Fala irmão do Presidente Fernando Lugo
Eis a entrevista.
-Pompeyo Lugo, qual é sua opinião sobre a situação que vive o presidente?
Tudo o que estamos vendo e ouvindo forma parte do roteiro de uma guerra suja, uma tentativa de golpe de Estado encoberto.
-Quem está por trás desta guerra suja?
O crime organizado internacional, o narcotráfico, o narcoterrorismo, os contrabandistas de armas, os falsificadores, os contrabandistas de cigarros e os lavadores de dinheiro. Com Lugo, acabou o roubo no Paraguai, e todas essas pessoas roubaram demais nos últimos anos.
-Mas tudo começou com a denúncia de dois advogados de Viviana Carrillo...
Isso é falso. Viviana nunca apresentou pedido de paternidade. Foi a apresentação de uma tia dela, uma pessoa endividada, que contratou advogados que antes de recorrerem à Justiça pediram US$ 1 milhão ao presidente para manter silêncio. Querem destruir o presidente, mas isso não vai acontecer, porque o povo paraguaio está apostando na mudança, na vida e no amor.
-A tia foi paga para fazer a denúncia?
Por parte do presidente ela não recebeu dinheiro, não posso afirmar mais nada. Foi denunciado que a quinta mulher recebeu oferta de dinheiro para fazer a denúncia. Este é um golpe de Estado encoberto, que poderá ter consequências na região, porque estamos tentando, por exemplo, frear o contrabando de armas para o Brasil.
-Acredita na possibilidade de impeachment?
Esse é o objetivo dos golpistas. A ameaça existe, porque alguns congressistas são amigos de pessoas que fazem negócios ilegais.
-O senhor diz que é um assunto privado, mas Lugo era bispo quando Viviana engravidou...
Ele disse que foi um momento de fraqueza, mas também foi um momento de grandeza. Ele queria ser amado, queria amar, ela também, já com 23 ou 24 anos, tenho certeza que ambos decidiram ter esse filho. Também decidiram manter essa relação e esse filho no âmbito privado, porque ela é solteira e ele, um homem público.
-O que acha de Benigna Leguizamón?
É uma provocadora, e se o que diz é verdade deveria ser tratada por desequilíbrio emocional. Não acredito que tenha um filho dele.
-O senhor sabia da existência do menino?
Nossa família sabe guardar segredos, a vida privada é muito discreta. Não sabia nada.
-Ficou surpreso?
Não, porque é um homem vital e forte, me surpreendia é que não tivesse filhos.
-Mas o presidente era bispo...
Ele renunciou em 2004 e em 2005 a renúncia foi aceita pelo Papa (Lugo renunciou à Diocese de San Pedro em 2005, pediu a liberação de seu estado clerical em 2006, mas só obteve a dispensa no ano passado). Teria sido uma pena que essa árvore tivesse morrido sem plantar sequer uma semente.
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Em entrevista publicada no jornal Página/12, 25-04-2009, Pompeyo Lugo, afirma "ter um filho não é pecado mortal nem está proibido pela Constituição nem pelas leis". O pastor acrescentou que "não aceita o celibato porque creio na natureza humana e entendo que isso é o deve ter a primazia".