"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 16 de outubro de 2007

Al Gore e o Plano Colômbia

A premiação de Al Gore para o prêmio Nobel da Paz deixa um desgosto. É precisamente na administração Clinton-Gore quando se desenha e se põe em prática o Plano Colômbia, um verdadeiro Plano Militar Contra-insurgente e anti-ecológico. Sobre os efeitos da fumigação com Glifosato, escreve Allende La Paz.



Por Allende La Paz, ANNCOL



A premiação de Al Gore ao prêmio Nobel da Paz deixa mais dúvidas que aplausos. Ainda que os grandes meios do mundo coloquem como se fosse o reconhecimento pelo trabalho realizado pelo ex-vice presidente de Bill Clinton, chamando a atenção sobre o aquecimento global, logo a ecologia. Nada mais falso. Esta entrega do Nobel em Oslo deixa mais que um desgosto aos verdadeiros ecologistas.



O Plano Colômbia é criminal e anti-ecológico


É fortemente conhecido –mas instantaneamente esquecido- que o Plano Colômbia foi elaborado durante a administração Clinton, da qual fazia parte Gore como vice-presidente.


Igualmente o Plano Colômbia foi posto em prática no ano 2000, durante as administrações de Andrés Pastrana na Colômbia e Bill Clinton nos Estados Unidos.


Também é sabido –mas instantaneamente esquecido- que este plano militar tem um componente contra-insurgente marcado, mas também um componente que os gringos chamam de ‘luta contra as drogas’. Nessa luta contra as drogas ilícitas fazem a destruição dos plantios da coca, com um grande impacto ambiental.


No tal Plano Colômbia (posteriormente rebatizado ‘Plano Patriota’ e ‘Plano Consolidação, mas são fases apenas do Plano original), o governo dos Estados Unidos gastou 4,5 bilhões de dólares, enquanto o governo colombiano gastou 18,5 bilhões de dólares.


23 bilhões de dólares que não acabaram com o negócio criminoso. Há estatísticas contraditórias entre o ministério da defesa colombiano e o DEA e a CIA estadunidenses. No ano 2000 coincidem que havia na Colômbia 163 mil hectares de coca, mas dali em diante não concordam.


O Plano Colômbia significou um enorme crime ecológico, que desatou inclusive em protestos no Equador. Inclusive durante a administração Clinton ‘iriam’ usar uma arma biológica contra os plantios de coca, um fungo chamado fusarium sp, que entrava na raiz da planta e podia permanecer lá por 40 anos. As investigações têm demonstrado que o fungo fusariom está presente há mais de 10 anos nas matas de coca destruídas e mortas.


Conseguiram eliminar 1 milhão de hectares de plantios de coca mediante o despejo aéreo, que acarreta na deriva de 150 metros. Os aviões utilizados realizam a fumigação até 12 vezes e o Glifosato utilizado é enriquecido com substâncias que lhe dão maior penetrabilidade. O dano aos plantios de trigo –para a subsistência- e o gado dos camponeses e indígenas são coisas sem ‘importância’ para os ideólogos e executores do Plano criminoso. Não dizem nada, talvez, para não incomodar a Monsanto.


Nesse sentido são claras as denúncias dos camponeses e indígenas sobre o alarmante aumento de abortos nas zonas de despejamento, encontrados por médicos. Igualmente é notório o desprezo pelo meio-ambiente e a ecologia pelos governantes colombianos e estadunidenses na aplicação de suas políticas letais como o Plano Colômbia. Al Gore não tem nada que se orgulhar.


Definitivamente tinha razão nosso Libertador, Simón Bolívar quando dizia: “Na moral, como na política, há regras que não se devem ultrapassar, pois sua violação pode custar caro.”


enlace original: http://www.anncol.org/es/site/doc.php?id=3433