A narcotização centro-americana
O espírito destes sujeitos invade a América Central!
[Melquizedec Torremolinos/ANNCOL]
Revisando a realidade centro-americana; assim como qualquer atualidade, está sujeita a inesperadas mudanças. Ainda que o bloco centro-americano seja conduzido de maneira fiel à política do Pentágono está dividido na Nicarágua, Honduras e por que não na Costa Rica; permitindo agregar o entorno mexicano, onde a legitimidade do atual governante não passa de página e onde o movimento de massas junto com a irrupção armada gera altos e baixos em tão imenso país.
De um artigo publicado por Francisco E. Thoumi no Le Monde Diplomatique, de junto de 2007, lê-se:
"A Colômbia é o maior cultivador de coca ilegal e o maior produtor de cocaína no mundo. É também um dos principais distribuidores de heroína dos EEUU. É o segundo produtor de dólares falsos dos EEUU. Tem o mais alto número de seqüestros e assassinatos por encomenda; ocupa o segundo lugar no mundo de meninos vinculados à guerra e de habitantes afetados por deslocamento interno, é o primeiro ou segundo país latino-americano exportador de prostitutas, e tem a maior ou a segunda maior guerrilha marxista insurgente de todo o mundo. A Colômbia é o maior produtor de passaportes da Comunidade Européia e euros de alta qualidade...A corrupção é escancarada".
Esta radiografia não é difundida nos meios de Alienação Massiva, visando explicar que no México, Guatemala, El Salvador, dá-se um processo de "colombianização". Para o Império e as oligarquias dominantes nesses países, qualificar suas situações de insegurança sob o efeito d e "colombianização", lhes resulta inadequado e de realidade inexistente; Preferem falar de narcotização. Isso quer dizer que o que foi expresso pelo colunista do Le Monde não se dá na Guatemala, México, El Salvador? Claro que se dá. O que acontece é que em nenhum desses países centro-americanos e no mexicano do Norte, a expressão da luta de classes dá-se como na Colômbia, onde a combinação da luta política legal com a luta política ilegal e de massas, significa um laboratório de compaginação histórica, quem sabe único no mundo, logo após a revolução de outubro de 1917.
Dos "maras" aos Águias negras
Em países como El Salvador e Guatemala a existência d'Os MARAS, como grupos armados que assolam as zonas urbanas mais povoadas, monopolizando o tráfico e consumo de entorpecentes e praticando "limpeza social"; resulta ser uma extensão do conflito ainda não resolvido. Após uns acordos de Paz e Impunidade firmados nesses países, as estruturas do poder oligárquico, proprietários de terra e prédios e latifundiários, não foram tocados. As grandes e profundas mudanças sociais que países originários em conflito requeriam, continuam sendo necessárias e distanciam a cada dia de uma agenda política de triunfo e inspiração popular.
Sobre El Salvador
O partido ARENA de direita, germe e produto dos esquadrões paramilitares em El Salvador onde aplicaram toda uma estratégia contra-insurgente e que pretendem aplicar como um modelo de solução na Colômbia, permite que os grandes nexos desse grupo partidário com as máfias anti-castristas de Miami e com os taiwaneses, desenvolvam uma esperança de Mercado na qual os sofridos setores populares só encontrem saída diante do sonho "dourado" americano.
Sobre a Guatemala .
Na Guatemala a oligarquia militarista emaranhada na proteção impune do ditador Rios Monti e sua seqüela de gorilas, apresentam-se como o exemplo mais claro de métodos e leis de justiça, paz e impunidade. Agora colocam taticamente no tabuleiro de xadrez político eleitoral presidencial, alianças de setores retardatários da oligarquia, com o crescente movimento de massas, encabeçado por Rigoberta Manchú, prêmio Nobel da Paz. Buscam garanti a permanência desse quadro de imunidade. A simples adesão oportunista de setores oligárquicos detentores do poder na Guatemala, permite-lhes assegurar seus privilégios, abortando qualquer problema popular e/ou revolucionário que as massas populares aspirem a coroar.
Sobre o México
A situação do México pela influência que representa o rumo desse país na América Central, denota uma agudização em direção à narcotização. Efetivamente, o ilegítimo presidente Calderón, retoma a imagem do Minifühere colombiano. Diante da impossibilidade de sua gestão e o crescente movimento de massas contrário a ele, expresso em primeiro plano no estado de Oaxaca, aplicando o modelo da narcotização, ele agudiza o enfrentamento do Estado mexicano contra os cartéis da droga. Diante do descontentamento popular pela ilegitimidade de sua investidura, produto da fraude eleitoral, o presidente Calderón lança o exército mexicano em combate contra o narcotráfico. Um exército no qual uma altíssima porcentagem de seus recrutas é analfabeta e de multiplicidade étnica indígena, a oligarquia mexicana precisa arrancar e confrontar com o cenário da luta popular.
A narcotização do México vai de vento em popa e o presidente Calderón imita o Miniführer colombiano, aspirando logo a ultrapassá-lo na cifra de 660 colombianos extaditados para U.S.A. A onda de extradições mexicanos na U.S.A. corre paralela à migração azteca rumo a essa país ... Não tardarão em aparecer os "Plano Colômbia " de estilo mexicano e logo o "Plano Tlaxteloco", para derrotar a crescente insurgência armada no México, fiel reflexo de seu agudo conflito.
