"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A Paz, agora ou nunca!


Por Carlos Arturo Velandia Jagua
Nos conflitos armados, principalmente nos de caráter não internacional, isto é, nos internos, com alguma frequência se registram situações que favorecem a solução dialogada, porém, na maioria das vezes, passam inadvertidas porque as confrontações do conflito e as situações próprias das partes não permitem que amadureça uma visão ou possibilidade real de dar trâmite a diálogos de paz.
As oportunidades de paz nos conflitos não são frequentes, estas se configuram quando um conjunto de fatores confluem de maneira favorável até advertir que se está frente a uma oportunidade. Os fatores podem ser de diferente índole e origem: militares, políticos, sociais, meio ambientais e internacionais. A confluência de fatores favoráveis nos permite propor ou estabelecer quatro tipos de oportunidades, assim:
Oportunidade tipo 1 – Quando as partes desejam a paz negociada e o expressam publicamente.
Oportunidade tipo 2 – Quando uma das partes deseja a paz negociada e o expressa publicamente.
Oportunidade tipo 3 – Quando a sociedade nacional e a Comunidade Internacional a desejam e pressionam as partes.
Oportunidade tipo 4 – Quando, por causa de um desastre natural, a devastação deixa as partes em estado de ilegitimidade para continuar com o conflito, como foi o caso do tsunami na Indonésia em 2004, que destruiu a província de Banda-Aceh, na qual se desenvolvia um conflito armado desde 1976. As partes pactuaram a paz em 2005 para se dedicarem a reconstruir o país. Em Colômbia, nos cinquenta anos de guerra, assistimos a quatro grandes oportunidades, a saber:
Primeira oportunidade: Nos anos 80’s, durante o Governo do presidente Belisario Betancur Cuartas.
Segunda oportunidade: nos anos 90’s, durante o governo do presidente César Gaviria Trujillo.
Terceira oportunidade: nos anos 2000’s, durante o governo do presidente Andrés Pastrana Arango.
Quarta oportunidade: nos anos 2010’s, durante o Governo do presidente Juan Manuel Santos Caderón.
Estas oportunidades tiveram ocorrência com uma frequência de dez anos, como se se tratasse de ciclos, porém a realidade é que isto é meramente casual, porque não existe nenhuma predeterminação para que as oportunidades de paz se deem após períodos de uma década de guerra e violência. O que, sim, é possível estabelecer é o alto custo que a sociedade, o país e as partes pagaram por deixarem passar cada uma das oportunidades anteriores; observação que hoje deve mover as partes e a sociedade inteira, no sentido de assumir esta quarta oportunidade como uma “oportunidade de país”, mais que como uma oportunidade das partes ou para as partes.
Em Colômbia, depois de cinquenta anos de conflito, se configura um quadro com as seguintes características:
a – Não há um claro ganhador da guerra e não se percebe que haverá no curto ou médio prazo.
b – Manter a guerra custa mais que tentar pactuar a paz.
c – Se percebe cansaço social e as partes já não convencem nem acumulam com o discurso da guerra.
d – A guerra alcançou níveis de degradação que deslegitimam os discursos político-ideológicos das partes.
e – As partes já não contam com claros apoios internacionais e recebem pressão de Governos e forças políticas que antes as apoiavam na guerra.
f – A sociedade gera pressão sobre as partes, para que ponham fim à confrontação.
g – A guerra supõe para os governos um esforço orçamentário muito elevado, o qual os leva a cortar o gasto no investimento social, para poder aplicar maiores recursos na guerra.
h – O prolongado da guerra gerou um impacto negativo sobre a região, especialmente aos países fronteiriços, que afeta a convivência e coexistência pacífica.
i – Devido ao conflito armado, o país se encontra atrasado em seu desenvolvimento econômico, social e infraestrutural, ocupando lugares típicos de sociedades pré-modernas, se se a compara com as sociedades de países vizinhos, as quais, sem ter estado afetadas por conflitos internos similares ao nosso, puderam desenvolver-se de maneira mais harmônica.
j – O país em seu conjunto, porém principalmente a sociedade, já pagou um alto preço por causa das insustentáveis e insuportáveis cifras de vítimas que o conflito deixou, com as correspondentes feridas e dor, que resultam incomensuráveis na hora de responder ante elas.
