"Um segundo 11 de setembro": Parte integral da doutrina militar dos EUA
"O segundo 11 de Setembro": Perspectiva histórica
A presunção de um segundo 11 de Setembro tornou-se uma parte integral da doutrina militar dos EUA. A América está sob ataque. Os militares estado-unidenses têm de responder de forma antecipada.
Imediatamente após as operações de invasão do Iraque terem sido postas em marcha, várias medidas de segurança nacional foram postas em acção, focando-se explicitamente na eventualidade de um segundo ataque aos EUA. De facto, estes procedimentos foram lançados em simultâneo com a primeira fase dos planos de guerra contra o Irão em Maio de 2003, sob a Operação Teatro de Guerra Irão a Médio Prazo (Operation Theater Iran Near Term – TIRANNT) . (Ver Michel Chossudovsky, "Theater Iran Near Term" (TIRANNT), Global Research, 21 de Fevereiro de 2007).
O papel de um "Evento produtor de vítimas em massa"
O antigo comandante da CENTCOM, general Tommy Franks, numa entrevista para uma revista em Dezembro de 2003, destacou um cenário que descrevia como um "evento produtor de vítimas em massa" em solo americano [um Segundo 11 de Setembro]. Implícito na declaração do general Franks estava a noção e crença que mortes civis eram necessárias para consciencializar as pessoas e juntar apoio público à "guerra global contra o terrorismo":
"[Um] evento terrorista, produzindo vítimas em massa, [ocorrerá] algures no mundo ocidental – pode ser nos Estados Unidos da América – que levará a nossa população a questionar a própria Constituição e a começar a militarizar o país para evitar a repetição de outro evento causador de vítimas em massa." (Entrevista do general Tommy à Cigar Aficionado, Dezembro de 2003)
Franks aludia obliquamente a um "Segundo 11 de Setembro", que seria usado para galvanizar a opinião pública dos EUA em apoio da Lei Marcial.
O "evento terrorista produtor de vítimas em massa" foi apresentado pelo general Franks como um ponto de viragem política crucial. A crise e os tumultos sociais resultantes das mortes civis facilitariam uma grande mudança nas estruturas políticas, sociais e institucionais dos EUA, levando à suspensão do governo constitucional. (Ver Michel Chossudovsky, Directiva de Bush Directive para uma "Catastrophic Emergency" in America: Building a Justification for Waging War on Iran? Global Research, June 24, 2007)
Operação Northwoods
O conceito de "evento produtor de vítimas em massa" resulta de planeamento militar. Em 1962, os chefes dos estados-maiores militares visualizaram um plano secreto intitulado "Operação Northwoods", que deliberadamente despoletaria mortes de civis entre a comunidade cubana em Miami ( i.e. "encenar o assassinato de cubanos habitando nos EUA") para justificar a invasão de Cuba:
"Podíamos rebentar um navio americano na Baía de Guantanamo e culpar Cuba," "Podíamos desenvolver uma campanha de terror comunista cubano na área de Miami, em outras cidades da Florida e até em Washington" " listas de mortos nos jornais americanos causariam uma onda de apoio e de indignação nacional." (Ver o agora liberto documento Top Secret de 1962 entitulado "Justificação para intervenção militar dos EUA em Cuba" (Ver Operation Northwoods em http://www.globalresearch.ca/articles/NOR111A.html ).
A Operação Northwoods foi apresentada ao presidente Kennedy. O projecto não foi posto em prática.
Para consultar o Arquivo Northwoods clique aqui
O artigo (na íntegra) encontra-se em Resistir.info.