O giro da França sobre a questão humanitária
De 180 graus. O interesse pela troca humanitária estava focalizado em Ingrid Betancourt. Livre, sua mídia ‘francófona’, mudam seus propósitos ‘humanitários’. Ignorar os esforços das Farc é um despropósito, diplomaticamente falando.
Anncol
É a leitura que qualquer um pode fazer sem muito esforço. É um verdadeiro balde de água fria para os que ainda se mantém em cativeiro.
Um ligeiro sabor a pressão indevida. “Enquanto mantenham estes seqüestrados seguirão na lista de organizações terroristas e nós, enquanto comunidade internacional, não podemos escutar a mensagem política que eles dizem que têm, enquanto tenham um comportamento de organização terrorista”, disse o embaixador francês em Bogotá, Jean Michel Marlaud, ao meio de comunicação empresarial Caracol, um dos organizadores da marcha de 28 de fevereiro.
Uma vez livre, sua mídia ‘francófona’, muda seus propósitos ‘humanitários’. O certo é que Ingrid e os outros detidos em poder das Farc ficaram livres graças à traição de ‘Cesar, o Gafas e Isaza’, segundo o publicado por esta organização insurgente, não quer dizer que o mesmo acontecerá com os 28 restantes.
Os que conhecem as Farc não duvidam em reconhecer sua firmeza política e ideológica, sua transparência e seriedade na hora de tomar decisões para fazer acordos duradouros. Uribe tentou chantagear as Farc com a ‘não-extradição’ de Simón Trinidad, mas nada disso se cumpriu.
Um país estrangeiro não pode reeditar a mesma linguagem e comportamento infame do presidente Uribe Vélez. “A única maneira de recuperar um espaço político é liberar os seqüestrados, todos os seqüestrados de maneira unilateral, sem condição, e tomar a decisão de não seqüestrar mais”, afirmou o embaixador.
Ignorar os esforços das Farc é um despropósito, diplomaticamente falando. Raúl Reyes, chanceller das Farc, em meio a gigantescos operativos militares, procurava sempre manter os contatos com os funcionários franceses para que mediassem no assunto do Intercâmbio de todos os prisioneiros. Mataram Reyes com um míssil made in USA e mantém Trinidad em confinamento em uma masmorra gringa.
Parece que Paris se esquece disso.
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