A constatação destas características subjazem nas expressões públicas dos líderes das partes do conflito, quando, em 18 de julho de 2010, num vídeo exibido na página web do ELN, seu comandante Nicolás Rodríguez Bautista se dirigiu ao presidente eleito Juan Manuel Santos para dizer que o ELN lhe oferece o diálogo para buscar o fim do conflito armado e a construção da justiça social. Por seu lado, a 25 de julho de 2010, também através de um vídeo, o comandante das FARC-EP, Alfonso Cano, convida o presidente eleito ao diálogo para acabar com a guerra e construir o país em paz, democracia e justiça. Depois, em 7 de agosto, no ato de investidura, o presidente Juan Manuel Santos, em seu discurso de posse, disse: “…A porta do diálogo não está fechada com chave.
Eu aspiro, durante meu governo, a semear as bases de uma verdadeira reconciliação entre os colombianos. De um desarmamento real dos espíritos, construído sobre alicerces perduráveis que não alimentem falsas esperanças, que não permitam mais enganos e que não conduzam a novas frustrações num país que, desde o mais profundo de sua alma ensanguentada, o que mais deseja é a paz...”
Estas expressões públicas [expostas num contexto de nervos alterados nas relações diplomáticas e ambiente de pré guerra na região, suscitado pela beligerância verbal e pela confrontação política-ideológica em que estavam enredados os Chefes de Estado Álvaro Uribe Vélez da Colômbia, Hugo Rafael Chávez Frías de Venezuela, Rafael Correa do Equador, e Daniel Ortega da Nicarágua; que inclusive fez temer uma confrontação bélica nas fronteiras norte e sul da Colômbia] criaram a equação necessária, mas não suficiente para que se gerasse a oportunidade de paz.
A oportunidade de paz que hoje vivemos é a mais sólida entre as oportunidades, porque emanou das expressões públicas das partes [oportunidade tipo 1], porém que tem requerido maior solidez, que só poderá ser dada pelo apoio da sociedade e da Comunidade Internacional, tal como vem ocorrendo.
A arquitetura do processo:
Todo processo requer uma elaboração para seu desenvolvimento, o qual há de ser o instrumento reitor do processo mesmo. As experiências de processos anteriores em nosso país dão conta da construção de modelos de diálogos e negociação com as seguintes características:
  • A discussão foi em processos de contato e consulta abertos e de conhecimento público.
  • A presença dos meios de comunicação foi uma constante, as declarações permanentes das partes e a pressão da opinião pública geram pressões na Mesa difíceis de manejar.
  • O tempo de negociação se emprega na discussão dos métodos, procedimentos e dificuldades do processo.
  • Nunca se conseguiu discutir o primeiro ponto das agendas pactuadas.
  • A ruptura de diálogos foram por causas extra-agenda.
O Governo Nacional e a direção das FARC-EP se deram à tarefa de construir a arquitetura do processo, ao longo de um ano e em absoluto segredo, no exterior do país e prévio intercâmbio de garantias de seriedade e segurança para as partes. Nisso intervieram terceiros, tais como Enrique Santos Calderón, irmão maior do presidente, a implicação da Polícia Nacional, em especial de seu diretor-geral, o General Oscar Naranjo, e os governos de países facilitadores como Venezuela, Cuba e Noruega. As FARC-EP contribuíram em grande medida na criação de confianças básicas, com feitos incontroversíveis de vontade de paz, tais como: ordenar a libertação dos últimos prisioneiros de guerra em seu poder, ordenar e declarar publicamente a proscrição da retenção de pessoas com propósito econômico ou político. A maior prova de compromisso, seriedade e vontade política com o processo em construção se constituiu na firmeza com que as FARC-EP mantiveram sua palavra frente ao ato de assassinato de seu máximo líder Alfonso Cano, quem fora assassinado em estado de indefensabilidade por agentes da Força Pública do Estado.
A arquitetura do processo se levanta sobre sólidos pilares de compromissos, métodos, procedimentos, garantias, facilitadores, tempos, lugares, logística, delegações, fases, agenda; que constituem a estrutura que, atualmente, permitiu discutir e chegar a acordos importantes em temas da Agenda substantiva pactuada.
A Mesa de Havana está sustentada em quatro princípios ou pilares, que a tornam sólida, firme e com as mais altas possibilidades de levar os diálogos até um acordo final. Estes princípios ou pilares são:
