45 ANOS DE LUTA PELA NOVA COLÔMBIA, A PÁTRIA GRANDE E O SOCIALISMO
Por Juan Leonel
Em 1945 termina a Segunda Guerra Mundial, planejada pelos monopólios capitalistas, para acabar com a nascente União Soviética e, também, fazer um novo reparto territorial e econômico do mundo, método mediante o qual solucionavam as crises econômicas que se apresentavam.
O sistema capitalista saiu mal livrado dessa contenda e essa guerra deixou Europa totalmente destruída. Sua infraestrutura, na qual tinham sido investidos milhões e milhões de dólares foi destruída. O Japão sofreu a destruição de Hiroshima e Nagazaqui, com dezenas de milhares de mortos e o efeito da radioatividades das primeiras bombas atômicas que explodiram sobre a terra, lançadas desnecessariamente pelos EUA.
O Fascismo foi derrotado, mas nenhuma nação ou povo carregou com maior responsabilidade, nem aportou semelhante cota de sangue e sacrifício como a União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), fator fundamental para a derrota do fascismo da Alemanha nazi.
Dos 52 milhões de mortos reportados oficialmente na Segunda Guerra Mundial, 27 milhões foram da União Soviética, dos quais 20 milhões eram civis. Dos 70 milhões de feridos, 40 milhões eram soviéticos, 140 mil povoados e cidades foram destruídas, o 70% da economia dessa nação ficou totalmente devastada, milhões de viúvas e órfãos, epidemias, enfermidades e fome sem precedentes, sofreu a Pátria de Lênin.
Aos quinze países que formavam a URSS somaram-se os países do Este européio, que foram liberados a medida que avançava o Exército Vermelho. O avanço a passo de gigante da Revolução Chinesa, que triunfou em 1949, deu passo à formação do Campo Socialista.
O Império estadunidense saiu fortalecido. O fato de não ter sido atingido nem sequer por uma bomba no seu território, preservando assim toda sua infraestrutura e, portanto, toda sua capacidade industrial e comercial, permitiu-lhe ficar à cabeça dos países desenvolvidos e liderar o sistema capitalista.
Terminada a Segunda Guerra o Império desenhou uma política destinada a impedir que o Socialismo e o Comunismo espalharam sua influência pelo mundo. O primeiro feito do Plano foi a reconstrução da Europa mediante o Plano Marshal, tendo ficado hipotecada e comprometida com seus supostos benfeitores. O segundo, consistiu em montar a contenção do Comunismo através da guerra fria que causou mortes, até no mesmo EUA, onde foram mortos os esposos Rosemberg, entre outros e, milhares e milhares no resto do mundo.
Na Colômbia era sucesso um movimento político e social muito importante. Milhares de operários, estudantes, camponeses e indígenas apoiavam o líder do Partido Liberal, Jorge Eliécer Gaitán, que sem ser socialista e menos ainda, comunista, defendia os interesses do povo em geral. Seu triunfo eleitoral era iminente e a única forma de barrar seu avanço seria matando-o, como efetivamente ocorreu.
Em 09 de abril às 13:30 horas de 1948 Juán Roa acabou com a vida do dirigente político. De imediato se produziu um levante popular sem par na história da Colômbia. Esse levante foi reprimido aos tiros. Não se sabe com certeza quantos morreram esse dia e os seguintes. Uns dizem que mil, outros que quinze mil. Qualquer seja o número, de todas formas aterroriza.
Quem deu a ordem de realizar esse magnicídio? Nesses dias se realizava a IX Conferência Panamericana, a qual fundou a Organização de Estados Americanos (OEA) e desenhou o plano da política anti-comunista para América Latina. Foram milhares e milhares os latino-americanos desaparecidos, assassinados, torturados, perseguidos, encarcerados, todos vítimas dessa macabra política.
O governo colombiano sem ter investigado absolutamente nada, sem fundamento algum jogou a culpa nas costas dos comunistas e, de imediato rompeu as relações com a URSS
Podemos ver a quem beneficiou a morte de Gaitán.
A OEA, organização espúria, nasceu em um mar de sangue do povo colombiano, pois de 1945 a 1953, segundo as estatísticas oficiais, a violência deixou trezentos mil colombianos mortos. Não houve um só investigado, nem detido, julgado e encarcerado por esse genocídio. A CIA que desclassifica documentos a cada dez anos, ainda não tem feito isso com os referentes à morte de Gaitán, ocorrida há mais de mio século.