Sobre a Costa Rica
Porém o aprazível país da Costa Rica não está alheio a essa estratégia de narcotização e também está "a todo vapor".
O Império aplica torniquetes diante do fenômeno do triângulo latino-americano (Venezuela, Equador, Bolívia). Presta atenção ao desempenho internacionalista do Presidente Daniel Ortega na Nicarágua. Com preocupação e receio desconfia da aproximação de Honduras, alinhando com o processo democrático-sandinista. Existem ondas de refresco que alimentam a Comunidade Caribenha.
Com um Presidente representante dos grandes interesses multinacionais e privatizadores, os costarriquenhos lembram que sua Corte – aliás Sala Constitucional – permitiu a reeleição do presidente Arias, proibida pela Carta Política. Do mesmo modo que sua Corte – aliás Sala Constitucional – avalizado numa polêmica sentença e ad-portas do referendum, que o T.L.C não apresenta nenhuma rusga com a Constituição Nacional, em que pese que todos os debates e estudos constitucionais nesse país assinalem 17 deles. Isto traz consigo um duro revés aos partidos opositores que caíram na armadilha do enfoque jurídico – legal T.L.C, subestimando o confronto político e ideológico do conteúdo desse Plano de Desenvolvimento a impor-se na costa Rica. Por isso no jargão popular a Sala Constitucional agora é chamada de Sala Presidência.
Isto faz com que diante do pico do movimento popular e de massas na Costa Rica, exemplo de país em que se submete a um Referendum a aplicação do Plano de Desenvolvimento que concebe o T.L.C para os países centro-americanos, e República dominicana, todos os dias aconteça uma campanha midiática sobre o auge do narcotráfico nesse país.
Por si mesmo a Costa Rica foi e continua sendo um paraíso para a lavagem de dinheiro. Com a expressão "toda Costa Rica está à venda" vem agora a de "essa terrinha é sua - mãe - ou de um estrangeiro... "com assombroso e impudico assalto contra o Estado e seu erário e os nefastos efeitos contra a segurança social, asfaltados estão os auges por projetos de 'investimentos" na indústria turística, que gerou concentração oligárquica imobiliária na Costa Rica... Seu sistema jurídico e legal é tão permissivo que nesse país qualquer Notário Público cala transações imobiliárias de milhões de dólares e as pode plasmar em somas ínfimas ou exorbitantes; tema este de graves seqüelas que estenderia em demasia nossa referência.
O modelo de investimento que concebe o T.L.C para a Costa Rica poderia assemelhar-se a fatal experiência palestina quando o incomensurável e milionário poder econômico do Movimento Sionista deu-se a tarefa de comprar as terras dos palestino (ainda durante a administração e regime do império inglês), deixando gradualmente suas atávicas possessões na "Terra Prometida", que culminou com a imposição do Estado de Israel em território dos palestinos.
De modo que o Referéndum corre paralelamente a uma série de iniciativas legislativas que preocupam à direção política de esquerda na Costa Rica. Dimensionando ou não o problema do narcotráfico na Costa Rica, se de país receptor passa a distribuidor, o certo é que está calçado no interesse do Pentágono incluir a Costa Rica no processo de narcotização centro-americana e mexicana, estilo Plano Colômbia. Os instrumentos para penalizar o protesto social aperfeiçoam-se. Ouvindo opinião dos costarriquenhos no que leh reclama o Judiciário e o Legislativo que apresentam ao menos um caso de terrorismo na Costa Rica para que se explique o por que de um trâmite de projeto de lei que rege sobre esse fenômeno. Porém, assim como na Colômbia, os falsos positivos não se fazem esperar. A imprensa colombiana e costarriquenha publicou há um mês que na Costa Rica ia-se atentar contra o Ministro da Presidência (irmão do presidente Arias) e contra o Ministro de Segurança, chamado Berrocal. Que três "terroristas" colombianos de um cartel do Valle haviam sido presos e abortado o plano criminoso. Tão patética história ficou reduzida a que os supostos "terroristas" fossem deportados para a Colômbia. Que um dos "terroristas" colombianos havia sido detido dois meses atrás no confisco de uma embarcação e havia escapado (...) regressando para consumar o "ato terrorista". É que a imprensa costarriquenha também deu para registrar impropérios e calúnias contra as Farc-ep, repetindo o texto da Embaixada da Colômbia na Costa Rica, contra esse movimento insurgente. Vale a oportunidade para repassar o titulares de não faz um ano, da montagem da Procuradoria da Costa Rica contra um migrante colombiano que com documentação falsa dedicou-se à pesca e ao comércio dela.
Foi acusado de ser um membro das FARC-EP que havia participado do ataque a Bojaya, no Choco. A Embaixada da Colômbia colaborou na montagem das provas contra ela. O acusado apareceu com um defensor que era um ex-congressista costarriquenho de nome Villalobos, que esteve preso por narcotráfico. ..Não sei qual a sorte do colombiano, mas sim que a campanha midiática orquestrada pelo agregado militar da Embaixada da Colômbia na Costa Rica cumpria a tarefa de efeito contra as Farc-ep no exterior. Nesse país redunda a busca e a perseguição contra os exilados políticos de esquerda colombianos. Os paramilitares assim como os refugiados da direita e ex-oficiais do exército colombiano que fogem com a vergonha de ter perseguido o seu próprio povo, sabemos que sentam-se à direita do Presidente Arias, como fotografias publicadas no país, acreditam.