010

Lula: "Quem é contra o Mercosul é contra o desenvolvimento"

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os setores que não apóiam o Merscosul e a Unasul como formas importantes de promover a integração regional, fortalecer a soberania e o desenvolvimento dos países da América do Sul. Em coletiva realizada nesta quarta-feira (28/4) em Brasília, ao lado do presidente venezuelano, Hugo Chávez, Lula afirmou que "quem é contra o Mercosul é contra o desenvolvimento".

“Algumas pessoas no Brasil não acreditavam no Mercosul e queriam a construção da Alca", disse o presidente brasileiro. "São pessoas que criticaram a criação da Unasul, pessoas que acham que o Brasil está ficando muito prepotente, que está se metendo em conflitos internacionais que até então eram discutidos apenas pelas grandes potências, que tinham preconceito da nossa relação de amizade”.

Na mesma linha, o presidente venezuelano afirmou que o governo brasileiro está cumprindo papel importante para o fortalecimento das relações políticas e econômicas dos países latino americanos.

“Se não fosse você, Lula, ter chegado à presidência da república do Brasil, hoje o Mercosul estaria pulverizado”, disse o venezuelano em evento no Palácio do Itamaraty, onde os dois presidentes assinaram acordos bilaterais.

Na semana passada, em encontro com empresários, o candidato do PSDB à presidência, José Serra, criticou o Mercosul - chamando bloco de "farsa" e de "barreira" para o comércio - e sugeriu que o Brasil deveria abandonar o bloco.

Nesta quarta-feira, Chávez defendeu que "a construção de um novo mundo" deve começar a emergir "não mais de relações unipolares ou bipolares" e sim "de relações multipolares".

“É absolutamente necessário para o desenvolvimento da América do Sul o fortalecimento econômico e social e a unidade do povo. É absolutamente necessária, para a integração da América Latina, a aprovação da Venezuela no Mercosul”.

Atualmente, o país de Chávez é candidato a entrar no bloco sul-americano e, para isso, depende apenas da aprovação pelo congresso do Paraguai - última etapa para ratificar a adesão venezuelana. Mas, no evento de hoje, Chávez evitou criticar o Paraguai pela demora na votação.

“Agora estamos à espera do tempo político do Paraguai”, contemporizou.

Tanto Lula quanto Chávez fizeram referência à importância do fortalecimento de iniciativas como o Mercosul e a Unasul como forma de organização dos países latino-americanos e, principalmente, reafirmaram a irreversibilidade nas relações econômicas entre os dois países.

“É irreversível a relação entre a Venezuela e o Brasil, a importância da Venezuela como um país estratégico, com uma quantidade enorme de matéria-prima com reserva extraordinária de petróleo e gás”, disse o presidente brasileiro.

A reunião em Brasília marcou o oitavo encontro presidencial no marco das reuniões trimestrais acertadas entre os dois países desde 2007. No meio da manhã, os presidentes fizeram uma reunião a portas fechadas, na qual, de acordo com declarações do ministro Franklin Martins, os líderes trataram de política. Em seguida, participaram de uma reunião ampliada com ministros de Estados dos dois países.

No início da tarde, os presidentes deram início à assinatura de cerca de 20 acordos bilaterais, envolvendo, entre outras, as estatais venezuelanas PDVSA e Banco de Venezuela e as brasileiras Petrobras e Caixa Econômica Federal além de companhias privadas como Odebrecht e Portal do Boi. As duas últimas entraram em parcerias que pretendem contribuir para as políticas de habitação e de fornecimento de alimentos do governo venezuelano.

Sem subordinação

Lula também anunciou que, além da Caixa Econômica Federal, o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) também abrirão escritórios em Caracas, capital venezuelana. Estes novos acordos, ainda segundo o presidente brasileiro, marcam o fortalecimento de “dois pólos que se sentem irmãos”.

“Estou terminando meu mandato e a Venezuela se transformou em um parceiro excepcional. Lá, os empresários brasileiros estão fazendo investimentos e ganhando dinheiro e melhorando a economia venezuelana”, disse Lula. “Quero agradecer a Lula por tudo e por esse impulso nesses oito anos [de mandato dele no Brasil]. Antes, a relação do Brasil com a Venezuela era quase nula”, reagiu Chávez.

À imprensa, Lula falou ainda sobre as críticas que estão sendo feitas às suas visitas a países africanos e asiáticos, bem como às mediações de paz que o Brasil vem fazendo no mundo. De acordo com o presidente Lula, as críticas são feitas por quem acredita que “o normal seria que cada um de nós [países em desenvolvimento] fosse subordinado a uma grande potência. Mas assumimos um papel diferente”.

O presidente, também em resposta às perguntas da imprensa, falou que o país vem cumprindo um importante papel pacifista no mundo e que as críticas a uma possível prepotência do Brasil não procedem. Lula defendeu que não havia escrito em lugar nenhum do mundo que apenas determinados países pudessem cumprir o papel pacifista. “Se tem um país no mundo que pode cumprir esse papel, esse país é o Brasil”, defendeu Lula.

*Com informações da Agência Brasil.