"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Rompero o bloquio da mídia:

Simón Trinidad na memória dos povos

Por Yolanda Castro

Simón Trinidad disse ao lembrar a biografia escrita de Nelson Mandela: "quem dita a forma da luta é o opressor e nunca o oprimido". É Colômbia um país que em toda sua história tem tido uma oligarquia governante que tem imposto sua organização política e consolidado sua estrutura econômica mediante o terror.

A horrorosa política contra-insurgente que aplicada por Álvaro Uribe desde o ano 2002, denunciada por organismos internacionais e associações de reconhecido prestigio na luta e defesa pelos direitos humanos, não é uma nova estratégia para consolidar um Estado criminoso de direito, mas o arraigo das técnicas especializadas e aperfeiçoadas através do tempo, na sucessão e alternância do poder estabelecido.

Poucos lembram que em maio de 1984, as FARC-EP tomaram a transcendental decisão de propor e iniciar uma trégua. Produto da suspensão da atividade insurgente e de posteriores acordos de paz com o governo do presidente Belisario Betancour, o movimento guerrilheiro confluiu na organização da União Patriótica. Todos os acordos de trégua e paz foram rompidos, única e exclusivamente como conseqüência das provocações criminais do militarismo, aliado do narcotráfico latifundiário, que inicia, primeiro, o assassinato seletivo de determinados dirigentes políticos e que a seguir continua com massacres coletivas de toda sua base social, amparados e legitimados pelos sucessivos governos colombianos que, com a ajuda e no marco de uma nova estratégia impulsionada pelos setores ultra-direitistas norte-americanos, iniciaram o desprestígio de todo o Movimento Guerrilheiro vinculando-o ao narcotráfico e incluindo-o no conceito nas listas de organizações terroristas.

Apesar de todas as campanhas da grande mídia contra as FARC-EP e apesar, igualmente, de que o líder guerrilheiro Simón Trinidad é seqüestrado em território equatoriano, com a violação flagrante dos princípios essenciais do Direito Internacional Público, e extraditado pela Colômbia para EUA., seu juízo, no qual infringiram todos os princípios democráticos fundamentais de presunção de inocência e de direito a um processo judicial com todas as garantias, resultou nulo porque os cidadãos estadunidenses que formaram parte do jurado mantiveram posições irreconciliáveis durante as deliberações de considerar-lo um terrorista e um narcotraficante e não puderam chegar por três vezes a um veredicto por unanimidade.

Simón Trinidad volveu a ser julgado como "conspirador" acusado da captura de três militares estadunidenses cujo avião foi derrubado no sul da Colômbia, em território controlado pela guerrilha. No há uma só prova, sequer, que relacione diretamente a Simón Trinidad com esse feito; simplesmente se tem seguido o fio argumental apresentado pela parte acusadora consistente em imputar ao, nesse momento, negociador e porta-voz das FARC-EP para um possível intercâmbio humanitário, todas as ações atribuídas à Organização Guerrilheira.

A pena que cumpre o líder guerrilheiro nas masmorras do império é por mais de 50 anos, nas piores condições possíveis, em absoluto isolamento e com medidas de controle e submetimento mais refinadas, similares às aplicadas na base ilegal norte-americana de Guantánamo.

Como conclui a última carta conhecida de Simón Trinidad: "Quando ingressei nas FARC, o fiz ciente de perder a vida ou a liberdade por alcançar uns ideais de justiça social para o povo colombiano e de paz para meu país. Hoje, perdida minha liberdade física, conservo intactos esses ideais, estimulados por outros homens e mulheres (...) gentes que levantam as mesmas bandeiras, porque compartilham as palavras ditas pelo mártir da independência de Cuba, José Martí, quando afirmou: “O que Bolívar não deixou feito, sem fazer está até hoje”. E essa é a tarefa por cumprir pelas pessoas que lutam pela justiça, a meio delas estarão os guerrilheiros e guerrilheiras das Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia – Exército do Povo".

Rompamos o bloqueio da grande mídia que se estende sobre a figura desse combatente revolucionário e exijamos constantemente o que é justo: a liberdade para Simón Trinidad, Sonia, e todos os guerrilheiros e lutadores pela independência, a dignidade e a soberania da Colômbia e de todos os povos do mundo. Que permaneçam sempre em nossa memória.