Quanto mais dinheiro para o Plano Colômbia, maior é a produção de drogas
ABN (Manuel Alexis Rodríguez)
19/08/2009
Nos últimos anos, o Congresso dos EUA incrementou o orçamento destinado ao financiamento do Plano Colômbia, atingindo os 720 milhões de dólares para o ano de 2009. Além deste investimento, neste ano foi aprovada também 46 milhões de dólares para a infraestrutura de algumas bases militares norteamericanas em solo colombiano, especialmente a de Palanquero.
Se bem que o objetivo do Plano Colômbia é a erradicação do narcotráfico, ocorre o seguinte fenômeno: quanto maior o financiamento, maior é a produção de droga na Colômbia. Os números do escritório da ONU assim o confirmam.
Entretanto, ambos os países assinaram nas próximas semanas um acordo que permitirá aos EUA a utilização de várias bases militares na Colômbia e controlar dez no total.
O assunto gerou o rechaço da grande maioria dos países do continente. Por isso, o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, declarou há alguns dias que o acordo militar não deve preocupar os países da região porque é “necessário e vital para combate o narcotráfico e o terrorismo”.
O problema surge pelo fato de que esse tem sido o mesmo discurso desde 1998 quando foi criado o Plano Colômbia, durante o mandato de Andrés Pastrana na Colômbia e Bill Clinton nos EUA. Ambas as administrações disseram que sua finalidade era combater o crescente narcotráfico no país sulamericano, através de uma enorme influência militar norteamericana e uma injeção de milhões de dólares ao Ministério da Defesa colombiano.
Resultados
Da assinatura desse acordo até hoje, passaram-se onze anos. Segundo a UNODC, durante esse período a Colômbia se converteu no maior produtor de cocaína do mundo e ameaça também se transformar na maior fabrica de heroína da América Latina.
Por sua parte, os EUA, país que diz ser o principal combatente do narcotráfico na América Latina, atualmente é o maior produtor de maconha do mundo e o maior consumidor de cocaína.
Um estudo da Universidade do Mississipi revelou que a maconha é o cultivo que oferece a maior quantidade de divisas aos EUA, com uma produção anual de 10 mil toneladas e um valor superior aos 35 bilhões de dólares, valor que supera os valores da produção de milho e trigo juntos desse país.
Adicionalmente, o segundo país aliado dos EUA na luta contra o narcotráfico na América do Sul atualmente é o Peru, também segundo produtor mundial de cocaína, segundo a UNODC.
Inclusive, dado o incremento de cultivos de coca na nação inca, o organismo prevê que, para os anos de 2011 ou 2012, o Peru chegará a ser o primeiro produtor mundial, como já foi nos anos oitenta.
O relatório da UNODC destaca que em 2005, a superfície de cultivos de coca no Peru era de 48.200 hectares, em 2008 chegou a 56.100 hectares e, segundo as previsões para 2012, atingirá algo próximo dos 75 mil hectares.
Então, enquanto o orçamento anual de Washington destinado ao Plano Colômbia e a suposta luta contra o narcotráfico na América Latina crescem, o país que financia o projeto (EUA) e o que recebe o investimento (Colômbia), gozam do maior descrédito na matéria e os sues povos são os mais afetados pelo fenômeno.
Para confirmar, o vice-presidente do Grupo Venezuelano do Parlamento Latinoamericano, deputado Carolous Wimmer, informou a alguns dias, que o Congresso dos EUA aprovou para o período 2009, um orçamento de 520 milhões de dólares ao Departamento de Estado e outros 200 milhões ao Departamento de Defesa, somente para operações do Plano Colômbia.
Enquanto isso, a Venezuela, país que os EUA qualifica como aliado do narcotráfico, é considerada pela UNODC como uma nação com uma “política consequente na luta contra o tráfico de drogas”.
O diretor geral da Oficina Nacional Antidrogas (ONA), coronel Néstor Reverol, destacou que o último relatório da ONU informa que a Venezuela, sendo um país de trânsito e com uma política antidrogas afastada dos EUA, nos últimos quatro anos é o terceiro país entre os de maior apreensão de drogas no mundo e o segundo na América do Sul.
De toda essa situação, no seio da opinião pública ainda há algumas interrogantes sem resposta. Quais países realmente combatem o narcotráfico? Qual é o verdadeiro objetivo do Plano Colômbia? Que operações são financiadas com esse dinheiro? Por que paralelamente se incrementam os ataques contra a Venezuela e ao orçamento do Plano?
