Sobre mentiras, montagens, baixarias...
Por Miguel Angel.
Fonte: www.farc-ejercitodelpueblo.org/
Os generais colombianos se encontram empenhados em limpar a imagem do exercito. Querem apresentá-lo como a força armada que representa a nacionalidade e defende o interesse de todos os colombianos. Homens que estão dispostos a dar a vida por seus compatriotas dizem com freqüência em seu afã de elevá-los a categoria de heróis. Nada mais distante da verdade real e histórica.E nada mais absurdamente contraditório.
Só o esforço de montar semelhante campanha fala por si mesmo.
As tropas estão por toda parte, em campos e cidades, nos locais mais remotos, nas capitais. Ou seja, estão presentes onde existe uma comunidade.Em contato permanente com a população.As comunidades têm a oportunidade de observar de forma direta e pessoal, a conduta e o papel da tropa. Por que convencê-las, então, da bondade de sua missão? Para que fazem propaganda se seu comportamento é exemplar?
Decidiram consagrar 2009 ao que chamam de ano do respeito aos Direitos Humanos. A força midiática nesse sentido é enorme.Trata-se de divulgar o esforço para que seus homens respeitem a população das áreas de conflito. Dizem que têm uma escola de Direitos Humanos em Tolemaida e que assinaram convênios com o SENA para capacitação de cem mil homens, nesse trabalho, durante esse ano. Tais manifestações não são o melhor testemunho de que a arbitrariedade e o comportamento selvagem são constantes na conduta de seus oficiais e soldados?
O inspetor geral do exercito afirma que está sendo ensinado a seus homens o respeito aos combatentes e em conseqüência das execuções extrajudiciais, os falsos positivos, são já coisas do passado. Isso surpreende se levarmos em conta que a maioria das vítimas das execuções extrajudiciais são precisamente da população civil não combatente. Não vou me referir aos casos tão freqüentes de guerrilheiros rematados covardemente pela tropa. Porém, a experiência nesse sentido é estarrecedora.
É direito dos heróis´ de Uribe se dedicarem á pratica repugnante de tirar as roupas das guerrilheiras mortas em combate para fazer uma série de obscenidades em seus órgãos genitais.?
A verdade é que temos na Colômbia forças armadas oficiais selecionadas e forjadas de tal maneira na doutrina ianque da Segurança Nacional que devido a seu comando têm que montar a parafernália publicitária para demonstrar o contrário. As teses do inimigo interno, de secar a água do peixe, da neutralização preventiva dos objetivos de guerra, têm sido e continuam sendo o dogma central na capacitação dos homens encarregados da segurança interna e externa na Colômbia. Esses fatores são a fonte da mesma guerra, de tanto horror padecido pelo povo e do terror institucionalizado.
Os ditosos heróis não passam de criações publicitárias. Em primeiro lugar, o mesmo alto comando militar que fala sobre eles, oculta que essas baixas estejam ocorrendo. Os generais negam as ações militares da insurgência, elas não existem para a grande mídia. Preferem trocar a expressão “militares mortos em combate” pela de “pessoas assassinadas”, com o fim de negar a confrontação. Nem sequer se comovem pela sorte de seus prisioneiros de guerra. Em segundo lugar, porque seus heróis são como Mario Montoya, embaixador de Uribe na República Dominicana, o homem dos falsos positivos e homem da confiança dos paramilitares Mancuso e Don Berna. Em terceiro lugar, porque os pobres soldados, sub-oficiais e oficiais mortos em combate estão servindo como carne de canhão das grandes corporações trans-nacionais, às que Uribe, de forma vergonhosa, exime de pagar impostos de guerra para não afetar os dividendos obtidos a custa da miséria, da pobreza e do sangue que se perde no país.
O discurso do alto comando militar constrói realidades virtuais totalmente opostas à realidade.
A presença norte americana e as bases aéreas, tão em moda estes dias, faz parte dessa realidade .
Claro que isso é a humilhante perda da soberania nacional, a intenção de agredir os paises vizinhos que desenvolvem projetos políticos e sociais que se opõem à vontade imperial; claro, que sob pretexto de luta anti-drogas essa presença é utilizada para serviços de inteligência e seguimentos, interceptação e tudo o que o DAS não pode fazer em função de estar envolvido em escândalos. A colaboração e cooperação amistosa com a Colômbia de que falam os generais, significa, na realidade, que a intervenção militar norte-americana na Colômbia e América Latina está sendo feita em escalão mais alto. Sua justificativas hipócritas perdem seu próprio peso.
O que se instalará em nosso país é outro exército dos Estados Unidos, diferente do que ocupa e bombardeia o Iraque, do que massacra centenas de milhares de famílias no Afeganistão e Paquistão?. Ou é outro diferente do que é imposto ao México sob o plano anti-drogas vivendo aquele país nos mais extremos limites de violência? Não se trata da mesma potencia que patrocinou o golpe da Venezuela em 2002, no Haiti em 2004 e em Honduras este ano? Não foram eles que impuseram o Plano Colômbia e a guerra total contra a oposição política e os campesinos em nossa pátria?
Como não se denominar de invenções fabulosas as declarações do general Freddy Padilha?
Segundo ele, as FARC perderam 35 frentes. Seus combatentes estão dizimados e sem recursos e têm que recorrer aos correios humanos. Mas, ele acha necessário aumentar a intervenção norte-americana e aumentar o orçamento para a guerra.
É então que se compreende a montagem contra o processo democrático que avança no Equador. Uma espécie de Honduras no estilo Obama. Quando Padilha afirma que Mono Jojoy já não utiliza telefone celular como antes não está anunciado nova interceptação telefônica entre os membros do Secretariado das FARC para provar o que quiser? Tais meios jamais tinham sido usados aqui para isso. A tecnologia e interesse dos gringos servem para tudo.Sobretudo, para guerras e golpes de estado. Isso ficará registrado na historia. E tudo indica que o próximo da lista será Correa. Ou não?