"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Uribe mantém reféns os prisioneiros das FARC

Allende La Paz/ANNCOL


Em uma área de 1.142.000 quilômetros quadrados o governo da Colômbia mantêm cativos os prisioneiros em poder das FARC. É a superfície da Colômbia. E é assim porque impede as FARC de entregá-los à ‘Caravana Humanitária’.

Isso se deduz das últimas ações da administração de Uribe Vélez. Quando as FARC prometeram ao mundo todo a entrega de 2 prisioneiras e de Emmanuel, Uribe fez até o indizível para sabotar a entrega.

Os delegados internacionais suportaram o assédio dos militares que teriam a missão de ‘protegê-los’. Hoje sabemos que eram ‘vigiados’ pelos seus ‘protetores’. Separados em dois grupos. Militares até nos lugares mais inverossímeis, até ao ir fazer suas necessidades mais íntimas. Havia aviões ‘fantasmas’ voando a cada certo tempo rastreando a região (lembre-se que os três espiões militares estadunidenses em poder das FARC foram derrubados de um avião semelhante). Havia escutas nos aposentos.

Enquanto Uribe passeava como um tigre enjaulado em sua propriedade ‘El Ubérrimo’. Toda sua equipe estava ‘elaborando’ como evitar a movimentação das FARC. E o incômodo era maior ao pensar que em Bogotá, no dia seguinte, seria empossado como Prefeito um membro do PDA que havia sido claro em seu pronunciamento a favor do Acordo Humanitário e da Paz com as FARC, eleito contra a vontade do presidente.

Esta era uma operação – desenhada e levada à prática pelos ‘assessores’ estrangeiros – que pretendiam saber para onde se dirigiam as aeronaves que levariam os delegados internacionais. Com o fim de lhes dar o golpe final e assassiná-los, para demonstrar o quanto sanguinárias são as FARC. Assim é o pensamento de Álvaro Uribe Vélez, de seu ministro da Guerra “O Hiena” Santos, de sua corte de eunucos mentais e de seus ‘assessores’ estadunidenses.

Mas como as FARC sabem de tudo e às vezes de algo mais, ou quiçá pelo imponderável que nunca faltam na incerteza de uma vida guerrilheira – ou pelo bombardeio indiscriminado em uma área infestada não por mosquitos, mas pelos 20.000 soldados do estado colombiano, pelas operações militares, se foi atrasando o momento adequado para a entrega das prisioneiras ou retidas.

Diante de tal situação e acreditando que a demora se devia a um estratagema das FARC, o presidente Uribe se atirou e se atirou por inteiro. Não agüentava seu nervosismo. Foi a Villavicencio e lançou ali, diante dos delegados internacionais uma série de estupidez tendente a demonstrar que as FARC são sanguinárias, que não cumprem com sua palavra, para em seguida meter-lhes medo dizendo que o governo não ‘garantiria a segurança na área’, na própria Villavicencio. Uma cidade completamente militarizada! Ou será que o medo os acompanha até nos lugares em que estão rodeados de seus ‘militares’?

O jornal El Clarín informou que o ex-presidente Kirchner disse: “Vós sois audazes! Se essa história chegar a ser falsa vai ser um papelão para vós”. E segundo o diário argentino “o presidente colombiano o olhava impávido e fazia exercícios de relaxamento. Passava a mão por cima da cabeça e esticava o pescoço lentamente, para um lado e para o outro”. Era evidente o estado de tensão em que estava. O stress o teria minado por dentro.

Reféns do governo Uribe. O objetivo de Uribe Vélez não poderia estar mais claro. Sabotar o que deu lugar para a entrega dos prisioneiros. Aquí não foi uma simples batida na mesa de Chávez e Piedad. Não. Aquí lançou um petardo de alto poder. Segundo ele, Emmanuel não estava em poder das FARC.

A pergunta é se não estava em poder das FARC, onde estaria? Segundo Uribe estaria na ICBF. Mas se já teria essa informação, e havia podido verificá-la com a família de Clara mediante provas de DNA, a outra pergunta é “por que Uribe não permitiu a liberação das 2 prisioneiras, Clara e Consuelo?”.

Porque a verdade é que se Emmanuel – suponhamos que seja verdade, pela razão que seja – estava na ICBF, o seguinte objetivo era realmente o resgate das duas mulheres, Clara e Consuelo. E o que fez Uribe Vélez depois de lançar a bomba na mesa dos delegados internacionais? Simples. Se foi. Como o piloto que soltou a bomba contra Hiroshima. Tranquilamente, perversamente.

Com isso está demonstrado que a causa dos prisioneiros em poder das FARC importa a Uribe menos que um pingo. E mais, que as FARC podem fazer com os prisioneiros o que bem entenderem, sem que a administração de Uribe mova um dedo. E se o mover é para apertar o gatilho para assassiná-los, como perversamente estava dentro dos cálculos uribistas e como fez com os deputados do Valle.

Em conseqüência, Clara e Consuelo estavam a um passo da liberdade e agora passaram a ser retidas pela administração de Uribe e têo seu cárcere por todo o território nacional. E se isso ocorre com duas mulheres da própria classe social, que será dos prisioneiros que são ‘bucha de canhão’ – como os militares -? Essa é a verdadeira face de Álvaro Uribe Vélez: Psicopata e sociopata ao mesmo tempo. E ambas as características de uma imensa perversidade.

Nosso Libertador disse em carta a Santander, em 10 de outubro de 1820: “A paz será meu porto, minha glória, minha recompensa, minha esperança, minha fortuna e quanto é preciosa no mundo”.


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