A QUEM INTERESSA A GUERRA?
Por
Antonia Simón Nariño, integrante da Delegação de Paz das FARC-EP
Se a
guerra produz um mar imenso de miséria, dor, morte, tristeza, fome,
deslocamento, agressões; se sepulta valores e impede o
desenvolvimento pleno da vida; se gera condições cada vez mais
exacerbadas de decadência e ruína inevitável. A
quem, então, interessa a guerra? A quem interessa manter a
maquinaria de morte como se esta fosse uma lição histórica a
honrar?
A guerra
passa a se posicionar como axioma universal e cultural da humanidade
após ser constante e se apresentar como irremediável. Porém a
guerra não é um fenômeno de ficção, é antes de tudo um produto
social e portanto sua terminação e transformação num sentido
ascendente para a humanidade depende somente dos mesmos homens que a
protagonizam; tanto dos que a geraram e impuseram como dos que se
veem impelidos a resistir a ela.
Sim, é
um fato real, como consequência das contradições sociais a guerra
tem marcado o vir a ser histórico da humanidade, ninguém é alheio
a este fenômeno que altera, convertendo-se numa situação imposta.
Os povos participam desta empurrados por necessidade para resistir,
para não desaparecer, é a forma de sobreviver, de não se deixar
extinguir. Porém, isto não significa que a guerra seja a situação
desejada para viver; quem
quer a guerra, a morte, a violência, a fome, a dor, a solidão, a
desolação, o medo, o terror?
A ninguém lúcido lhe surge por vocação o desejo de praticar a
guerra nem, pior ainda, mantê-la, não pode ser esta uma situação
sempiterna.
Agora,
bem, nada se dá da noite pro dia, nem surge porque, se é
imperdoável passar por ingênuos ante o desenlace dos acontecimentos
após a busca da solução do conflito que nossa nação vive,
não se pode ser indiferente à solução dialogada e a sua posterior
execução de transformações, tudo em mãos do povo e para o povo.
Quem
não
quer acabar a guerra contra o povo? ¿Por
acaso as
mulheres
e
homens
do
povo
colombiano, não
querem
o
desfrute do
bem-viver?
¿Quem
deseja
manter a guerra e
se opôr a seu encerramento definitivo e para sempre?
Só,
aqueles que se lucram dela, pois foi convertida por eles num negócio.
Assim de simples.