Em meio desse massacre nasce a insurgência colombiana, que inicialmente tinha como objetivo a defesa da vida e depois, no fragor da luta desenha seu projeto político que leva em conta os interesses mais sentidos dos colombianos.
Em 1953 o movimento guerrilheiro era muito forte e tinha condições para derrubar o governo conservador de Roberto Hurdaneta Arbeláez, mas a oligarquia, que é muito esperta, deu um golpe militar encabeçado pelo General Gustavo Rojas Pinilla. Ele chamou os guerrilheiros a depor as armas, com o qual desmobilizou milhares de insurgentes e conseguiu, ainda, converte-los em perseguidores dos que não aceitaram a desmobilização e eram acusados de serem comunistas.
Rojas Pinilla persegue estudantes, operários, camponeses, declara ilegal o Partido Comunista, cumprindo cabalmente as diretrizes da OEA. Esse General foi deposto em 1957 pela mesma oligarquia que o levou à presidência.
Em 1959 triunfa a Revolução cubana e o Imperialismo decide que de jeito nenhum deixaria surgir outra revolução desse tipo em América Latina. É quando elabora o Plano LASSO e manda que o governo colombiano extermine todos os guerrilheiros que continuassem na ativa liderando organizações populares. Por isso, no Congresso o 'inefável' senador Álvaro Gómez Hurtado apresenta um projeto de lei propondo que sejam atacadas as "Repúblicas Independentes" de Marquetalia, Riochiquito, El Pato e Guayabero.
No ano de 1964 foi deflagrada a agressão militar contra Marquetalia. Mais uma vez o Império e a oligarquia erram. Os guerrilheiros se converteram em heróis dos camponeses e em paradigma dos operários e estudantes.
Não lograram aniquilar os antigos guerrilheiros, pelo contrário, nasceram outros movimentos como o Exército de Liberação Nacional (ELN), o Exército Popular de Liberação (EPL) e outros grupos desaparecidos já.
As FARC-EP fazem seu 45 aniversário com um boletim de vitória, porque de 48 homens e duas mulheres que integraram o pequeno Exército marquetaliano passaram a serem já, milhares de mulheres e homens de armas na mão nas trincheiras bolivarianas lutando contra o regime oligárquico e pro-imperialista, que tem na chefia do governo o fascista e narcoparamilitar Álvaro Uribe Vélez
Essa organização guerrilheira, presente política e militarmente em todas as regiões do país é indestrutível porque recebe o apoio de importantes parcelas de camponeses, operários, estudantes e de milhares de compatriotas que repudiam o regime oligárquico colombiano e lutam pela Nova Colômbia.
Os Planos Colômbia e Patriota financiados e executados pelo Pentágono e a oligarquia colombiana, não têm podido enfraquecer a vontade de luta das guerreiras e guerreiros das FARC-EP que atualmente dando cumprimento ao Plano Militar, realizam centenas de combates causando ao exército 297 mortes e deixando-lhe 340 feridos, por enquanto.
Com seu acionar derrubam o triunfalismo de Uribe que soa mais a desespero por não poder acabar com esses "terroristas" e a engano da opinião nacional e internacional, pois o desejo do Imperio e da oligarquia colombiana de derrotar a guerrilha não tem passado disso: de um desejo.
Denunciemos com força o assassinato de milhares de dirigentes políticos de esquerda, a morte de 2700 líderes sindicais, o massacre de 1700 indígenas, a execução extra-judicial de 1500 jovens que são enganados com oferecimento de emprego, levados para regiões afastadas, assassinados e depois apresentados como guerrilheiros mortos em combate, para cobrar recompensas que paga o governo aos assassinos.
Condenemos o deslocamento forçado de quatro milhões de colombianos, que foram obrigados a deixar suas parcelas, sua vereda, o município, o Departamento ou o país.
Exijamos a libertação de milhares de presos que estão nos cárceres do regime colombiano e a repatriação de centenas de presos extraditados para EUA, entre eles Simón Trinidad (Ricardo Ovidio Palmeira), Sonia (Nayibe Rojas) e Iván Vargas.
Trabalhemos pelo Intercâmbio Humanitário e a solução política do conflito social e armado.
Lutemos pela Nova Colômbia, a Pátria Grande e o Socialismo.