Primeiro Princípio: Um propósito claro para o diálogo e a negociação. Este é um aspecto fundamental, porquanto deixa exposto desde o começo o objetivo central do ato de conversar, discutir, concertar e acordar, e por outra parte faz do diálogo o meio útil para conseguir o propósito exposto. Definir o que se quer é pôr ponto final ao conflito armado, significa um salto na qualidade do diálogo se o comparamos com o propósito difuso e ambíguo de outros processos, que identificavam como propósito a busca da paz.
Segundo princípio: Uma agenda realista, possível, precisa e alcançável. As agendas dos processos de paz têm um comportamento elástico, porque nelas se reflete o estado do conflito e a correlação de forças. Os tempos dos diálogos do Caguán [2000] ficaram para trás e com eles a “AGENDA COMUM PARA A MUDANÇA PARA UMA NOVA COLÔMBIA”, uma copiosa e maximalista agenda, que dava conta de que as FARC-EP iam ganhando a guerra. Nela continha não só os componentes do conflito armado como também do econômico, social e político do país, agrupados em doze capítulos e mais de cem sub pontos.
No conflito de hoje, a realidade é outra: as forças do Estado conseguiram se recompor e reverter o desequilíbrio no campo de batalha, até expor na atualidade uma situação de assimetria militar e bélica insuperável em desfavor das organizações insurgentes; o qual as compele a atuar com realismo na hora de expor suas aspirações e conteúdo da agenda.
O realismo é a disposição objetiva que as FARC-EP demonstraram, como prova de vontade política, ao pactuar com o Governo Nacional o “ACORDO GERAL PARA A TERMINAÇÃO DO CONFLITO E A CONSTRUÇÃO DE UMA PAZ ESTÁVEL E DURADOURA”, ao mesmo tempo, o fato de que na Agenda se incluísse como primeiro ponto: “Política de desenvolvimento agrário integral” reflete vontade política do Governo Nacional e compromisso com as transformações necessárias para superar o conflito no campo.
Terceiro princípio: Apoio claro e contundente da sociedade e apoio decidido da Comunidade Internacional. “...A sociedade colombiana e a Comunidade Internacional apoiam o processo. Em muito breve prazo se passou de imaginários coletivos caracterizados pela apatia, descrença, desconfiança, incredulidade e ceticismo a imaginários de apoio, suporte e compromisso social e internacional com o processo em curso, e com outros esperados desenvolvimentos com o Exército de Libertação Nacional...”, “as gestas de mobilização cidadã protagonizadas em 9 de abril de 2012, onde mais de um milhão de pessoas marcharam em Bogotá ‘pela paz, democracia e defesa do público’, e com a realização do Congresso Nacional para a Paz; eventos marcados pela presença de movimentos sociais e políticos, plataformas de paz e de direitos humanos, porém, sobretudo, pelos cidadãos e pelas cidadãs, provenientes de territórios e diferentes latitudes de nossa geografia nacional e social...”, que, somados à referenda e ao apoio majoritário do eleitorado colombiano, ao processo de paz com a reeleição do candidato-presidente Juan Manuel Santos, para um segundo período no qual possa concluir o processo de diálogo iniciado, e a aplicação dos acordos a que se chegue.
De outro lado, poucos processos de paz no mundo concitaram o favor da Comunidade Internacional, não há um só país com o qual a Colômbia tenha relações que não tenha expressado seu apoio e cooperação aos diálogos de paz e para o pós-conflito. Assim, os organismos multilaterais como OEA, ONU, de integração como União Europeia – UE, CELAC, UNASUL, ALBA-TCP, CARICOM, MERCOSUL, ASEAN, OCDE; assim como também reconhecidas personalidades mundiais e, sobretudo, as reiteradas declarações e compromissos expressados pelo Governo dos Estados Unidos, nas vozes de seus mais conhecidos líderes e funcionários; o qual nos permite afirmar que a paz da Colômbia está na agenda do mundo.
Quarto princípio: Resultados à vista. “...Este processo tem passado por duras provas ou crises, as quais têm sido superadas com êxito, porque tem primado a vontade, um sentido assumido nas partes de que é, talvez, a última oportunidade, e um apego à agenda dinâmica de trabalho acordado para o funcionamento da mesa...”; assim, as partes reportam ao país e à Comunidade Internacional um corpo de acordos importantes em três temas de grande sensibilidade para o país e que, por sua vez, vertebram a Agenda de Havana. O acordo nos conflitivos temas de terras, participação política e sobre narcotráfico, ademais do enfoque e procedimento acordado para encarar o capítulo de vítimas do conflito, configuram de conjunto um resultado incontrovertível que fortalece o processo mesmo, porquanto gera mais confiança e concita mais apoios. “...Convém se pedir por igual às partes resultados que aquilatem o apoio social e internacional, que ampliem a confiança no processo, que estimulem a ilusão e a esperança e sobretudo que permitam fortalecer o sentido de que a paz é possível porque há resultados à vista...”
