"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 18 de julho de 2007

Uma oferenda uribista que ofende

A razão da morte dos três colombianos no Líbano; Jefferson Vargas Moya (21 anos), Jeisson C Abadia (20), e Juan E Posada (20), o midiático ocupante do Palácio de Nariño saiu para oferecê-los como um feito "heróico que o povo da Colômbia oferece à paz no mundo", sem se enrolar sequer, como se fossem filhos seus,... Escreve Pedro Calvache.


Uribe, sujeito depreciável!


[Pedro Pablo Calvache/ANNCOL]


A razão da morte dos três colombianos no Líbano; Jefferson Vargas Moya (21 anos), Jeisson C Abadia (20), e Juan E Posada (20), o midiático ocupante do Palácio de Nariño saiu para oferecê-los como um feito "heróico que o povo da Colômbia oferece à paz no mundo", sem se enrolar sequer, como se fossem filhos seus, O patrão da casa de Nariño fez seu o destino dos três jovens, se apropriou de suas mortes e falou como se falava em Montería, em pleno auge paramilitar, como dono do destino dos outros. Amo e senhor da república bananeira.


Este feito, esconde uma tragédia bem profunda que tem raízes na decomposição social do país, estamos à DERIVA sem governo, sob um regime que está comprometido com seus próprios interesses, o resto não importa.


Como resultado da decomposição social colombiana, desde México nos contam que os diferentes cartéis da droga, entre eles os mais poderosos como o de Tijuana têm contratado paracos colombianos, para ensinar a matar, ali temos exportado nossas misérias. Esses mesmos paramilitares, que um dia ajudaram a "limpar" a Colômbia de comunistas e dirigentes sociais, se encontram hoje no México para dignificar o pistoleiro que está construindo a classe dirigente colombiana: uma juventude sem futuro. Saber matar, é uma profissão que exportamos.


Na guerra do Iraque também se encontram mercenários colombianos, todos eles com um passado manchado de sangue por seus milhares de delitos cometidos no conflito colombiano, hoje combatem ao lado das forças de ocupação da coalizão imperialista, massacrando o povo iraquiano por uns quantos dólares, mercenários vendidos ao melhor pagador. Mercenário made in Colômbia. Estes mercenários filhos da Escola das Américas, do Plano Colômbia, do Plano Patriota e da segurança democrática, são recebidos como mão de obra qualificada na profissão da guerra suja.


A tragédia do Líbano resultado da agressão israelense, trouxe como resultado a força de intersecção das nações unidas para o Líbano (FINUL), uma força que foi constituída para proteger o agressor Israel e não ao agredido. É uma guerra estranha para nós. Como foi a guerra da Coréia, onde morreram milhares de compatriotas enviados pelo governo em uma guerra imperialista. Pelo capricho do governo nesse momento, os combatentes do Batalhão Colômbia que estiveram na Coréia regressaram mutilados, loucos, uns morreram desamparados por esse governo que os utilizou como carne de canhão e outros utilizaram a experiência da Coréia para massacrar os camponeses de Marquetalia, El Pato e Guayabero.


Mas voltemos ao Líbano, ali como temos visto foram mortos três colombianos, que faziam parte da legião espanhola, e regressaram com a bandeira espanhola em seu caixão, sem ser cidadãos espanhóis. Esses três colombianos, resultado da migração expulsada pela ausência de futuro no país, serviam como carne de canhão em um país estranho, para poderem manter suas famílias. Essa é a realidade que nos escondem agora, que a cada ano, para obter a renovação de seus vistos de residência, estes cidadãos colombianos optaram pelo único meio de consegui-lo: O Exército.


A caricatura da bandeira espanhola nos caixões dos colombianos, esconde a realidade de que os cidadãos da migração são para os europeus cidadãos de terceira categoria. Carne de canhão para as guerras e para realizar os trabalhos que os europeus já não querem fazer.


Diante desse quadro sombrio, várias perguntas/lições podermos ressaltar; a primeira é que tipo de sociedade está construindo a classe dirigente do país, se os jovens vêem que o presidente da república posa, sorridente ao lado de mercenários e paramilitares.


Que mensagem se transmite às gerações futuras, quando para ser presidente se necessita construir alianças com mafiosos, paramilitares, onde reina a ética, o delito e o culto ao dinheiro fácil.


A viabilidade do modelo econômico que no rege, que expulsa continuamente a muitos colombianos que se matam em guerras que não lhe dizem respeito.


Que futuro tem essas gerações de colombianos socializados na ausência de democracia e permeados pela violação sistemática de seus direitos, estrangeiros em sua própria terra como os desabrigados.


É urgente buscar saídas políticas ao conflito colombiano, muitos desses dramas humanos que hoje vemos refletidos como simples manchetes de imprensa, poderiam ser evitados se vivêssemos com democracia e com justiça social.


Todas essas perguntas/reflexões devem servir-nos para que amanhã, na hora de votar, tenhamos a certeza de que em cada voto embargamos o futuro das novas gerações de colombianos, se votamos pelos mesmos sem-vergonhas que nos governam há décadas seguiremos apagados em outros cem anos de solidão.


E para que amanhã nenhum presidente saia para tirar foto com o sangue de nossos filhos, é necessário juntar-se às fileiras contra o regime, organização e luta são a base, a resistência é o único caminho, e para consegui-la é necessário a organização.


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