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Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 11 de maio de 2009

Os testemunhos dados por prisioneiras(os), assim como seus familiares e defensores de direitos humanos confirmam

por Camilo Raigozo/Semanario Voz/Colombia

As prisões na Colômbia são locais de destruição humana / Durante a audiência no Congresso, um ex-presidiário conta seu caso. Carlos Alfonso Figueroa Parra, um médico cirurgião de 63 anos, preso desde julho do ano passado na prisão Picaleña, na cidade de Ibagué. Em um processo arbitrário, é acusado de ser médico das FARC-EP.

Até pouco menos de uma semana atrás, esteve preso no pátio correspondente aos paramilitares, motivo pelo qual sua vida esteve sempre em perigo. “Isto não é um avatar do destino, e sim algo bem planejado pelas autoridades carcereiras”, disse o médico em uma carta dirigida a um amigo.

Apesar disso, a mudança não melhorou as condições de sua segurança pois agora encontra-se em um pátio para delinqüentes sociais, onde já foi jurado de morte. Apesar de sua penosa doença, um câncer de próstata que espalhou-se por outras partes do corpo, a atenção médica que recebeu é completamente nula.

Figueroa Parra necessita com urgência da assistência humanitária de alguma ONG defensora dos direitos humanos para que vigiem seu caso.

As violações não parecem coisas da vida real

No último dia 30 de abril realizou-se nas instalações do Congresso da República uma audiência sobre Política criminal e Sistema Carcerário, onde se escutaram dezenas de testemunhos, como o anterior, sobre as aberrantes violações aos direitos humanos fundamentais, tanto de prisioneiros e prisioneiras, como de seus familiares e defensores.

Denúncias que se realizaram de forma direta ou em vídeos na audiência, que foi apresentada à Comissão de Direitos Humanos do Congresso.

Uma delegação do Principado de Astúrias, Espanha, de recente visita a Colômbia, encontrou em suas observações das prisões La Picota e O Bom Pastor, de homens e mulheres, em Bogotá, casos de violações que “não parecem coisas da vida real”, segundo Rafael Palacios, porta-voz da Delegação.

“As prisioneiras e prisioneiros políticos procuram ter um certo grau de organização que lhes permita sobreviver com dignidade em condições desenhadas para perder toda a compostura humana”, disse Palacios em roda de imprensa.

Agregou que “em um dos módulos de La Picota, os presos contados que lhes deram a opção: ou recebiam suas famílias uma vez por semana na própria cela, de 2,5m por 3m, desenhada com duas camas para duas pessoas, mas onde se colocam quatro ou mais presos, ou esperavam uma visita mais individualizada a cada 45 dias.

Prisão ao invés de casa aos colombianos

“Os presos escolheram a primeira opção, motivo pelo qual na cela para dois se juntam a cada semana oito ou mais pessoas, em uma degradante situação onde a dignidade fica no chão”.

Extremamente graves foram os testemunhos de grupos específicos da população como os indígenas, afros, lésbicas, homossexuais e travestis, entre outros, quanto aos maus tratos que recebem nas prisões.

“Ao que parece, o governo está se preparando para dar aos colombianos prisões ao invés de casas, pois é público e notório que torrou mais de 140 bilhões de pesos na construção de uma prisão em Ibagué e pelo menos estilo esteja construindo outras 50 prisões em diferentes regiões do país.

“Com esta quantidade de dinheiro poderia se construir mais de 15 milhões de casas decentes para famílias que carecem delas”, disse um anexo do informe acumulado pela delegação Asturiana.

A notícia encontra-se em ABP Notícias.