"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 4 de agosto de 2009

A CIA, o tráfico de drogas e a ajuda aos ‘contras’

Domingo, 2 de agosto de 2009.


Para não esquecer: A CIA, o tráfico de drogas e a ajuda aos ‘contras’

Documentos desclassificados recentemente demonstram como a CIA desenvolveu uma estratégia para fornecer armas aos iranianos e passar parte dos lucros à “contra” nicaraguense por meio de uma triangulação com empresários da Arábia Saudita e Brunei. Esta operação foi coordenada pelo tenente-coronel Oliver North, que atualmente tem ‘negócios de segurança’ no Uruguai.
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O Cartel de Medellín, poderosa organização de narcotraficantes colombianos, a meados dos anos oitenta, montou uma estrutura completa em Yucatán para contrabandear cocaína para os EUA, que incluía a compra de uma fazenda de 16.000 hectares, segundo documentos desclassificados recentemente pelo governo norteamericano.

Aparentemente, a organização contou com o apoio da Agência Central de Inteligência (CIA), que por sua vez, protegeu dissimuladamente aos opositores do regime sandinista da Nicarágua, com dinheiro procedente do tráfico de armas e entorpecentes.

Nessa época, os colombianos adquiriram pelo menos uma fazenda para estocar cocaína trazida por mar e ar da Colômbia e reenviá-la para a Florida e Geórgia em pequenos aviões.
La operación fue conocida e incluso auspiciada por la CIA, según documentos hechos públicos recientemente por el gobierno estadounidense, relacionados con el caso `Irán-Contras`.

A operação era do conhecimento e, inclusive, patrocinada pela CIA, segundo os documentos que o governo norteamericano tornou públicos recentemente, relacionados com o caso ‘Irã-Contras’.

O famoso Barry Seal Nesses papeis aparece o nome de Barry Seal, um dos espiões mais famosos dos EUA, como um dos principais informantes da conexão colombiana em Yucatán.
Seal, narcotraficante e espião ao mesmo tempo, foi acusado de introduzir um bilhão de dólares de cocaína no seu país, antes de ser assassinado poucos meses depois de informar sobre a participação desse órgão no tráfico de drogas e das atividades dos colombianos na Península de Yucatán, no México. O caso ‘Irã - Contra’, como foi chamado, foi a maior escândalo político do governo de Ronald Reagan (1981 -1989).

O Congresso dos EUA, naquele tempo, bloqueou a entrega do dinheiro aos ‘contras’, como eram conhecidos os combatentes antisandinistas, e também a venda de armas ao Aiatolá Jomeni, líder espiritual do Irã.

A CIA, sem respeitar o Congresso, desenvolveu uma estratégia para fornecer armas aos iranianos e desviar parte dos lucros para os ‘contra’ nicaraguenses por meio de uma triangulação com empresários da Arábia Saudita e Brunei. Esta operação foi coordenada pelo tenente-coronel Oliver North.

Posteriormente, os apoios financeiros para os ‘contra’ passaram a ser narcotraficantes colombianos que financiaram os combatentes em troca de receber facilidades da CIA e de outras autoridades norteamericanas para introduzir drogas nos EUA.

Seal, experimentado piloto de avião, trabalhou estreitamente com o Cartel de Medellín e conheceu de perto os seus principais dirigentes. Ele mesmo realizou inumeráveis voos aos EUA transportando cocaína.

Revelações mortais No auge do escândalo ‘Irã - Contras’, Seal fez revelações sobre a suposta participação da CIA no financiamento da ‘contra’ com recursos do narcotráfico. Pouco depois apareceu morto, em 1986.

Dois anos depois, quando a Câmara de Representantes dos EUA iniciou uma investigação sobre o caso, o agente do DEA, Ernest Jacobsen, reconheceu diante dos congressistas que Seal era um agente do governo infiltrado no Cartel de Medellín, e que estava a par das operações desse grupo criminoso na Península de Yuacatán.

De acordo com o testemunho de Jacobsen, tornado público recentemente pelo governo norteamericano, Seal participou de uma operação do DEA qualificada como ‘a mais importante investigação na historia do DEA’, que poderia ter levado à prisão dos principais lideres do Cartel de Medellín ‘se Oliver North tivesse percebido todos os detalhes da operação’.

No seu testemunho, Jacobsen disse que Seal havia revelado ao DEA que, entre 1984 e 1986, o Cartel de Medellín ‘teve em Yucatán uma fazenda de 40.000 acres (16.184 hectares, mas o documento não menciona a localização), para armazenar a cocaína colombiana e enviá-la aos EUA em pequenos aviões. Estas aeronaves podiam carregar de quatro até quinhentos pacotes de droga.

O informante do DEA não disse quando essa fazenda teria sido desmontada como base de operações do narcotráfico, mas há indícios da presença dos colombianos em Yucatán até 1990.
Segundo Jacobsen, os colombianos queriam mostrar à CIA a base de operações em Yucatán e os seus depósitos na Geórgia e Florida, habilitadas para estocar cocaína, para se congratular com os EUA, teria dito o agente Seal. Este acordou reunir todos os membros do Cartel de Medellín num lugar onde poderiam ser pressos.

‘E estávamos a ponto de fazer isso, quando a operação começou a desmoronar e Seal morreu’, manifestou Jacobsem no seu testemunho.

