Liberdade de imprensa ameaçada na Colômbia
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"É preocupante a campanha governamental contra o jornalista Hollman Morris. Independentemente do que ele estivesse cobrindo, a Constituição..."
SETOR DE COMUNICAÇÕES
Associação Camponesa de Antioquia
OBSERVATÓRIO AUDIOVISUAL E INVESTIGATIVO
SOBRE PROCESSOS COMUNITÁRIOS E DE RESISTÊNCIA
PRODUÇÕES EL RETORNO 2008
O Observatório se solidariza com o jornalista Holman Morris, apontado por Juan Manuel Santos, ministro da Defesa, como um "jornalista amigo da guerrilha". Novamente a liberdade de imprensa se vê ameaçada na Colômbia pelos porta-vozes da guerra, que preparam cadernetas para os seqüestrados, mas também que em reiteradas ocasiões mentiram ao país institucionalmente, que alegam escudar-se na ética jornalística para tentar desvalorizar as informações que não lhes agradam, que ocultam e temem informações que não podem controlar nem manipular.
Esperamos que essas novas declarações não ponham em risco a vida de Holman e de tantos outros jornalistas que estão convencidos de que esse país precisa ser retratado com urgência em suas muitas veredas internas e não apenas pelas grandes auto-estradas.
"É preocupante a perseguição governamental contra o jornalista Hollman Morris. Independentemente do que ele estivesse cobrindo, a Constituição Nacional garante o livre trânsito de jornalistas e a inviolabilidade do seu material informativo".
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Liberdade de imprensa e conflito na Colômbia - Memória Audiovisual do Seminário realizado em Barcelona entre 20 e 22 de novembro de 2008. Dele participaram reconhecidos jornalistas do país, entre eles Holman Morris, para debater sobre a liberdade de imprensa em meio ao conflito social e político que vive a Colômbia.
Entrevista radiofônica a Holman Morris – Ouça a entrevista a Holman Morris, realizada hoje, 3 de fevereiro, pela equipe da W Radio.
O jornalista Hollman Morris foi detido no dia 2 de fevereiro por membros do Exército no povoado Unión de Peneya, localizado entre os municípios de Paujil e Cartagena del Chairá, no amazônico Departamento de Caquetá, sudoeste da Colômbia.
A sargento Teresita Tabares, da direção de Direitos Humanos da Polícia Nacional, confirmou a detenção de Morris ao Centro de Solidariedade da Federação Internacional de Jornalistas (Cesso-FIP). O exército solicitou a presença da polícia judicial para examinar um material que o jornalista levava.
Diana Izquierdo, funcionária da Diretoria de Direitos Humanos do Ministério do Interior e de Justiça, confirmou ao Cesso-FIP a detenção do jornalista, que é ainda diretor do programa de televisão Contravía, e acrescentou que a Chancelaria Colombiana estava inteirada do fato. Entretanto, o Centro de Solidariedade apresentou o caso à Coordenadora da Comissão de Direitos Humanos do Senado da República e também a Diana Botero, funcionária do Programa Presidencial de Direitos Humanos.
O jornalista só foi libertado após seis horas de detenção. Segundo o Secretário de Governo de Caquetá, os militares da 12ª Brigada do Exército estavam realizando um “procedimento de verificação da identidade do jornalista”.
"É preocupante a perseguição governamental contra o jornalista Hollman Morris. Independentemente do que ele estivesse cobrindo a Constituição Nacional garante o livre trânsito dos jornalistas e a inviolabilidade do seu material informativo", reagiu Eduardo Márquez, diretor do Cesso-FIP e presidente da Federação Colombiana de Jornalistas (FECOLPER). Ele também citou o Artigo 73 da Constituição Política que garante a proteção à atividade jornalística, sua liberdade e independência profissional, e alertou que houve uma violação do direito à liberdade de informação garantido no Artigo 20.
Também se violou dessa forma o Artigo 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos sobre liberdade de expressão e de informação. A Colômbia é signatária desse acordo.
Vale a pena lembrar que, em 2005, Morris teve seus equipamentos jornalísticos apreendidos de forma arbitrária, medida tomada por membros da Armada Nacional. A ação ocorreu exatamente quando se construía um relatório sobre a situação da segurança pública no Departamento de Putumayo, sul do país.
Atualmente, Morris é beneficiário de medidas cautelares de segurança pessoal decretadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
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Federação Colombiana de Jornalistas - FECOLPER
A FECOLPER representa mais de 1.250 jornalistas em 19 departamentos do país.
