"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Cifras do conflito colombiano: 6,5% do PIB para a guerra

O semanário VOZ, do Partido Comunista Colombiano (PCC), nos traz esta semana um excelente artigo sobre as cifras do conflito colombiano. O reproduzimos aqui na íntegra:
“...No ano de 2008, 81,2% dos funcionários públicos seriam militares

...Na guerra se gastam hoje na Colômbia 22,21 bilhões de pesos, mais ou menos 6,5% do Produto Interno Bruto que é o total de reservas do país. O PIB colombiano está calculado em 2007 em 351,2 bilhões, deixando claro que um milhão de pesos corresponde a US$2.000 aproximadamente. Os Estados Unidos, que mantém duas frentes de guerra ativos no Iraque e no Afeganistão e subsidiam os aparatos militares de Israel, Paquistão e Colômbia, entre outros, só gasta 4.04% do seu PIB em gastos militares. Os países da União Européia dedicam cerca de dois por cento do PIB para esse fim. Não obstante, as elevadas cifras do gasto militar, o pressuposto para 2008 supera a proporção do PIB em toda a história registrada no século vinte, segundo indica o documento da investigação feita por José Fernando Isaza Delgado e Diógenes Campos Romero.

...Estatísticas históricas

...Afirmam os investigadores que no passado, a Colômbia, além de viver o conflito social e armado que se acirra depois do assassinato do caudilho liberal Jorge Eliécer Gaitán em 1948, enfrentou militarmente o Peru em 1934, elevando seu gasto militar então aos três por cento do PIB. Entre 1974 e 1991, quase três décadas de Estado de Sítio, em uma época de ditaduras no continente, o gasto militar colombiano foi inferior aos dois por cento. Antes, no ano de 1970, havia crescido até 3,2 por cento por conta da compra fuzis G-3 para as Forças Armadas e a aquisição de aviões supersônicos Mirage. O mesmo informe menciona como dado interessante que durante a chamada ditadura do general Gustavo Rojas Pinilla, entre os anos de 1954 e 1957, se registrou na Colômbia um dos mais baixos gastos militares, com 1,5 por cento do PIB.

...Buscar a saída política

...Segundo o ex-ministro Juan Camilo Restrepo e o investigador Pedro Medellín, em 2008, dos 566.084 cargos que o Estado dispõe, 459.687 estarão ocupados por servidores públicos contratados para trabalhos de defesa, segurança e polícia. Isso corresponde a 81,2 por cento dos funcionários públicos colombianos. Os investimentos militares para 2008 foram estimados pelo Governo em 3.56 bilhões de pesos, mas 2.3 bilhões serão destinados para a compra de equipamento militar. De cada peso aprovado pelo governo central, o Ministério da Defesa destina 47 centavos, 47 por cento, para pagar pensões dos militares, que enquanto durou o Estado de Sítio mantiveram a regra de dois por um, ou seja, um ano de tempo cronológico é contado como dois anos de serviço. Na Colômbia, a cada guerrilheiro das FARC e outros grupos insurgentes, participam na guerra 15,5 militares e a cifra só tende a crescer, sentencia a importante investigação na qual os autores assinalam como necessária a busca por uma saída política”.