Informe explosivo do inspetor geral da CIA

De 1984 a 1986, a CIA preparou de 50 a 100 voos de aviões do Cartel de Medellín para aeroportos norteamericanos, sem que fossem inspecionados pelo Serviço de Alfândega desse país, como parte do acordo entre CIA e os colombianos, segundo os registros de relatório de 410 páginas do inspetor geral da CIA nessa época, Frederick Hitz, que também foi desclassificado.

A Península e vários países da América Central converteram-se em pontos importantes para a baldeação da droga procedente da América do Sul, tanto por via aérea como marítima.

Segundo os documentos desclassificados, a sua proximidade geográfica com os países produtores e aos EUA converteu a Península numa ‘rota natural para o transporte de drogas’. Os milhares de quilômetros de costas sem vigilância, pistas de aterrissagem clandestinas e as fronteiras, sem vigilância, facilitaram a operação. Nessa época os carregamentos de cocaína iam da Península para a Geórgia, Luisiana, Texas, Colorado e Nova Iorque.

Os colombianos que usavam a rota da Península controlavam frotas de pequenos aviões, muitos com complexos sistemas de comunicação. Há indícios de que vários integrantes do Cartel de Medellín permaneceram na Península pelo menos até 1989.

Fichas de delinquentes

Ontem (sábado), na Cidade do Mexico, a Procuradoria Geral da República informou que está reunindo dados para fazer fichas dos perfis psicológicos e criminológicos dos narcotraficantes, a fim de criar novas estratégias para o combate ao crime organizado.

O Cartel de Medellín foi fundado pelos narcotraficantes Fabio Ochoa e Pablo Escobar e perdurou até 1993, com a morte de Escobar. Ochoa atualmente cumpre uma pena de 30 anos numa prisão dos EUA. O Cartel foi considerado ‘uma das organizações criminosas mais sanguinárias e violentas do mundo’. Segundo um informe do DEA incluído no conjunto de documentos oficiais desclassificados e relacionados com o caso ‘Irã – Contras’, os narcotraficantes colombianos usavam o Canal de Yucatán e o Passo da Mona, perto de Porto Rico, como sua principal rota aérea e marítima para contrabandear drogas aos EUA no inicio da década de oitenta.


O plano de Fagoth

A quantidade de cocaína transportada aos EUA através da Península de Yucatán despertou a ambição de outros grupos antisandinistas, como o comandado pelo líder da resistência misquita (povo ameríndio da América Central) Steadman Fagoth.

Uma mensagem via cabo enviada por um agente da CIA no período de 1987 a 1988 aos seus chefes nos EUA revela o que seria um plano de Fagoth, desenhado em 1984, para ‘assassinar os narcotraficantes colombianos que trabalhavam em Yucatán, apropriar-se do carregamento e vendê-lo para financiar as atividades da luta misquita’.

Segundo a CIA, existe a presunção de que Fagoth levou a cabo seu plano e vendeu as drogas.
Esta informação aparece no informativo ‘Report of Investigation’ do Inspetor Geral da CIA, Frederick Hitz, sobre o caso ‘Irã – Contras’, volume I, páginas 187 a 288. - H.C.C.

Yucatecos no Cartel de Medellín

Há indícios de que vários integrantes do Cartel de Medellín permaneceram em Yucatán pelo até 1989.

Após o desmantelamento da fazenda de 16.000 hectares no Estado, o Cartel enviou ao México a Jorge Humberto Chalarica Cortez com a missão de reorganizar o tráfico de drogas da Colômbia aos EUA.

Segundo documentos do DEA da época, Chalarica abriu pistas clandestinas em Sonora, Tamaulipas e Yucatán. Aqui o Cartel de Medellín contatou a vários yucatecos, liderados por Enrique Ferráez Peraza, para receber pequenos aviões carregados de cocaína na pista da sua fazenda Chapultepec, em Tizimín.

Além disso, de 300 hectares aproximadamente, serviu como centro de recepção de drogas e de reabastecimento das aeronaves colombianas.

Além desta fazenda, entre 1988 e 1989, vários yucatecos prestaram assistência aos colombianos no desembarque de droga em Progreso e em pistas aéreas próximas a Holcá, município de Kantunil, ou em delegacias de Yaxcabá, de acordo com os informes públicos do DEA.

A detenção dos yucatecos da fazenda Chapultepec em outubro de 1989, amplamente divulgada pelos jornais, permitiu, poucos dias depois, a prisão de Magdalena Pineda Trinidad, uma mexicana encarregada de lavar o dinheiro do narcotráfico no território nacional.

Segundo o DEA, Magdalena Pineda comprava e vendia propriedades no centro da zona hoteleira de Cancun, e tinha negócios com empresários e políticos yucatercos.
Em novembro de 1989, a Polícia Judicial capturou, na Cidade do México, Chalarica Cortez e seus principais sócios colombianos e mexicanos. Chalarica Cortez, vulgo ‘El Negro’, tinha chegado ao país em fins de 1987 enviado por Gonzalo Rodriguez Gacha, um dos principais chefes do Cartel.

Chegaram junto com outros dois colombianos, Alejandro Bernal e Julio Chagy de la Rosa, morando nos EUA, mas visitantes frequentes da Península. Em dois anos, segundo o DEA, esta célula introduziu nos EUA mais de 50 toneladas de cocaína, procedente, na sua maioria, da Península de Yucatán.

Foente: Diario de Yucatán, México / El Nuevo Diario, Nicarágua