Para mais informações, visite http://fipcolombia.com/noticiasVer.php
Federação Colombiana de Jornalistas - FECOLPER
A FECOLPER representa mais de 1.100 jornalistas em 19 departamentos do país.
Centro de Solidariedade da Federação Internacional de Jornalistas (Cesso-FIP).
A FIP representa mais de 600 mil jornalistas em 120 países.
Veja o comunicado da Vice-Presidência da República sobre o jornalista Holman Morris:
Segundo declarações do sub-intendente da Polícia Juan Fernando Galicia, logo após a libertação, soube-se que as FARC pretendiam obrigar os membros do poder público que mantinham reféns a fazer declarações conforme os desígnios deste grupo, chantageando-os; além disso, diziam que podiam não ser libertados se não se submetessem a tais ordens.
Também se soube que o jornalista Hollman Morris era quem fazia tais entrevistas.
1. O Governo Nacional considera que a atuação do jornalista Hollman Morris é contrária à objetividade e imparcialidade que deve acompanhar o trabalho jornalístico.
2. O Governo Nacional informa que o senhor Morris conta com medidas cautelares solicitadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e, apesar de alegar risco extraordinário à sua vida, submeteu-se a risco extremo sem informar ao Estado do qual exige proteção.
3. O senhor Hollman Morris foi submetido a uma supervisão por parte de tropas do Exército da Colômbia em Unión Peneya, supervisão na qual foram respeitados todos os seus direitos e integridade. Mesmo assim, o comandante da base militar lhe ofereceu proteção, de forma preventiva, o que foi rejeitado pelo senhor Morris.
4. O Governo também foi informado que o senhor Morris surpreendeu à Comissão da Cruz Vermelha (CICV) e à senadora Piedad Córdoba, pretendendo que o levassem no helicóptero disposto a apanhar os seqüestrados que seriam libertados.
5. O Governo respeita e garante a liberdade de imprensa, mas considera que nem a liberdade de imprensa nem a libertação de seqüestrados devem ser utilizadas para fazer apologia à violência que submete o povo colombiano a seqüestros, tratos desumanos, mutilações e ataques terroristas.
6. Como é princípio deste Governo, continuaremos trabalhando para garantir o exercício das liberdades na Colômbia e convocamos à unidade pela defesa da nossa democracia e para combater o terrorismo e o narcotráfico, ameaças maiores aos direitos de colombianos e colombianas.
Enlace original
SETOR DE COMUNICAÇÕES
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OBSERVATÓRIO AUDIOVISUAL E INVESTIGATIVO
SOBRE PROCESSOS COMUNITÁRIOS E DE RESISTÊNCIA
PRODUÇÕES EL RETORNO 2008
O Observatório se solidariza com o jornalista Holman Morris, apontado por Juan Manuel Santos, ministro da Defesa, como um "jornalista amigo da guerrilha". Novamente a liberdade de imprensa se vê ameaçada na Colômbia pelos porta-vozes da guerra, que preparam cadernetas para os seqüestrados, mas também que em reiteradas ocasiões mentiram ao país institucionalmente, que alegam escudar-se na ética jornalística para tentar desvalorizar as informações que não lhes agradam, que ocultam e temem informações que não podem controlar nem manipular.
Esperamos que essas novas declarações não ponham em risco a vida de Holman e de tantos outros jornalistas que estão convencidos de que esse país precisa ser retratado com urgência em suas muitas veredas internas e não apenas pelas grandes auto-estradas.
"É preocupante a perseguição governamental contra o jornalista Hollman Morris. Independentemente do que ele estivesse cobrindo, a Constituição Nacional garante o livre trânsito de jornalistas e a inviolabilidade do seu material informativo".
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Liberdade de imprensa e conflito na Colômbia - Memória Audiovisual do Seminário realizado em Barcelona entre 20 e 22 de novembro de 2008. Dele participaram reconhecidos jornalistas do país, entre eles Holman Morris, para debater sobre a liberdade de imprensa em meio ao conflito social e político que vive a Colômbia.
Entrevista radiofônica a Holman Morris – Ouça a entrevista a Holman Morris, realizada hoje, 3 de fevereiro, pela equipe da W Radio.
O jornalista Hollman Morris foi detido no dia 2 de fevereiro por membros do Exército no povoado Unión de Peneya, localizado entre os municípios de Paujil e Cartagena del Chairá, no amazônico Departamento de Caquetá, sudoeste da Colômbia.