Vivemos um momento sazonal:
A guerra em nosso país é o sinal dos tempos das últimas gerações, que nascemos, crescemos e vivemos em meio a encruzilhadas de violências e do conflito político-armado interno, gerando todo um estigma na vida da imensa maioria de colombianos, que pesa em nossa história pessoal e familiar tanto como no próprio país, porque a história dos países é a história de seus povos.
Toda uma longa época em guerra, do tamanho de 50 anos, estamos em perspectiva de superar, após a firma dos acordos de ponto final à guerra; situação que dará abertura a uma nova época, que de momento não alcançamos a advertir, porém que prevemos que será de implementação dos acordos, de trâmite do conflito social, de construção de novas realidades políticas, de geração de processos sociais territoriais, de empoderamento da voz do cidadão e de trâmites de conflitos sem o uso das armas; quer dizer, um processo pausado e complexo de construção de uma nova maneira de viver e relacionamento entre cidadãos, entre estes e as instituições e entre as instituições e os territórios, inspirados na equidade. A justiça social e o bem-estar para todos e todas.
Isto é, podemos observar a época passada e prever a época futura, que esperamos seja longa e duradoura, porém o momento de hoje não é outro que um “momento sazonal”, definido como o ramal onde termina a época da guerra e começa a época da paz. É um interstício no tempo histórico, no qual podemos advertir que a bomba do conflito armado é cada mais pequena e com um pavio mais longo, enquanto a bomba do conflito social é cada vez maior e com um pavio mais curto; duas bombas que hoje coexistem, porém que mostram, cada qual, suas projeções e potencialidades futuras.
Em suma, um momento sazonal é o que nos permite ver a ensamblagem de acontecimentos que marcam a história, e modificam dramaticamente o futuro imediato e de longo prazo. É um momento de trânsito ou de transição entre épocas claras, diferenciadas e reconhecíveis.
A velha época fez e deu o protagonismo aos exércitos, deu a palavra aos armados dos distintos grupos, a nova época virá com outros protagonistas, o cidadão e a cidadã humilde darão a palavra aos movimentos sociais e políticos, aos partidos, aos parlamentos, porém também aos grêmios, às centrais de trabalhadores, às mulheres e aos jovens, às negritudes originárias e indígenas; e já não serão as selvas as arenas da confrontação, serão as ruas e as praças públicas nas quais se dirimirão as tensões sociais, as quais corresponde ao estado e Governo tratar sem violência e sem constranger liberdades.
Os acordos de final da guerra deixarão a sociedade no divisor, para que a cidadania lute pelas transformações e reformas, que a aproxime da justiça social, da equidade, do bem-estar e do viver-bem. Já não haverá pretextos nem desculpas para participar, como aquelas tão em voga em tempos da guerra: “não participo porque o Estado não me ouve”, “não participo porque a guerrilha cooptou meu discurso”, ou “não participo porque isso a mim não me corresponde”. A nova época será a da ampliação e do aprofundamento da democracia, será a da construção coletiva e a da democracia participativa.
Uma nova época com características diferentes das descritas, muito possivelmente nos regresse à época que desejamos deixar para trás.
A paz há de ser única e nacional:
Se bem que o processo iniciado com as FARC-EP é um processo sólido e estratégico para a paz do país, um acordo de final do conflito não será possível alcançá-lo e menos [ainda] aplicá-lo se não há um acordo similar com o ELN, por várias razões:
a – As guerrilhas FARC-EP e ELN representam projetos próprios e lutas diferentes.
b – As duas organizações insurgentes compartilham territórios [as FARC-EP operam em mais de 250 municípios, o ELN em 100 destes].
c – A aplicação de um acordo em territórios comuns implicará que as duas organizações estejam de acordo.