Nos últimos anos, o Congresso dos EUA incrementou o orçamento destinado ao financiamento do Plano Colômbia, atingindo os 720 milhões de dólares para o ano de 2009. Além deste investimento, neste ano foi aprovada também 46 milhões de dólares para a infraestrutura de algumas bases militares norteamericanas em solo colombiano, especialmente a de Palanquero.
Se bem que o objetivo do Plano Colômbia é a erradicação do narcotráfico, ocorre o seguinte fenômeno: quanto maior o financiamento, maior é a produção de droga na Colômbia. Os números do escritório da ONU assim o confirmam.
Entretanto, ambos os países assinaram nas próximas semanas um acordo que permitirá aos EUA a utilização de várias bases militares na Colômbia e controlar dez no total.
O assunto gerou o rechaço da grande maioria dos países do continente. Por isso, o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, declarou há alguns dias que o acordo militar não deve preocupar os países da região porque é “necessário e vital para combate o narcotráfico e o terrorismo”.
O problema surge pelo fato de que esse tem sido o mesmo discurso desde 1998 quando foi criado o Plano Colômbia, durante o mandato de Andrés Pastrana na Colômbia e Bill Clinton nos EUA. Ambas as administrações disseram que sua finalidade era combater o crescente narcotráfico no país sulamericano, através de uma enorme influência militar norteamericana e uma injeção de milhões de dólares ao Ministério da Defesa colombiano.
Resultados
Da assinatura desse acordo até hoje, passaram-se onze anos. Segundo a UNODC, durante esse período a Colômbia se converteu no maior produtor de cocaína do mundo e ameaça também se transformar na maior fabrica de heroína da América Latina.
Por sua parte, os EUA, país que diz ser o principal combatente do narcotráfico na América Latina, atualmente é o maior produtor de maconha do mundo e o maior consumidor de cocaína.
Um estudo da Universidade do Mississipi revelou que a maconha é o cultivo que oferece a maior quantidade de divisas aos EUA, com uma produção anual de 10 mil toneladas e um valor superior aos 35 bilhões de dólares, valor que supera os valores da produção de milho e trigo juntos desse país.
Adicionalmente, o segundo país aliado dos EUA na luta contra o narcotráfico na América do Sul atualmente é o Peru, também segundo produtor mundial de cocaína, segundo a UNODC.
Inclusive, dado o incremento de cultivos de coca na nação inca, o organismo prevê que, para os anos de 2011 ou 2012, o Peru chegará a ser o primeiro produtor mundial, como já foi nos anos oitenta.
O relatório da UNODC destaca que em 2005, a superfície de cultivos de coca no Peru era de 48.200 hectares, em 2008 chegou a 56.100 hectares e, segundo as previsões para 2012, atingirá algo próximo dos 75 mil hectares.
Então, enquanto o orçamento anual de Washington destinado ao Plano Colômbia e a suposta luta contra o narcotráfico na América Latina crescem, o país que financia o projeto (EUA) e o que recebe o investimento (Colômbia), gozam do maior descrédito na matéria e os sues povos são os mais afetados pelo fenômeno.
Para confirmar, o vice-presidente do Grupo Venezuelano do Parlamento Latinoamericano, deputado Carolous Wimmer, informou a alguns dias, que o Congresso dos EUA aprovou para o período 2009, um orçamento de 520 milhões de dólares ao Departamento de Estado e outros 200 milhões ao Departamento de Defesa, somente para operações do Plano Colômbia.
Enquanto isso, a Venezuela, país que os EUA qualifica como aliado do narcotráfico, é considerada pela UNODC como uma nação com uma “política consequente na luta contra o tráfico de drogas”.
O diretor geral da Oficina Nacional Antidrogas (ONA), coronel Néstor Reverol, destacou que o último relatório da ONU informa que a Venezuela, sendo um país de trânsito e com uma política antidrogas afastada dos EUA, nos últimos quatro anos é o terceiro país entre os de maior apreensão de drogas no mundo e o segundo na América do Sul.
De toda essa situação, no seio da opinião pública ainda há algumas interrogantes sem resposta. Quais países realmente combatem o narcotráfico? Qual é o verdadeiro objetivo do Plano Colômbia? Que operações são financiadas com esse dinheiro? Por que paralelamente se incrementam os ataques contra a Venezuela e ao orçamento do Plano?