Carlo Sommaruga, conselheiro nacional suíço: “La situação na Colômbia é chocante”
Fonte: www.anncol.eu
A tragédia na Colômbia deixa totalmente exposto ante o mundo o hipócrita e falso discurso oficial sobre a suposta desmobilização de paramilitares, sobre a negação permanente dos inegáveis laços entre o regime de Uribe Vélez e os narcoparamilitares e, sobre o libreto da diplomacia oficial, porque se trata realmente da construção de uma Colômbia virtual e portanto inexistente.
Eis a missão de um aparato de des-informação que trabalha para ajudar a manter o regime mafioso, regime que pode ter sua continuidade em alguns dos candidatos atuais à Presidência da República. Essa foi a impressão geral que ficou no povo suíço, após de escutar a testemunha de um de seus parlamentares.
Uma comissão composta por parlamentares, ongs, e internacionalistas suíços viajou a Colômbia verificar no terreno a situação dos Diretos Humanos e a evolução de alguns projetos financiados pela ong suíça Swissaid.
Os visitantes viajaram a Barrancabermeja, a regiões onde moram, tanto camponeses atingidos pela maldita palma para fabricar aceite, quanto artesãos que mexem a terra à procura de ouro; reuniram-se com advogados e defensores dos Direitos Humanos e, por fim, tiveram a oportunidade de estar presentes no julgamento do “bom moço” de Uribe Vélez, Jorge Noguera, hoje, ex-diretor do DAS (Departamento Administrativo de Segurança).
De início, a embaixada suíça em Bogotá, dadas as condições de insegurança, “impus” aos visitantes viajar em veículo blindado. Esse foi o primeiro choque para eles que tinham escutado o discurso dos representantes do governo colombiano nas seções de Direitos Humanos em Genebra.
Em Barrancabermeja a comissão constatou a presença ativa dos paramilitares e sua violência sistemática, mas sobre tudo, a vigência do temor ao qual são submetidas as comunidades.
Para os visitantes ficou claro que o conflito colombiano gira em torno da desapropriação injusta e violenta da terra, em torno da conquista de novos territórios por parte de paramilitares e multinacionais da palma para fazer aceite, gerando, como consequência nefasta o deslocamento forçado dos camponeses. De igual forma procedem as mineradoras multinacionais, com os trabalhadores artesanais à procura de ouro.
A comissão constatou que os narcotraficantes continuam se apropriando indevidamente das melhores terras; que em algumas regiões o povo tem medo de dar sua testemunha, de falar publicamente, e se falar, deve ser para elogiar o governo. As testemunhas recolhidas pela Comissão, foram obtidas a porta fechada, porque na Colômbia se vive sob estado de terror.
As comunidades solicitaram à Comunidade Internacional a solidariedade com o povo colombiano, na esperança de que sua tragédia ultrapasse as fronteiras mediante a denuncia internacional do regime violento existente na Colômbia.
Em encontros com advogados, sindicalistas, com comunidades indígenas e afro-descendentes, a Comissão constatou, sobre tudo, a grave situação dos dirigentes sindicais, cujos escritórios são blindados e seu deslocamento deve ser em veículos blindados e com guarda-costas.
Comprovou a necessidade da solidariedade internacional para denunciar os crimes do Terrorismo do Estado colombiano. O conselheiro Sommaruga tornou público o pedido dos advogados defensores dos Direitos Humanos na Colômbia, que solicitam a solidariedade internacional de advogados internacionalistas para levar a Álvaro Uribe Vélez à Corte Penal Internacional. Para a comissão ficou claro que Uribe Vélez dever ser julgado internacionalmente pela máquina de matar que instaurou no regime que ele dirige.
Para a comissão foi importante constatar os testemunhas de alguns paramilitares que têm começado a falar, confirmando fortes laços com políticos e com as altas instâncias do Estado. Confirma isso o fato de haver mais de cem parlamentares com laços comprovados com os paramilitares.
Ao ter a oportunidade de estar presente no julgamento de Noguera, “o moço bom”, a comissão constatou que efetivamente o DAS, aparato de investigação que depende diretamente do presidente Uribe, elaborou listas de sindicalistas que foram posteriormente assassinados.
O discurso oficial ficou desmascarado totalmente. Para nada tem servido o lobby que desde a embaixada colombiana em Berna é feito, com os parlamentares que votaram a aprovação do livre comércio entre Colômbia e Suíça. Desde estas linhas denunciamos que a embaixada colombiana, comete um delito na Suíça procedendo a fazer Lobby com os parlamentares suíços, porque o Lobby está estritamente proibido pelas leis suíças.
Parlamentares suíços nos comentam como a embaixada colombiana lhes envia permanentemente dossiers sobre as bondades da segurança democrática e como altera a realidade nacional para apresentar a Colômbia como se fosse a Suíça latino-americana.
Todas as atividades de solidariedade com Colômbia desde Suíça têm permitido estabelecer como, desde a embaixada colombiana se espia os efugiados e opositores políticos colombianos, aos fins de amedrontar e impedir a labor de sensibilização e de denuncia que desde Europa em geral e desde Suíça em particular e feita em favor do povo colombiano. A esse trabalho da embaixada se têm somado certos cadáveres políticos, supostos refugiados políticos e alguns uribistas que serão seguramente parte do programa, 'um milhão de amigos da segurança democrática.
Constatamos que a pesar de todos os esforços da embaixada e seus colaboradores por evitar a denuncia, esta continua sendo feita e consolidada, porque a magnitude do Terrorismo de Estado é tal, que o lobby da embaixada em Berna não consegue eclipsa-la.
Esperamos que essa comissão de suíços, integrada por mais de vinte pessoas possa somar seus esforços aos daqueles que no mundo realizam em pró, tanto da solução política do conflito quanto da campanha: ÁLVARO URIBE VÉLEZ À CORTE PENAL INTERNACIONAL. Como a comissão constatou ao vivo, o povo colombiano precisa urgentemente da solidariedade internacional.
Esperamos que los três parlamentarios suíços integrantes da comissão que visitou Colômbia, possam levar uma mensagem concreta ao Parlamento e ao governo suíço sobre a imoralidade de assinar um acordo comercial com um país, cujo regime é muito mais brutal e selvagem do que todas as ditaduras do Cone Sul.
Solidariedade com o povo colombiano, JÁ!