Moção contra escalada militar dos EUA na Colômbia
O deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR) apresentou à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara uma moção que manifesta preocupação com a possível ampliação da presença militar dos Estados Unidos em território colombiano.
onforme acordo em fase final de negociação entre os governos Obama e Uribe, militares norte-americanos poderiam utilizar até sete bases no país sul-americano ao longo dos próximos dez anos.
"A imprescindível luta contra o narcotráfico não justifica essa escalada militarista na Colômbia, que poderá resultar na militarização de conflitos regionais e gerar grande insegurança hemisférica", diz a proposta de Dr. Rosinha, que registra o compromisso do país com uma América do Sul soberana, pacífica e integrada. Os membros da Comissão de Relações Exteriores devem votar a moção na próxima semana.
O pacto entre os dois países permitiria a Washington ampliar de 250 para 1,4 mil o seu contingente militar e civil na Colômbia, e compensaria o recente fechamento da base norte-americana de Manta, no Equador.
Dr. Rosinha aponta que a Colômbia já é o terceiro país do mundo em recebimento de ajuda militar norte-americana, atrás apenas de Israel e Egito. "O acordo reintroduz uma anacrônica lógica da antiga Guerra Fria no contexto regional, além de implicar estímulo a uma indesejável corrida armamentista na América do Sul", avalia.
Conforme dados do Stockholm International Peace Research Institute, a Colômbia é o país da América do Sul que mais gasta com suas forças armadas em proporção ao seu PIB (4%), muito acima dos gastos de seus vizinhos Brasil (1,5%), Venezuela (1,3%), Peru (1,2%) e Equador (2,9%).
Como o acordo foi debatido sem nenhuma consulta aos demais países da região, gerou grande mal-estar diplomático. Álvaro Uribe tem percorrido os países da América do Sul para tentar revertê-lo. "Os países da região já têm maturidade política e diplomática suficiente para resolver seus conflitos mediante negociações regionais, resguardados os princípios da solução pacífica de controvérsias e da não-intervenção", afirma Dr. Rosinha.
Em função do Plano Colômbia —acordo entre Washington e Bogotá de combate ao narcotráfico,em vigor desde 2000—, os norte-americanos já utilizam atualmente bases militares colombianas. Entre as novas instalações que passariam a ser utilizadas estão as bases de Malambo, Apiay e Palanquero.
Há cerca de um ano, o governo dos EUA reativou sua Quarta Frota Naval para atuar no Atlântico Sul, fato que também provocou inquietação entre os chefes de Estado sul-americanos.