O ultra-imperialista* Plano Colômbia/Iniciativa Andina
Henry Kissinger, o mais cínico e impune conselheiro do Imperialismo depredador, já havia advertido uma vez: “A maior e mais dura lição da guerra do Vietnã, é que os Estados Unidos não devem se meter (envolver-se) em guerras nas quais não possa retirar-se prontamente”. E esse erro, é precisamente o que a próxima virtual presidenta dos EUA, a senadora democrata Hillary Clinton, que hoje lembra o Presidente Bush, nas páginas da última revista Foreign Affairs. Escreve Pinzón Sánchez.
[Alberto Pinzón Sánchez/ANNCOL]
Henry Kissinger, o mais cínico e impune conselheiro do Imperialismo depredador, já havia advertido uma vez: “A maior e mais dura lição da guerra do Vietnã, é que os Estados Unidos não devem se meter (envolver-se) em guerras nas quais não possa retirar-se prontamente”. E esse erro, é precisamente o que a próxima virtual presidenta dos EUA, a senadora democrata Hillary Clinton, que hoje lembra o Presidente Bush, nas páginas da última revista Foreign Affairs:
A sombra incômoda e obscura da guerra do Iraque, obrigou o governo republicano de Bush “a esquecer os vizinhos do Sul, onde se freou o desenvolvimento democrático e a abertura econômica. A tragédia dos últimos seis anos é que a administração Bush perdeu o respeito e a confiança dos nossos mais estreitos aliados e amigos. É necessário que os Estados Unidos voltem à sua política de participação intensa na América Latina em especial a cooperação com nossos aliados na Colômbia, América Central e Caribe, para combater as ameaças do narcotráfico, o crime e a insurgência”.
Para os que abrigavam ilusões, a senadora democrata e ex-primeira-dama dos EUA, Hillary Clinton propõe nada mais, nada menos, que retorne a agenda do consenso bipartidário de três pontos; 1-processos de paz. 2-direitos humanos. 3-consolidação democrática, que serviram de base ao seu esposo Bill Clinton, para que o congresso da União em 1998, aprovasse plenamente, aquela “super-estrutura” de globalização neoliberal, o projeto ultra-imperialista (*) do capital global, contida no Plano Colômbia/Iniciativa Regional Andina, com a mesma e tediosa desculpa que impuseram à Pastrana naquele tempo, de “combater as ameaças do narcotráfico, o crime e a Insurgência”.
Mas o projeto Imperial acima enunciado seria “funcional” com o títere Uribe Vélez? A resposta sem dúvida nenhuma é que sim. Nunca, em nenhum momento e apesar do círculo de fogo da verdade ocultar tantos anos, cada dia se fecha mais e mais; o miniführer não se separou um milímetro da ordem Imperial. Pelo contrário, tem feito o possível e o impossível para cumprí-la. Todos seus 5 anos de governo são uma comprovação linear e angustiante do cumprimento da lei bipartidária emanada pelo Congresso dos Estados Unidos; mediante uma hábil técnica de “manejar a crise” em proveito próprio, desviando a atenção sobre um escândalo atravessando-lhe outro mais atrativo, e que se encontra bem descrita em qualquer manual de “como negociar sem ceder”.
E para não voltar a lembrar os 5 anos do assunto da legalização (financeira e judicial) de seus amigos narco-paramilitares tão rico em detalhes, vejamos dois exemplos próximos: 1) Quem se lembra hoje de seu padrinho e primo Marito Uribe? Ninguém, porque foi ofuscado por duas habilidosas jogadas para ganhar tempo, feita pelos assessores “engavetadores” da casa de Nariño. Uma, atacar e empanturrar a Corte Suprema de Justiça e outra, propor sua nova reeleição pela boca de Luís Guillermo Giraldo Hurtado, o mesmo do roubo de Caldas. Hoje a discussão está centrada no demônio da Tasmânia e em resolver a pergunta pré-eleitoral: se não é Uribe Vélez então quem? Enquanto o primo Marito escapa da Corte Suprema de Justiça e coloca “suspeitosamente” as mãos do “pacote uribista” e paraíso Fiscal de bolso, Iguarán.
2) E como está o assunto do tão esperado e anseado Intercâmbio Humanitário com a Insurgência? A resposta é dada por outro assessor da casa de Nariño; o simpático Rudolf Hommes no diário Portafolio-Planeta (15. out. 07) assim:
“Nunca se tem toda a informação sobre as razões e circunstâncias que levam o Governo a tomar certas decisões. Foi muito surpreendente que o presidente Álvaro Uribe tenha convidado o presidente Hugo Chávez para discutir a questão com as Farc, que viesse a Hato Grande para discutir essa possibilidade e que se fosse com um claro mandato para intervir.
Nesse momento, para explicar as decisões de Uribe, existiam pelo menos duas hipóteses:a primeira, que o Presidente e seu Conselheiro de Paz se deram conta de que haviam acabado suas opções e que o processo estava completamente atolado, algo que deixava o presidente em uma posição muito vulnerável, sujeito à pressões de governos amigos e exposto à crítica interna, sobretudo a proveniente de familiares seqüestrados, que nesse momento tinham muito apoio na opinião pública, pelo assassinato dos deputados do Valle del Cauca.
A outra hipótese era que, por estas mesmas razões, o Presidente necessitava ganhar tempo e escapar da pressão.
Difícil acreditar que o Governo envolva o Presidente do país vizinho, vários governos europeus e o dos Estados Unidos, em uma gestão na qual não acredita, ou com o único propósito de manobrar.
Então, deve ter acontecido algo que a opinião pública não conhece a cabalidade, ou uma troca de circunstâncias políticas ou das posições dos outros governos envolvidos, porque Uribe e seu Conselheiro de Paz deram pra trás. É possível que não sintam tanta pressão política como a que existia quando se tomou a decisão de convidar Chávez.
A opinião pública já se esqueceu dos deputados vallecaucanos assassinados. Está imersa na “parapolítica” e muito distraída com as brigas”.
Assim, em Washington, onde estão sumariamente bem informados, sabem que na Casa de Nariño no macro (e da boca pra fora), querem o Intercâmbio Humanitário para livrar-se da pressão dos “governos amigos”, mas no micro, colocará todas as travas pequenas que impeçam sua realização prática imediata e desgastem sua figura jurídica até torna-lo impossível. Por isso não concedem vistos, não se autorizam vôos, não desmilitarizam, Simón e Sonia não podem voltar, etc... E isso, é o que se chama ser “funcional” e cumprir cabalmente a ordem Imperial de “combater as ameaças do narcotráfico, o crime e a Insurgência”.
*Graças à discussão reconheço a diferença conceitual que fez Rowthorn nos finais dos anos 60 no New Left Review e que não tem nada a ver com o conceito de Kautsky, entre 1-Super-imperialismo: todos os países imperialistas dominados pelos EUA, 2-Ultra-imperialismo: coalizão de países imperialistas hegemonizados pelos EUA, e 3-Rivalidade imperialista: aberta competição inter-imperialista. APS
enlace original: http://www.anncol.org/es/site/doc.php?id=3443