Em poucas palavras
Crime de opinião na Colômbia
Ultimamente escrever para ANNCOL, único veículo escrito francamente de oposição a narcodemocracia de Uribe, tornou-se crime na Colômbia. A captura do professor Miguel Angel Beltrán, de quem não há registro de qualquer artigo com o seu nome, mas que sofre a denúncia de que Camilo Cienfuegos e ele são a mesma pessoa e, pasmem, escrevem para ANNCOL.
Penalizar por escrever para um meio de comunicação como ANNCOL, legitimamente criado, reconhecido e investigado até a exaustão por autoridades decentes e serias (obviamente não colombianas), que de maneira transparente se apresenta em clara oposição ao regime mafioso colombiano, é uma excrecência jurídica típica dos regimes fascistas e totalitários.
Condenar um escritor, jornalista ou artista por utilizar um pseudônimo, recurso estilístico e artístico desde sempre utilizado, é una ignomínia.Questiona-se, onde se configura crime criticar a narcodemocracia colombiana e o seu narcopresidente?
Com Miguel Angel Beltrán comete-se clara violação ao direito à livre manifestação de pensamento e de opinião, sobretudo quando se parte de falsas e distorcidas premissas.
Nossa plena solidariedade ao professor Beltrán, a sua família, amigos e colegas.
Justiça com Cuba
Que se tenha revogado o ato pelo qual foi expulsa injustamente Cuba do seio da OEA em 1962, não a faz menos distante dos interesses latino-americanos. Ao contrário, demonstra claramente que se trata de uma instituição que já cumpriu com o seu penoso ciclo de auspiciar a infâmia por todo o Continente americano. Estamos diante de uma oportunidade histórica para desmascarar publicamente e enterrar essa entidade conhecida como “Ministério das Colônias”.
Fim do bloqueio a Cuba
É fato que Cuba não voltará a OEA. Mas os países latino-americanos devem seguir unidos e mobilizados pelo fim do injusto bloqueio a um povo que aprendeu desde muito cedo a dizer não. A tarefa agora é nesse campo, como bem destacou o chanceler Maduro da Venezuela.
A falência da General Motors
“What's good for General Motors is good for the United States”, (“O que é bom para a General Motors é bom para os Estados Unidos”). Assim rezava o famoso slogan do gigante dos veículos, que na segunda-feira passada anunciou a falência e suspendeu a produção. Agora se dispõe a despedir milhares de trabalhadores e a fechar pontos de vendas e suas filiais, condenando às ruas outros milhares de empregados indiretos. Uma verdadeira tragédia para a classe operária, que sempre paga pelos pratos quebrados da festa. Mas também é um claro aviso de alerta contra a arrogância e o dogmatismo de um sistema econômico injusto e desumano, que já não se sustenta e perdeu a razão de ser.
Em sua página na web de primeiro de junho último, Michael Moore, cujos membros de sua família trabalharam para a GM, disse: “Good bye GM” (“Adeus General Motors”). “Que triste ironia, justamente a companhia que inventou a obsolescência planejada' - ou seja, a decisão de construir carros que se desbaratariam depois de alguns anos, de modo que o cliente tivesse que comprar um novo - encontra-se agora obsoleta”.
Continua Moore, diretor do filme Roger & Me (Roger e Eu) dizendo que a GM “se negou a construir carros que o público esperava, carros mais econômicos e com menor consumo de gasolina, carros seguros como deveriam ser e confortáveis para dirigir. Ah, e que não apresentassem defeitos depois de dois anos. A General Motors teimosamente lutou contra as normas ambientais e de segurança. Seus executivos arrogantes não seguiram os exemplos dos carros japoneses e alemãs, para eles considerados 'inferiores'”.
Lembra ainda como sua terra natal, Flint (Michigan) ficou deserta quando o capitalismo selvagem decidiu fechar a planta onde a GM nasceu, transferindo-se para o México no intuito de pagar salários de fome: “ficaram desempregados milhares de trabalhadores por nenhum motivo concreto ou sequer visando melhorar no curto prazo o balanço financeiro da corporação.
Tudo se iniciou nos anos 1980, justamente quando a General Motors registrava recordes de lucros, removeu inúmeros empregos no México e em outras localidades, destruindo com isso a vida de dezenas de milhares de trabalhadores estadunidenses. Se a estúpida medida consistiu em eliminar os salários de muitas famílias de classe média, como elas seriam capazes de comprar seus carros? A história registrará esse equívoco do mesmo modo que agora escreve sobre os franceses que construíram “A Linha Maginot”, ou como os romanos que sorrateiramente envenenaram seu próprio sistema de aqueduto com o chumbo letal de seus tubos”.
Miami
A corrupção endêmica, o desemprego, a delinqüência sem controle nessa que é considerada a terceira cidade mais perigosa dos Estados Unidos pela revista Forbes; o fanático “exilado” cubano desesperado com o novo governo Obama; o terrorista Posada Carriles envolto em graves problemas legais; os turistas espantados com os maus tratos no aeroporto; um pitoresco juiz que condenou Cuba pelo suicídio de um homem; o padre Alberto Cutié, que cumpriu um papel indigno no caso do menino Elián González, flagrado com una mulher na praia e não precisamente orando.
Essa é a cidade que as elites latino-americanas nos vendem como a cidade modelo. Uma coisa é definitivamente certa: Miami é o modelo de que uma cidade não deve ser. Péssimo exemplo do que aconteceria se os fanáticos da extrema direita o mesmo fizessem em nossa América Latina.
Fonte: anncol.eu