Alba faz reunião urgente e exige restituição imediata de Manuel Zelaya
Reunidos em convocação extraordinária desde ontem em Manágua, Nicarágua, os presidentes que formam a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) decidiram retirar seus respectivos embaixadores de Tegucigalpa. A situação só se normalizará quando o então presidente deposto, Manuel Zelaya, for restituído em seu cargo. O comunicado da Alba foi enviado na tarde desta segunda-feira.
O documento atesta, ainda, que nenhuma parte designada pelo presidente recém-nomeado, Roberto Micheletti, será reconhecida nos países-membros da Alba. "Da mesma maneira, reconhecemos como únicos representantes diplomáticos de Honduras em nossos países, o pessoal designado pelo presidente Zelaya, sob nenhum conceito creditaremos pessoal designado pelos usurpadores".
Com o Golpe Militar concretizado em Honduras, os membros da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América convocaram uma reunião extraordinária para estudar as possibilidades de reverter a situação política no país hondurenho e reforçar o apoio ao presidente deposto, Manuel Zelaya. A reunião teve início ontem, em Manágua (Nicarágua), para onde se dirigiu o mandatário de Honduras, após ser enviado à força pelos militares para Costa Rica.
Os esforços dos países-membros da Alba estão em reunir os países do Grupo do Rio, do Sistema de Integração Centro-americano (Sica), em reuniões que estão agendadas para acontecer, a partir de hoje. As últimas informações enviadas pela Alba davam conta de que a resposta dessas partes foi imediata. Ainda se somaram à iniciativa, a União das Nações Sul-americanas (Unasul), a Comunidade do Caribe (Caricom) e a Organização dos Estados Americanos.
Segundo o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, com a participação desses países será possível obter quorum necessário para debater o Golpe de Estado realizado contra o governo de Honduras.
Em declaração durante a reunião, Zelaya afirmou que "se de hoje em diante os povos terão outra vez medos dos exércitos, com nos anos 80, nada construímos em 30 anos. Se se vai a considerar os "verdes-oliva" como ameaças, definitivamente perdemos o tempo submetendo o pode militar ao poder civil", disse.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, por sua vez, desmentiu que o país esteja enviando tropas para Honduras. "Nunca o faríamos pelo sacrossanto respeito à soberania hondurenha. Estamos aqui para apoiar respeitando o povo de Honduras", disse Chávez.
Em outro comunicado, foi categórico: "Não há negociação possível, exigimos o retorno imediato do presidente Manuel Zelaya.
Forman a Alba: Bolívia, Venezuela, Equador, Cuba, Dominica, Honduras, Nicarágua, San Vicente e Granadinas, e Antigua e Barbuda.
Repercussão internacional
A notícia do golpe de Estado em Honduras gerou repercussão internacional. A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU) não reconheceram o novo governo instalado em Honduras e querem o retorno e a reinstalação de Zelaya à presidência.
Países como Brasil e Argentina emitiram comunicados afirmando que também não reconhecem o governo do Golpe.
Roberto Micheletti, por sua vez, declarou que não teme um isolamento internacional do país. Segundo o atual presidente, nem o mandatário dos Estados Unidos, Barack Obama, nem o da Venezuela, Hugo Chávez, impedirão a transição presidencial de Honduras.
Fonte: adital.com.br