d – O ELN não é o vagão de cauda de nenhuma outra organização revolucionária, é autônoma, com sua própria história e com acumulados sociais e territoriais reconhecidos.
e – Se bem que o ELN é mais reconhecido como uma organização política em armas, não se lhe deve subestimar em termos militares.
f – Pretender manter o ELN na marginalidade do processo significa que a paz não será completa e que a guerra continuará.
g – A lógica do Governo de medir as insurgências em termos de ameaça levou a que inicie com as FARC-EP, a quem considera a ameaça maior, e deixa de lado as que considera ameaças menores, porque crê que pude submetê-las ao acordo com a maior, ou porque crê que poderá coexistir com elas, sem menosprezo da segurança nacional, ou também porque crê que poderá derrotá-las militarmente. Esta lógica põe em risco o projeto de solução política única e nacional e o anseio dos colombianos de viver em paz.
A demora no início de uma Mesa de Diálogo entre o Governo e o ELN ensombrece o panorama da paz e gera dúvidas sobre o atual processo de exploração formal, porquanto não se percebem avanços desde o “Comunicado Conjunto nº 1 de 10 de junho de 2014”, no qual se informa de um acordo parcial com dois temas da Agenda: Vítimas e Participação da sociedade; havida conta que o ponto de Vítimas na Agenda de Havana já está sendo abordado pelas partes, e não é claro nem compreensível que o tema de vítimas deva ser discutido com cada ator do conflito separadamente. A lógica aconselha que a Mesa de Havana poderia ser cenário para que delegados oficiais do ELN participassem nas discussões e construção de acordos sobre esta sensível problemática nacional, sem prejuízo de que exista uma Mesa própria para o diálogo ELN-Governo.
Ademais, convém que o Governo Nacional gere uma iniciativa política para encerrar o processo inconcluso com o EPL, nas especificidades deste ator nos tempos atuais. Especificidades que não permitem ver com clareza os perfis revolucionários esta organização, como tampouco permite ver os de um fator armado dedicado a atividades propriamente qualificadas como delinquenciais. Esse estado “cinza” do EPL, o governo deve elucidar através de contatos e exploração direta.
De outra parte, corresponde ao Governo, de ofício, dar conta do combate a toda forma de criminalidade no país, por mandato constitucional, porém mais ainda quando de construir a paz se trata e de desenvolver um aspecto relevante da Agenda de Havana, em que se assinala: “…Em forma paralela, o Governo Nacional intensificará o combate para acabar com as organizações criminais e suas redes de apoio, incluindo a luta contra a corrupção e a impunidade, em particular contra qualquer organização responsável por homicídios e massacre; ou que atente contra defensores de direitos humanos, movimentos sociais ou movimentos políticos...”, tarefa fartamente difícil se o Governo não desenvolve uma estratégia integral que combine a ação punitiva do Estado e a ação judicial, através de um chamado às organizações que o Governo denominou “BACRIM” ao acatamento e submissão à justiça, sobre a base de oferecer-lhes a aplicação do “princípio de oportunidade” tal como o contempla a Lei 1312 de 2009, figura mediante a qual e prévio o preenchimento dos requisitos que estabelece a Lei, tais como desmontar as estruturas e redes criminosas, fazer entrega dos meios e recursos utilizados na comissão de delitos, a confissão plena dos delitos cometidos, entre outros; a justiça colombiana poderá atuar com benevolência, a momento de avaliar os quantum das penas.




La paz, entendida como un proceso único y nacional pasa por resolver los conflictos con cada actor, de acuerdo con su papel en el conflicto, su naturaleza o estatuto y su lugar en la solución.


Notas:
 
 
 
4. “Diálogo, negociación y ruptura – FARC-EP y ELN”, Biblioteca de la paz – Tomo V, pag 179. Fucude, Bogotá 2009
 
 
6.Velandia J, Carlos Arturo, “La paz es ahora carajo”, pag 107. Fica, 2014
 
7.Ibid, pag 108
 
8.Ibid, pag 108
 
 
 
 
BIBLIOGRAFÍA Y OTRAS FUENTES:
 
Diálogo, negociación y ruptura – FARC-EP y ELN”, Biblioteca de la paz – Tomo V, pag 179. Fucude, Bogotá 2009
 
Velandia J, Carlos Arturo, “La paz es ahora carajo”, pag 107. Fica, 2014
 
 
 
 
 
 
 
 
*Nota: Éste artículo ha sido publicado en: “Por qué negociar con el ELN”, compilación de textos de varios autores, realizada por Víctor de Currea-Lugo, y editada por la Editorial de la Universidad Javeriana en octubre de 2014.