A sargento Teresita Tabares, da direção de Direitos Humanos da Polícia Nacional, confirmou a detenção de Morris ao Centro de Solidariedade da Federação Internacional de Jornalistas (Cesso-FIP). O exército solicitou a presença da polícia judicial para examinar um material que o jornalista levava.
Diana Izquierdo, funcionária da Diretoria de Direitos Humanos do Ministério do Interior e de Justiça, confirmou ao Cesso-FIP a detenção do jornalista, que é ainda diretor do programa de televisão Contravía, e acrescentou que a Chancelaria Colombiana estava inteirada do fato. Entretanto, o Centro de Solidariedade apresentou o caso à Coordenadora da Comissão de Direitos Humanos do Senado da República e também a Diana Botero, funcionária do Programa Presidencial de Direitos Humanos.
O jornalista só foi libertado após seis horas de detenção. Segundo o Secretário de Governo de Caquetá, os militares da 12ª Brigada do Exército estavam realizando um “procedimento de verificação da identidade do jornalista”.
"É preocupante a perseguição governamental contra o jornalista Hollman Morris. Independentemente do que ele estivesse cobrindo a Constituição Nacional garante o livre trânsito dos jornalistas e a inviolabilidade do seu material informativo", reagiu Eduardo Márquez, diretor do Cesso-FIP e presidente da Federação Colombiana de Jornalistas (FECOLPER). Ele também citou o Artigo 73 da Constituição Política que garante a proteção à atividade jornalística, sua liberdade e independência profissional, e alertou que houve uma violação do direito à liberdade de informação garantido no Artigo 20.
Também se violou dessa forma o Artigo 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos sobre liberdade de expressão e de informação. A Colômbia é signatária desse acordo.
Vale a pena lembrar que, em 2005, Morris teve seus equipamentos jornalísticos apreendidos de forma arbitrária, medida tomada por membros da Armada Nacional. A ação ocorreu exatamente quando se construía um relatório sobre a situação da segurança pública no Departamento de Putumayo, sul do país.
Atualmente, Morris é beneficiário de medidas cautelares de segurança pessoal decretadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
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A FECOLPER representa mais de 1.250 jornalistas em 19 departamentos do país.
Para mais informações, visite http://fipcolombia.com/noticiasVer.php
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A FECOLPER representa mais de 1.100 jornalistas em 19 departamentos do país.
Centro de Solidariedade da Federação Internacional de Jornalistas (Cesso-FIP).
A FIP representa mais de 600 mil jornalistas em 120 países.
Veja o comunicado da Vice-Presidência da República sobre o jornalista Holman Morris:
Segundo declarações do sub-intendente da Polícia Juan Fernando Galicia, logo após a libertação, soube-se que as FARC pretendiam obrigar os membros do poder público que mantinham reféns a fazer declarações conforme os desígnios deste grupo, chantageando-os; além disso, diziam que podiam não ser libertados se não se submetessem a tais ordens.
Também se soube que o jornalista Hollman Morris era quem fazia tais entrevistas.
1. O Governo Nacional considera que a atuação do jornalista Hollman Morris é contrária à objetividade e imparcialidade que deve acompanhar o trabalho jornalístico.
2. O Governo Nacional informa que o senhor Morris conta com medidas cautelares solicitadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, e, apesar de alegar risco extraordinário à sua vida, submeteu-se a risco extremo sem informar ao Estado do qual exige proteção.
3. O senhor Hollman Morris foi submetido a uma supervisão por parte de tropas do Exército da Colômbia em Unión Peneya, supervisão na qual foram respeitados todos os seus direitos e integridade. Mesmo assim, o comandante da base militar lhe ofereceu proteção, de forma preventiva, o que foi rejeitado pelo senhor Morris.
4. O Governo também foi informado que o senhor Morris surpreendeu à Comissão da Cruz Vermelha (CICV) e à senadora Piedad Córdoba, pretendendo que o levassem no helicóptero disposto a apanhar os seqüestrados que seriam libertados.
5. O Governo respeita e garante a liberdade de imprensa, mas considera que nem a liberdade de imprensa nem a libertação de seqüestrados devem ser utilizadas para fazer apologia à violência que submete o povo colombiano a seqüestros, tratos desumanos, mutilações e ataques terroristas.
6. Como é princípio deste Governo, continuaremos trabalhando para garantir o exercício das liberdades na Colômbia e convocamos à unidade pela defesa da nossa democracia e para combater o terrorismo e o narcotráfico, ameaças maiores aos direitos de colombianos e colombianas.
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