"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A mendicância cultural na gestão Uribe: Entrevista com o escritor tolimense José Ramiro García Valbuen

Para a Besta-Uribe a cultura é sinônimo de terrorismo.

Pacocol/Nelson Lombana Silva

A cultura é uma das vítimas da "segurança democrática" do governo Uribe. O orçamento é miserável e não está à disposição não dos artistas e sim de intermediários, parasitas e comerciantes.

Além disso, o agente dos Estados Unidos e morador da casa de Nariño acredita que a cultura é naturalmente subversiva, ou, usando a sua linguagem pobre: "É terrorista". Um exemplo claro é a atual perseguição contra a grande atriz e diretora de teatro colombiana, Patricia Ariza.

A critica à política cultural do mestre das obscuridades, Álvaro Uribe Vélez, é praticamente geral: "Nós, escritores e artistas, temos que mendigar a um e outro para fazer um trabalho", revela o escritor de Rovira, Tolima, José Ramiro García Valbuena, autor de cinco livros, três dos quais ainda não publicados por falta de recursos econômicos e apoio do Estado.

Depois de fazer um verdadeiro malabarismo econômico, o escritor tolimense prepara para meados de fevereiro o lançamento da obra literária titulada: “El Ciervo de Santa Cruz”, uma coleção de 11 contos. José Ramiro, além disso, é poeta e conquistou vários prêmios importantes. Um exemplo é a obra "Manancial Poético", premiada no Festival Andino Colombiano.

O periódico “VOZ - La Verdad del Pueblo” entrevistou o escritor. Confira:

Em breve chegará ao mercado a obra literária intitulada “O Cervo de Santa Cruz”. Quais são as suas principais características?

Esta obra é uma coleção de 11 contos, alguns deles vitoriosos no Festival Andino Colombiano realizado na cidade de Ibagué, Tolima, em 2002 e 2003. É um trabalho que me levou por vários caminhos, abordando principalmente a vivência dos povos, atividade que pouco interessa os escritores nesse momento.

Quanto tempo levou para escrever e organizar o livro?

É um trabalho árduo de muito tempo, porque fui escrevendo e guardando os textos; ao todo levou cinco anos.

Quando será o lançamento oficial?

Imagino que em meados de fevereiro, na Biblioteca Municipal "Darío Echandía", em Ibagué, pois sua diretoria me apoiou.

Da sua perspectiva de escritor, como você analisa a situação do departamento e do nosso país?

Há uma dormência do governo que não toma ações concretas para um povo que está se matando; o governo vem tomando outros caminhos (Guerra?) e não leva a cultura em consideração. Aliás, nesse campo estamos completamente abandonados. Os escritores e artistas têm que mendigar a uns e outros para fazer qualquer trabalho.

A título de anedota, lembro-me que no ano passado eu solicitei à Prefeitura de Chucho Botero e ao Instituto Municipal da Cultura um auxílio para publicar um livro, mas ambos responderam categoricamente que não tinham recursos. No dia seguinte a diretora do instituto foi aos meios de comunicação dizer que não podia investir os recursos destinados ao setor cultural. Veja a que ponto ponto chegamos.

O que você busca ou deseja lançando essa obra?

Desejo repassar os meus conhecimentos e resultados de investigações, já que a obra contém bastante investigações. Tem uma lenda sobre o povo Pijao que narra a criação do grande lago seco que é o povoado de Tolima; uso o vocabulário Pijao e informo assim o motivo do nosso departamento chamar-se Tolima, o motivo do Mohan e esclareço outras dúvidas que o comum tem sobre o povo Pijao. Lendo o livro, se saberá por que o indígena adota o Mohan como verdadeira autoridade.

Enlace original