Uribe só autoriza
a Cruz Vermelha e a Igreja para contatos com as FARC
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, informou ontem que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e a Igreja são as únicas instituições autorizadas a fazer contato com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para a liberação unilateral do sub-oficial do Exército Pablo Emilio Moncayo.
Destaca uma informação de Prensa Latina que com essa declaração, Uribe parece que descarta a participação da Senadora liberal Piedad Córdoba, quem encabeça um amplo grupo da sociedade civil em favor do intercâmbio humanitário e mantém um diálogo epistolar com as FARC, a fim de achar uma solução para o conflito.
Foi precisamente a Senadora Piedad a quem as FARC anunciaram o passado 16 de abril em um Comunicado que liberariam unilateralmente a Moncayo.
Durante uma alocução transmitida pela televisão estatal Sinal Colômbia, Uribe disse que não permitirá que 'essas liberações se convertam em u festim politiqueiro'.
Recentemente, a Senadora Córdoba denunciou que a pressão militar que exerce o governo contra as FARC põe em risco a vida e a liberação unilateral de Moncayo e outros detidos.
Alertou que o governo 'está enfocado em realizar uma segunda Operação Xaque' e por isso mantém um constante acosso militar na zona onde supostamente encontram-se os detidos.
A Senadora referiu-se assim à operação do Exército na qual foram resgatados a colombo-francesa Ingrid Betancourt, três estadunidenses e onze uniformizados colombianos em 2 de julho de 2008.
'Dispormos de informações muito sérias em torno da existência de uma espécie de Operação xaque, o qual põe em grave risco a vida do filho do professor Gustavo Moncayo e de outras pessoas. Isso sim, já não é nossa responsabilidade', advertiu a SenadoraCórdoba.
As FARC anunciaram o passado 16 de abril em um Comunicado a liberação unilateral do militar, no qual também insistem na necessidade de um acordo humanitário para encontrar uma solução ao conflito interno.
'Ante a reiterada solicitude da Senadora Piedad Córdoba, de Colombianas e Colombianos pea Paz, do professor Moncayo e dos presidentes Rafael Correa (Equador) e Hugo Chávez (Venezuela), anunciamos nossa decisão de liberar unilateralmente o Cabo Pablo Emilio Moncayo', disse a missiva.
No Comunicado, as FARC afirmam claramente que entregarão o militar a uma comissão encabeçada pela Senadora Piedad o Professor Gustavo Moncayo, pai do detido, uma vez organizados os mecanismos que possam garantir a segurança da Operação.