"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Advertência de generais da antiga RDA:  "As guerras recentes dos EUA/NATO não provocaram males suficientes?"


Como militares que tiveram posições responsáveis nas forças armadas da RDA, dirigimo-nos à opinião pública alemã com grande apreensão quanto à manutenção da paz e a sobrevivência da civilização na Europa.

Nos anos da Guerra-fria, nos quais vivemos longos períodos de confrontação e militarização à beira de conflito aberto, utilizámos nossa perícia militar para a manutenção da paz e a protecção da nossa República Democrática Alemã socialista. No Exército Nacional Popular não esteve envolvido num único dia em conflito armado e, nos eventos de 1989-90, desempenhou um papel importante procurando não chegar ao uso de armas. A paz sempre foi a regra de conduta número um do nosso comportamento. E isto porque nos opomos com firmeza à utilização do factor militar como instrumento de política. A experiência torna claro que as questões candentes do nosso tempo não são resolvidas por meios militares.

É importante recordar que o Exército Soviético suportou a carga principal da demolição do fascismo na Segunda Guerra Mundial. Nada menos que 27 milhões de cidadãos soviéticas deram as suas vidas para esta vitória histórica. Nós lhes devemos, e aos aliados, nossa gratidão agora no 70º aniversário da libertação.

Notamos agora que a guerra se tornou outra vez companhia constante da espécie humana. A nova ordem mundial dirigida pelos EUA e seus aliados nos últimos tempos levou a guerras na Jugoslávia, Afeganistão, Iraque, Iémen e Sudão, na Líbia e na Somália. Cerca de dois milhões de pessoas são vítimas destas guerras e milhões tornaram-se refugiados. 

Agora os ventos da guerra atingiram a Europa. É simples ver que a estratégia dos EUA é eliminar a Rússia como competidor e enfraquecer a UE. Nos últimos anos a NATO tem rastejado cada vez mais perto das fronteiras da Rússia. Com a tentativa de colocar a Ucrânia dentro da NATO, o cordon sanitaire seria fechado desde os Estados bálticos até o Mar Negro, a fim de isolar a Rússia do resto da Europa. De acordo com o planeamento americano, qualquer aliança alemã-russa seria difícil ou impossível. 

A fim de influenciar o público nesta direcção, uma campanha dos media sem precedentes está em plena actividade, onde os políticos incorrigíveis e os jornalistas corruptos estão a rufar os tambores da guerra. A República Federal Alemã, nesta atmosfera aquecida, devia estar a desempenhar um papel para o avanço da paz. A posição geopolítica da Alemanha e sua experiência histórica e os interesses objectivos do seu povo pedem isto, exactamente ao contrário dos apelos do presidente federal por maior responsabilidade militar e da histeria de guerra e russofobia instigada pelos media.

Encorajar a militarização da Europa Orienta não é brincar com o fogo, é brincar com a guerra! 

Tendo consciência da natureza destrutiva da guerra moderna e em cumprimento das nossas responsabilidades como cidadãos, dizemos com plena clareza: aqui, neste momento, começa um crime contra a humanidade.

Será que os muitos mortos da Segunda Guerra Mundial, a enorme destruição por toda a Europa, os fluxos de refugiados e os infindáveis sofrimentos da humanidade já foram esquecidos? Será que as guerras mais recentes dos EUA e da NATO não trouxeram bastante dor? Será que já não ceifaram bastantes vidas humanas? 

Não entendem o que significaria um conflito militar no continente europeu densamente povoado? Aqui viriam aviões de guerra às centenas, drones armados carregados com bombas e mísseis, milhares de tanques e veículos blindados, sistemas de artilharia. No Mar do Norte, no Mar Báltico e Mar Negro os mais modernos navios de guerra combateriam e, à espera nas asas, bombas atómicas.

Não haveria distinção entre frente e não frente. Mães, aos milhões, chorariam seus filhos, maridos, pais e irmãos. A paisagem da Europa seria a de uma terra devastada.

Deveríamos chegar a isto? Não, mil vezes, NÃO!

Portanto voltamo-nos para o público alemão:

Um tal cenário deve ser travado.

Não precisamos de qualquer retórica de guerra, precisamos ao invés de polemistas da paz.

Não precisamos de quaisquer missões no exterior da Bundeswehr e não precisamos de qualquer Exército da UE.

