"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Presidente Rafael Correa: “No Equador não pagamos dívida ilegítima”


“No Equador, tudo estava em função do grande capital. Antes, levavam 80 de cada 100 barris de petróleo, agora 80 ficam aqui. O país se hipotecava devido à dívida externa e deixava de dar comida a seu povo. Agora, priorizamos as pessoas e não pagamos dívida ilegítima”, afirmou o presidente do Equador, Rafael Correa, em entrevista ao jornal El Telégrafo.

Em 2013, Correa demonstrou o êxito de seu projeto político ao conquistar, em primeiro turno, a reeleição presidencial, com mais de 57% dos votos e eleger 100, dos 137 deputados. “Penso que foi uma vitória histórica. (…) Nunca se conseguiu um consenso social tão amplo como nestes sete anos”, afirmou o mandatário.

“O objetivo da economia é o bem-estar ser humano, mas o que é bem-estar? Para os materialistas é o consumismo —acumular e consumir cada vez mais, mas é claro que isso não te dá felicidade. (…) Temos um país diferente, não está desmobilizado e muito menos imobilizado, como há sete anos. Recuperou a autoestima, em grande parte, por esse trabalho, a infraestrutura, e isso não se ensina em livros”.

A respeito do Código sobre o sistema financeiro, que pretende implementar no país, Correa observou que se trata de um trabalho difícil. “Não podemos mudar dois séculos de história, sobretudo estruturas tão difíceis e que estão a favor do capital”. E complementou: “este é um golpe na estrutura de poder no país. O mundo inteiro está em função do capital. (…) Com o novo Código Monetário Financeiro vamos regular os bancos. Já não poderão buscar o lucro pelo lucro, colocar o crédito de consumo para importações porque isso é o mais rentável. Será a sociedade que decidirá para onde vão estes recursos”.

Questionado pelo jornalista Orlando Pérez sobre qual teria sido a maior mudança nestes sete anos, Correa observa que “a mudança de atitude das pessoas. Vencemos a desesperança e isso é chave para seguir adiante, senão se imobiliza o país. No plano mais real, foi a mudança nas relações de poder”.

Apesar de reconhecer que ainda há muito o que fazer neste âmbito, o mandatário avaliou que “antes tudo estava em função do grande capital. Por exemplo, os contratos de petróleo. (…) Antes, de cada três dólares que iam para o pagamento da dívida externa, um era destinado aos gastos sociais, agora é o contrário. O principal instrumento foi a Constituição de Montecristi . Antes éramos dominados pelos bancos, embora ainda existam resquícios disto, antes éramos dominados pelo poder midiático e agora há um poder popular”.

Democratização da comunicação


A respeito da comunicação no país, Correa observou que ainda falta muito para avançar. “Penso que o problema essencial está no modo de produção capitalista de comunicação: empresas privadas com fins lucrativos são dedicadas a prover um direito como é a informação. Os meios de comunicação podem quebrar uma sociedade, dividi-la, deformá-la , destruir pessoas e sociedades. Então, têm que estar sob controle social. Para o mundo anglo-saxão, que acredita que seus valores são universais, o que é liberdade de expressão? A CNN o que faz? Bem, informa objetivamente se um avião cair ou ocorrer um tsunami. Mas informará objetivamente se Correa está indo bem, sendo um governo de esquerda? Jamais”.

Para resolver esta questão que percorre todos os governos progressistas da América Latina, que é a oposição política dos meios de comunicação, Correa pensa que “a solução seria buscar a propriedade comunitária sem fins lucrativos, onde o jornalista por vocação exerça o jornalismo, não uma empresa de acumulação capitalista. Propriedade pública com controle social. Acho que leis como a de comunicação ajudam, mas ainda falta avançar na democratização da propriedade”, analisou.

Com apoio do Portal Vermelho,
Vanessa Martina Silva