FARC se pronuncia sobre carta de Pearl para falar no estrangeiro.
Senhor
FRANK PEARL
Alto Comissionado para a Paz
Senhor Comissionado:
Conhecida sua carta do dia 5 de março propondo-nos conversações diretas, secretas, com agenda aberta e no estrangeiro, comentamos-lhe:
1. Nosso interesse por conversar ao redor dos temas da convivência democrática com este e outros governos, em procura de acordos, tem sido permanente desde Marquetalia em 1964.
2. Lamentamos sim, que sua nota haja chegado a escassos 4 meses do câmbio de governo e que, pouco depois de recebida, hajamos escutado o presidente afirmar que seu governo não conversará com a guerrilha, sem que haja mediado nada distinto que haver liberado dois prisioneiros de guerra e entregado os restos do Coronel Guevara à sua família, como gestos unilaterais de boa vontade de nossa parte.
3. Reiterando que as portas das FARC-EP permanecem abertas, queremos insistir em nossa opinião de que diálogos como o proposto pelo governo convém que sejam realizados na Colômbia e de cara ao país.
Do senhor comissionado, compatriotas,
Secretariado do Estado Maior Central, FARC-EP
Montanhas da Colômbia, abril de 2010
Ano do Bicentenário do grito de Independência.