"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 16 de abril de 2007

As leis da guerra

As guerras capitalistas modernas de ontem e de hoje têm sido guiadas pela mesma lógica do capital: Destruir Forças Produtivas excedentes que se tornaram ineficientes ou improdutivas e despovoar, para logo repovoar e reconstruir com Relações Produtivas de acordo com as exigências do mercado. Na Colômbia durante os últimos 30 anos, nos custou 4 milhões de desalojados e cerca de 100 mil mortos a comprovação dessa amarga realidade da guerra.


Terrorismo estatal comandado pela Casa de Nariño


[Alberto Pinzón Sánchez/ANNCOL]

As guerras capitalistas modernas de ontem e de hoje têm sido guiadas pela mesma lógica do capital: Destruir Forças Produtivas excedentes que se tornaram ineficientes ou improdutivas e despovoar, para logo repovoar e reconstruir com Relações Produtivas de acordo com as exigências do mercado. Quem ainda guarda alguma dúvida pode iniciar a retrospectiva com a primeira guerra moderna que constituiu a chamada guerra civil dos EUA, e continuar com as espantosas guerras mundiais que vieram em seguida: Qual desses países atuantes, apesar da incomensurável destruição em bens e homens, não se reconstruiu à partir das ruínas e continuou sua expansão desenvolvimentista? EUA, França, Japão, Itália, Alemanha, Inglaterra, Espanha, etc, incluindo a Rússia, não têm servido para alimentar a mitologia empresarial capitalista da invencível ave fênix surgida das cinzas do “pós-conflito”?

Na Colômbia durante os últimos 30 anos, nos custou 4 milhões de desalojados e cerca de 100 mil mortos a comprovação dessa amarga realidade da guerra: El Choco, Urabá, as Costas Pacífica e Atlântica, a planície Orinóquica e a selva Amazônica, onde o latifúndio improdutivo teve que ceder à pressão do capital financeiro para converter-se em montante especulativo do Narcotráfico, ou em gigantescos cultivos para produzir biocombustível (azeite de palma + álcool de cana), que necessita a indústria Multinacional do automóvel, preocupadíssima porque com a mudança climática que produziu com seus veículos, o urso polar será extinto.

Cultivos de pão ou de alimentos? Não são possíveis. Contra eles está a guerra química e o glifosato “despejado”. Que morram de fome então os camponeses e seus filhos? Não importa, para isso está o doutor (médico) ministro da Saúde, que citará o livreto de Norbey Quevedo com estatísticas do DANE, e confirmará que “não são tantas como dizem”.

Como se chama essa porcaria a Hipócrates? Onde o graduaram médico? Aposto que fez a carreira enquanto recebia um “salariozinho” para cuidar do necrotério do hospital universitário em Medellín. É o que dá pra ver pela cara!

Mas a guerra comum e corrente, pré-histórica, histórica, pré-moderna e moderna, essa que desde que o homem se converteu em “Homo Sapiens” vem assolando a humanidade, só tem uma suprema lei: Impor sua vontade ao adversário.

E nesse está “o degustador” doutor (também médico) Luís Carlos Restrepo, a quem conhecemos em sua época de estudante na Universidade Nacional, almoçando um “pintadito” e uma “empanadita” antes da hora do jantar; tratando de impor à direção do exército de liberação nacional (eln) a vontade (não do país) do Miniführer Uribe Vélez a quem disse representar, e tratando de recuperar sua credibilidade diante da comunidade internacional com entrevistas a Telesur e El Tiempo ( 08. 04. 07 ) e artigos de opinião (O Espectador 07.04.07), onde ilustra o “processo de negociação” com esse agrupamento insurgente, que em todos os efeitos é uma solicitação de rendição. Leiamos:

Estamos dispostos a desenvolver todos os temas da agenda do ELN, caso isso leve à uma paz efetiva que não pode ser nada mais, nada menos, que o cessar das hostilidades e a liberação de seqüestrados. Não podemos regredir daqui.

O que o país não aceitaria é que sigamos discutindo de maneira interminável enquanto o ELN segue seqüestrando e se vincula cada vez mais ao narcotráfico e expande suas estruturas militares.

Troca de fuzis por votos? – “Não podemos atuar de forma diferente da que nos diz a Constituição. Os delitos de Lesa Humanidade não são anistiáveis, para esses delitos temos a Lei de Justiça e Paz que oferece benefícios especiais aos que participarem de um processo de paz. Os do eln podem querer ser perdoados por delitos passados".

Mas eles têm criticado essa Lei – “Muito bom que se inicie este debate no país e que setores muito críticos do Governo na aplicação da Lei de Justiça e Paz aos paramilitares, nos digam se estão de acordo com que anistiemos os delitos passados da guerrilha".

Nesse momento não estamos pensando em uma legislação nova para o eln, e devemos entender isso. Também tem que contar sua verdade. Infiltrou-se na política em Arauca durante muito tempo, cometeu assassinatos seletivos, massacres, seqüestros...

E segundo isso, quem do Comando Central não podia fazer política? – “Não conheço as investigações em marcha, mas acredito que nenhum”.

E a continuação do joguinho: “O que se levantar da mesa perde”.

Muito poucos conhecem em sua totalidade a atual realidade interna da organização fundada por Camilo Torres. Alguns de seus amigos e ex-militantes como Leon Valencia falam sem especificar, de seus erros e de sua decisão de privilegiar a política em lugar da luta militar. O Secretariado das FARC em seus comunicados públicos ao país e para explicar os enfrentamentos com algumas de suas frentes, falam do processo lento, gota a gota, de infiltração e decomposição das principais estruturas político militares dele (eln) por parte da Inteligência Militar e os Narco-Paramilitares, com quem haveriam feito acordos para assassinar seus comandantes. O Diretor do jornal Comunista Voz, Carlos Lozano, denuncia na edição atual que o eln está assassinando os membros de seu Partido desarmados, acusando-os tal como faz o exército colombiano de serem guerrilheiros das FARC. Outros analistas próximos comentam diplomaticamente do “fracionamento de algumas cadeias de comando”.

Enfim, podem haver muitas causas que tenham levado a direção dele (eln) a aceitar precisamente nesses momentos, jogar um salva-vidas para o governo do Miniführer Uribe Vélez, quando esse está para afundar diante do auge da crescente luta unitária de resistência operária e popular, que entre outras coisas está levando o Vice Presidente Santos a serrar a cadeira presidencial.

Mas o que fica claro à luz pública atualmente, é que o pouco macio comissionado Restrepo, ao tornar pública seu imperioso pedido de rendição ao (eln), também deve ter não só informação privilegiada, senão suas razões de Estado. Por exemplo, que ele (eln) aceite a Lei de perdão e que seja esquecido por e para os Narco Paramilitares.

Por isso habilmente joga seu joguinho de que “quem se levantar da mesa perde”, quando está bem claro que é o contrário: Quem apressadamente assinar uma rendição sem estar derrotado e aceitar a vontade que lhe impõe o adversário, é quem perde. Não só perante as leis de guerra, mas diante do povo Trabalhador e perante a História, e diante deles terá que responder (será que estão realmente derrotados?).

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