O atentado da noite do dia 27 em Bogotá, declaração de Carlos Lozano, diretor do Voz
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É a forma irresponsável como sempre se precipitam quem tem o interesse de propiciar a guerra, fazer apologia da “segurança democrática” e de promover o reeleicionismo fatal para o futuro da democracia colombiana.
Carlos Lozano Guilen/Pacocol
Rechaçamos o atentado criminoso e o oportunismo governamental.
O atentado com dinamite no norte de Bogotá, de ontem, terça feira, 27 de janeiro, é repudiável de todos os pontos de vista, com mais razão quando deixa vítimas, ambas humildes e trabalhadoras, além da grande quantidade de danos materiais. É um ato terrorista que não tem justificativa.
Quem quer que o tenha cometido merece todo o desprezo e o repúdio dos cidadãos e cidadãs que trabalhamos com afinco pela paz, pelas saídas pacíficas e políticas do conflito e queremos construir uma pátria em que predomine a democracia e a justiça social.
As autoridades têm formulado hipóteses sobre a suposta responsabilidade do ato criminoso, porém são apenas suposições e indícios na investigação que deve conduzir a estabelecer de maneira plena e evidente a autoria do mesmo. Não se pode dizer que existe algo definitivo que permita indicar a organização ou pessoa em particular, como já fazem alguns porta-vozes governamentais e meios de comunicação. É a forma irresponsável, como sempre se precipitam os quem tem interesse de propiciar a guerra, fazer a apologia da “segurança democrática” e de promover o reeleicionismo fatal para o futuro da democracia colombiana.
Chama a atenção que durante o começo se disse por parte das autoridades de polícia que não se tinha informações de recentes ameaças ou extorsões à empresa Blockbuster, onde foi colocada a bomba em um caixa eletrônico, depois mudaram a versão para assegurar que se tratava de uma extorsão das FARC. Mas também é coincidente o atentado e a apressada atribuição à guerrilha quando está em marcha o processo de libertação de seis reféns que o Secretariado das FARC anunciou há mais de um mês e que em menos de quinze dias estarão de volta ao seio de seus lares, como informou ontem, também, a senadora Piedad Córdoba.
A responsabilidade da guerrilha é apenas uma hipótese que não tem forte fundamento e que se pretende aproveitar de maneira oportunista pelo Governo Nacional para estimular as saídas militaristas e de força. Não é a primeira vez que isto acontece, os “falsos positivos” são uma prática perversa desse Governo, como demonstra o fato de que mais de mil militares estão vinculados a investigações judiciais por este procedimento próprio do terrorismo de Estado.
Apesar de tudo, nós que trabalhamos pela paz e pela saída política negociada, devemos multiplicar esforços para propiciar um clima favorável para o intercâmbio humanitário e pelos diálogos de paz, como se promove pelo movimento “Colombianos e Colombianas pela Paz”.
Não tem que deixar espaço para a insensatez e mentes delirantes que fomentam as saídas de força e a esse tipo de ato claramente repudiável, independente de quem seja seu autor.
Bogotá D.C. 28 de janeiro de 2009
Enlace original
Carlos Lozano Guilen/Pacocol
Rechaçamos o atentado criminoso e o oportunismo governamental.
O atentado com dinamite no norte de Bogotá, de ontem, terça feira, 27 de janeiro, é repudiável de todos os pontos de vista, com mais razão quando deixa vítimas, ambas humildes e trabalhadoras, além da grande quantidade de danos materiais. É um ato terrorista que não tem justificativa.
Quem quer que o tenha cometido merece todo o desprezo e o repúdio dos cidadãos e cidadãs que trabalhamos com afinco pela paz, pelas saídas pacíficas e políticas do conflito e queremos construir uma pátria em que predomine a democracia e a justiça social.
As autoridades têm formulado hipóteses sobre a suposta responsabilidade do ato criminoso, porém são apenas suposições e indícios na investigação que deve conduzir a estabelecer de maneira plena e evidente a autoria do mesmo. Não se pode dizer que existe algo definitivo que permita indicar a organização ou pessoa em particular, como já fazem alguns porta-vozes governamentais e meios de comunicação. É a forma irresponsável, como sempre se precipitam os quem tem interesse de propiciar a guerra, fazer a apologia da “segurança democrática” e de promover o reeleicionismo fatal para o futuro da democracia colombiana.
Chama a atenção que durante o começo se disse por parte das autoridades de polícia que não se tinha informações de recentes ameaças ou extorsões à empresa Blockbuster, onde foi colocada a bomba em um caixa eletrônico, depois mudaram a versão para assegurar que se tratava de uma extorsão das FARC. Mas também é coincidente o atentado e a apressada atribuição à guerrilha quando está em marcha o processo de libertação de seis reféns que o Secretariado das FARC anunciou há mais de um mês e que em menos de quinze dias estarão de volta ao seio de seus lares, como informou ontem, também, a senadora Piedad Córdoba.
A responsabilidade da guerrilha é apenas uma hipótese que não tem forte fundamento e que se pretende aproveitar de maneira oportunista pelo Governo Nacional para estimular as saídas militaristas e de força. Não é a primeira vez que isto acontece, os “falsos positivos” são uma prática perversa desse Governo, como demonstra o fato de que mais de mil militares estão vinculados a investigações judiciais por este procedimento próprio do terrorismo de Estado.
Apesar de tudo, nós que trabalhamos pela paz e pela saída política negociada, devemos multiplicar esforços para propiciar um clima favorável para o intercâmbio humanitário e pelos diálogos de paz, como se promove pelo movimento “Colombianos e Colombianas pela Paz”.
Não tem que deixar espaço para a insensatez e mentes delirantes que fomentam as saídas de força e a esse tipo de ato claramente repudiável, independente de quem seja seu autor.
Bogotá D.C. 28 de janeiro de 2009
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