Não precisamos de mais financiamentos para objectivos militares; precisamos de financiamentos para necessidades sociais e humanitárias.

Não precisamos de qualquer guerra febril contra a Rússia; precisamos de mais entendimento mútuo, coexistência e boa vizinhança.

Não precisamos de qualquer dependência militar dos EUA; precisamos da nossa própria responsabilidade pela paz.

Ao invés de uma "Força de Reacção Rápida da NATO" nas fronteiras a Leste, precisamos de mais turismo, intercâmbios de juventude e passos rumo à paz com os nossos vizinhos do Leste.

Precisamos de uma Alemanha pacífica e uma Europa pacífica.

Possam nossos filhos, nossos netos, nossos bisnetos, recordar-nos este caminho. 

Porque conhecemos todos demasiado bem o que significa a guerra, elevamos nossas vozes contra ela; elevamos nossas vozes pela paz.

Assinaturas

O General de Exército na reforma, Heinz Keßler

O Almirante na reforma Theodor Hoffmann

Os Generais-coroneis (Generaloberste) na reforma Horst Stechbarth; Fritz Streletz; Fritz Peter

Os Generais-tenentes (Generalleutnante) na reforma Klaus Baarß; Ulrich Bethmann; Max Butzlaff; Manfred Gehmert; Manfred Grätz; Wolfgang Kaiser; Gerhard Kunze; Gerhard Link; Wolfgang Neidhardt; Walter Paduch; Werner Rothe; Artur Seefeldt; Horst Skerra; Wolfgang Steger; Horst Sylla; Ehrenfried Ullmann; Alfred Vogel; Manfred Volland; Horst Zander

O Vice-Almirante na reforma Hans Hofmann

Os Generais-Majores (Generalmajore) na reforma Olivier Anders; Heinz Bilan; Bernhard Beyer; Günter Brodowsky; Kurt Brunner; Heinz Calvelage; Sebald Daum; Willi Dörnbrack; Alfred Dziewulski; Johannes Fritzsche; Egon Gleau; Otto Gereit; Roland Großer; Peter Herrich; Karl-Heinz Hess; Günter Hiemann; Lothar Hübner; Siegmund Jähn; Günter Jahr; Manfred Jonischkies; Günter Kaekow; Johannes Kaden; Helmut Klabunde; Klaus Klenner; Raimund Kokott; Kurt Kronig; Manfred Lange; Bernd Leistner; Hans Leopold; Klaus Listemann; Heinz Lipski; Hans Georg Löffler; Rudi Mädler; Manfred Merkel; Günter Möckel; Dieter Nagler; Johannes Oreschko; Rolf Pitschel; Hans Christian Reiche; Fritz Rothe; Günter Sarge; Dieter Schmidt; Horst Schmieder; Gerhard Schönherr; Gerhard Seifert; Kurt Sommer; Erich Stach; Manfred Thieme; Wolfgang Thonke; Henry Thunemann; Walter Tzschoppe; Günter Voigt; Gerd Weber; Dieter Wendt; Klaus Wiegand; Heinrich Winkler; Heinz-Günther Wittek; Erich Wöllner; Werner Zaroba; Manfred Zeh; Alois Zieris

Os Contra-Almirantes na reforma Herbert Bernig; Eberhard Grießbach; Hans Heß; Werner Henniger; Klaus Kahnt; Werner Kotte; Helmut Milzow; Gerhard Müller; Joachim Münch

Grande número de Coronéis e Capitães na reforma: Volker Bednara; Frithjof Banisch; Bernd Biedermann; Karl Dlugosch; Thomas Förster; Günter Gnauck; Günter Leo; Friedemann Munkelt; Werner Murzynowski; Gerhard Matthes; Lothar Matthäus; Friedrich Peters; Helmut Schmidt; Fritz Schneider; Heinz Schubert; Helmar Tietze; Wilfried Wernecke; Rolf Zander; Oberstleutnant a.D. Günter Ganßauge

Grande número de oficiais, candidatos a oficiais, sub-oficiais e soldados do Exército Nacional do Povo manifestou o seu apoio. 
Maio/2015
O original encontra-se em Junge Welt e a versão em inglês em fortruss.blogspot.pt/2015/05/a-warning-from-generals-of-former-gdr.html
Este manifesto encontra-se em http://resistir.info/ .