"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 20 de maio de 2009

A esquerda chilena se une e marcha rumo ao socialismo do século XXI

por ABN

No passado 26 de abril, os partidos chilenos de esquerda apresentaram Jorge Arrate como candidato às eleições presidenciais que se celebrarão nessa nação em dezembro próximo.

A conformação da aliança Frente Ampla/Juntos Podemos MAS responde a uma necessidade das forças antineoliberais do Chile que buscam somar-se à corrente de mudança que inunda o continente Latino-americano rumo ao socialismo do Século XXI.

Conformação desde a base

A eleição do candidato allendista Arrate foi o último passo dado dentro de um processo de unidade iniciado desde as bases.

Assim o sinalizou, em entrevista telefônica para a Agência Bolivariana de Notícias (ABN), o integrante do Comitê Central do Partido Socialista do Chile, Esteban Silva Cuadra, que detalhou como foi essa construção.

"Primeiro se instalaram ao largo e na extensão de todo o país mais de 198 Assembleias Unitárias de Esquerda de base, que culminaram nos días 25 e 26 de abril na eleição do programa único, alternativo e antineoliberal de governo para o futuro e a eleição do candidato único", explicou.

Da reunião final, realizada na Universidade Técnica do Estado (UTE) em Santiago do Chile, participaram mais de 3 mil delegados e delegadas das diferentes agrupações que conformam a Frente, os quais decidiram mediante o voto que Arrate era quem melhor representava o projeto debatido com anterioridade em todo o território nacional.

Esse candidato participou do governo de Salvador Allende, quem a fins de 1970 o encarregou da compra da Empresa Editora Zigzag e da direção provisória dela, a qual se converteu na Quimantú, a mais exitosa experiência editorial da história do livro chileno.

Em começos de 1971, Allende designou Arrate como seu Assessor Econômico e em meados do ano o nomeou Vice-presidente Executivo da Corporação do Cobre do Chile (Codelco), onde teve a seu cargo o processo de nacionalização desse metal.

Em junho e julho de 1972, exerceu ao mesmo tempo, em caráter interino, a direção do Ministério das Minas e logo do 11 de setembro de 1973, data em que foi derrocado Allende, se viu obrigado a marchar para o exílio.

Projeto libertador

Mas a Frente Ampla/Juntos Podemos MAS recolhe algo mais do que uma simples personagem desse projeto de mudança libertador que Allende buscava levar adiante: "O candidato representa um projeto socialista, allendista, um projeto de país, do socialismo do século XXI, que chegou para ficar mais além das eleições de dezembro próximo", declarou Silva Cuadra.

O integrante do Comitê Central do Partido Socialista manifestou que a proposta do movimento é gerar uma alternativa de governo antineoliberal, com o objetivo principal de conformar uma Assembleia Constituinte para criar uma nova Carta Magna.

"Necessitamos de uma nova Constituição para o Chile, que redefina o rol do Estado frente às riquezas naturais e a economia, com mecanismos que permitam terminar com a exclusão no país", declarou.

Silva Cuadra explicou que da Frente formam parte os partidos Comunista, Esquerda Cristã, Humanista, Socialistas allendistas e outros movimentos e grupos independentes de esquerda que provêm de distintas vertentes do socialismo popular revolucionário e da base da sociedade chilena.

Integração continental

A conformação da Frente Ampla/Juntos Podemos MAS recebeu a saudação de várias forças progressistas do continente como a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) de El Salvador, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) da Nicarágua, o Partido Socialista do Perú, a Frente Ampla do Uruguai, o Partido Movimento Ao Socialismo (PMAS) do Paraguai, o Partido Comunista da Argentina e o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), entre outros movimentos sociais de países irmãos.

A respeito, Silva Cuadra advertiu que o projeto da aliança nacional de esquerda no Chile não é alheio ao processo de mudança pelo qual transita a América Latina e o Caribe.

"Não estamos distantes do projeto encabeçado pelo presidente Hugo Chávez Frías na República Bolivariana da Venezuela, pelo presidente Evo Morales na Bolívia, pelo presidente Rafael Correa no Equador, Daniel Ortega na Nicarágua e agora Mauricio Funes em El Salvador", ressaltou.

Por essa razão, o ativista asseverou que a Frente Ampla/Juntos Podemos MAS se inscreve nos novos ares que empurram o avanço dos movimentos populares progressistas para a construção do Socialismo do século XXI em todo o continente latino-americano.