"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 11 de abril de 2009

Acordo de La Uribe, 25 anos

ACORDO DE LA URIBE. 25 ANOS.

Carlos Lozano Guillén
Jornalista colombiano.

Em 28 de março de 1984, há 25 anos, foi assinado entre o governo de Belisario Betancour e o Secretariado do Estado Maior das FARC-EP, O ACORDO DA URIBE, mediante o qual as duas partes pactuaram um cessar do fogo a partir do dia 28 de maio desse ano.

Além disso, o Acordo incluía outros aspectos importantes como a condena do seqüestro, a extorsão e o terrorismo por parte da guerrilha; e o governo através da Comissão de Paz, se comprometeu a promover a modernização das instituições políticas, a fortalecer a democracia, empreender o caminho das reformas políticas, sociais e econômicas, entre elas a Reforma Agrária. O Acordo, também, estabeleceu as garantias para a atividade política e social democráticas dos integrantes das FARC-EP.

Foi um primeiro ensaio de negociação política com a Insurgência, visando a solução das causas que deram origem ao conflito interno, mediante as reformas necessárias para que fosse aberto o caminho para uma paz estável e duradoura. Desta forma, Belisario reconheceu o caráter político da Guerrilha e a precariedade da democracia colombiana. No entanto, as promessas contidas no Acordo da Uribe, nunca forma aprovadas e, nem sequer, apresentadas ao Congresso da República, como foi o compromisso assinado no inciso 8 do transcendental documento.

Um ano depois, com o cessar de fogo em andamento, as FARC-EP propuseram a conformação da União Patriótica como um projeto democrático de esquerda, ao qual pudesse se incorporar a força guerrilheira, no momento em que fosse assinada a paz estável, com democracia e justiça social. Essa proposta foi a maior demonstração de vontade política de paz da Guerrilha para estabelecer um pacto entre o Estado e o principal movimento insurgente.

A experiência de La Uribe foi muito importante para o povo colombiano. Hoje, está sendo quase esquecida pela classe dominante porque, ainda, significa para ela um escárnio pela sua mesquinhez e seu inocultável recurso à violência no exercício do poder. A história real tem sido falsificada e reduzida à discussão trivial da “combinação das formas de luta” dos comunistas, convertida por ela (a classe dominante) em pretexto para o extermínio criminal.

Lembremos que antes de lançar o projeto político de esquerda no qual participaram destacamentos civis não armados como o Partido Comunista, setores sociais e também setores democráticos dos partidos tradicionais, já os militaristas e a embaixada ianque sabotaram o diálogo argumentando o pretexto da narcoguerrilha e da impossibilidade dos terroristas entrarem na política. A classe dominante deixou mais evidente do que nunca sua sempiterna decisão de pretender impor a paz através da força, negando assim, qualquer avanço democrático e social. O pior é que a história se repete uma e outra vez. Vinte e cinco anos depois o país está no mesmo.