Rússia:
De sancionado a sancionador dos EUA e da União Europeia
Por
Patricio Montesinos.
O
governo do presidente russo, Vladimir
Putin,
respondeu com contundência as sanções que lhe impuseram a
administração norte-americana de Barack
Obama
e seus aliados da União Europeia [UE] para tentar cercar Moscou,
usando o regime da Ucrânia, financiado e apoiado por Washington e
seus súditos do denominado Velho Continente.
Nem
acanhado, nem preguiçoso, Putin ordenou restrições de importações
de diferentes produtos agrícolas e alimentícios procedentes dos
Estados Unidos e da Europa, o qual danificará as frágeis economias
desses países, especialmente dos integrantes da UE, envolvida numa
das piores crises de sua história.
De
sancionado, a Rússia se converteu em sancionador de seus
castigadores porque as perdas, sobretudo para a Europa, serão
multimilionárias, em meio ao complexo panorama que enfrenta, e que,
a julgar pela atuação da Casa Branca, pouco lhe importam as
consequências para seus aliados, coincidem analistas políticos.
Os
mesmos expertos são da opinião que, ao que parece, é como se
Washington estivesse levando seus “amigos” da UE ao abismo para
enfraquecê-los e chantageá-los ao mesmo tempo, depois de ter
espiado a todos eles, e utilizados em suas invasões sangrentas
contra Líbia, Iraque e Afeganistão.
Em
uníssono, Moscou começou a trabalhar com as autoridades de várias
nações de Latino-América para importar desde a Pátria Grande os
produtos que proibiu [que] se comprassem na ingênua Europa, cujos
regimes nas últimas horas começaram a baixar o tom de suas
vociferadas sanções anti-russas.
As
medidas antídotos de Moscou podem incluir um possível fechamento do
espaço aéreo aos aviões de companhias da UE que sobrevoam a Rússia
em direção a Ásia, fato que poderia levar várias delas à
falência definitiva, e favorecer as do Oriente.
Relembremos
que o próspero continente asiático é um destino apetecido pelos
habitantes da Europa e, por sua vez, um mercado muito cobiçado por
seus empresários.
Porém,
como se fosse pouco, o executivo de Putin acaba de prolongar por três
anos o refúgio em seu território nacional de Edward
Snowden,
ex-empregado da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos
[NSA, por sua sigla em inglês].
Snowden
poderá mover-se livremente pelo país, ser contratado por qualquer
empresa e inclusive reclamar a cidadania russa no futuro, segundo
informou seu advogado Anatoli Kucherena, citado por diversos meios de
imprensa internacionais.
Mercê
sua prepotência, Washington renega, ainda que o saiba, que a Rússia
é hoje um osso duro de roer e que a geopolítica internacional se
encaminha para o fim definitivo do mundo unipolar.
Por
sua parte, o “culto” Velho Continente não acaba de aperceber-se
que suas posições sempre dependentes dos Estados Unidos terminarão
cavando sua própria sepultura.