URIBE TENTA SE DESVINCULAR DA DMG
"O Chefe de Estado colombiano, Álvaro Uribe Velez, disse que entregará a Edgardo Maya Villazón, na Procuradoria Geral da Nação, a declaração juramentada de cada um de seus filhos, Jerónimo Uribe Moreno e Tomás Uribe Moreno, para mostrar que não há qualquer relação entre os membros da sua família e as chamadas pirâmides, logo depois de surgirem indícios de vínculos entre o Governo e a comercializadora DMG".
por Agência Bolivariana de Notícias - ABN
Bogotá, 26 Nov. ABN.- O Chefe de Estado colombiano, Álvaro Uribe Velez, disse que entregará a Edgardo Maya Villazón, na Procuradoria Geral da Nação, a declaração juramentada de cada um de seus filhos, Jerónimo Uribe Moreno e Tomás Uribe Moreno, para mostrar que não há nenhuma relação entre os membros de sua família e as chamadas pirâmides, depois que surgissem pistas de vínculos entre o Governo e a comercializadora DMG.
“Entregarei todas as minhas declarações de renda; desde a primeira, que fiz em minha juventude, até a última”, disse, Álvaro Uribe Velez, segundo o diário El Espectador.
O Presidente Álvaro Uribe Velez esclareceu que nenhum dos seus filhos, Jerónimo Uribe Moreno e Tomás Uribe Moreno, esteve relacionado com atividades ilícitas e que, ao contrário, são homens de trabalho, honestos e sérios, e que por isso também dará a conhecer as declarações dos mesmos.
ESTREITA-SE O CERCO A URIBE
O secretário-Geral da Presidência, Bernardo Moreno Villegas, tentou distanciar-se do segundo nome mais importante da sigla DMG, Daniel Ángel Rueda, filho de seu primo-irmão.
Bernardo Moreno Villegas não explica por que não denunciou ou advertiu as atividades criminosas à Promotoria Nacional, como era sua obrigação como cidadão e como funcionário de alto cargo.
Bernardo Moreno Villegas negou categoricamente a versão que ele tenha sido a ponte para que Daniel Ángel Rueda se encontrasse com Jerónimo Uribe Moreno, filho do presidente Álvaro Uribe Velez.
O funcionário Bernardo Moreno Villegas também negou repetidamente ter auxiliado outra reunião entre o Secretário de Imprensa do Presidente Álvaro Uribe Velez, César Mauricio Velasquez, e o proprietário do grupo DMG. Disse ainda que sequer ouviu falar desse evento.
Bernardo Moreno Villegas reafirmou que não tem por que responder pelas ações de todos os seus familiares delinqüentes e confessou que se viu forçado a revelar o seu parentesco com Daniel Ángel Rueda antes que a imprensa descobrisse e divulgasse à opinião pública.
AFASTA-SE A VIABILIDADE DA REELEIÇÃO
Nesta terça-feira dois representantes da Câmara pelo Partido Conservador, Orlando Guerra e Miriam Paredes, retiraram o apoio à proposta de um debate acerca de um novo mandato de Uribe.
Orlando Guerra, representante pelo departamento de Putumayo, um dos mais golpeados pela fraude em massa que levou à ruína a centenas de milhares de poupadores, disse que seus eleitores lhe exigiram que votasse contra o referendo.
Miriam Paredes, vice-presidenta do Diretório Nacional Conservador, revelou que em Nariño, departamento que representa, a população também pediu que ela votasse contra.
Além disso o Procurador Geral, Edgardo Maya, ordenou que o Conselho Nacional Eleitoral verificasse de onde saíram os fundos com os quais se recolheram mais de cinco milhões de assinaturas no país para apoiar o referendo pela reeleição de Álvaro Uribe Velez.
O Partido Liberal solicitou ao Procurador que exija ao comitê promotor do referendo a relação de doadores, sejam pessoas ou instituições, e informar ainda se o total recolhido, mais de dois bilhões de pesos, viola o limite máximo previsto pela lei.
Segundo versões divulgadas pela imprensa, uma das doadoras da campanha foi a empresa Provitec, subsidiária da DMG, a maior de todas as empresas ilegais especializadas em “captar” dinheiro.
UMA CRISE QUE SE ESTENDE
Enquanto isso, a crise econômica provocada pela fraude em massa das pirâmides, entre elas a provocada por David Murcia Guzmán e a sigla DMG, que para muitos agravou-se com a errática atuação do governo Álvaro Uribe Velez, aprofunda-se em várias regiões do país.
Em Mocoa, capital do departamento de Putumayo, continua paralisado o transporte há uma semana, os comércios estão fechados e começam a faltar alimentos enquanto se mantêm os protestos contra o governo de Álvaro Uribe Velez.
Nesta terça-feira, ao intervir no Congresso, a senadora Cecilia López, do Partido Liberal, assegurou que as perdas pela crise, em termos econômicos, podem superar os 2,7 trilhões de pesos (mais de 350 bilhões de dólares).
A senadora informou ainda que nos departamentos mais afetados pela crise das pirâmides a economia pode cair em torno de 11%.
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