"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Sobre as operações da CIA na guerra interna na Colômbia.


Declaração Pública.
Em 21 de dezembro de 2013 o diário Washington Post publicou um relatório sobre a última ação encoberta pela CIA, a NSA e o Pentágono, ou seja, dos Estados Unidos da América, no conflito armado interno da Colômbia, que envolve decisões e autorizações, pelo menos nos últimos três governos desse país.
Revelação interessante que coloca diante dos olhos de muitos incrédulos, como os interesses representados pelos governos dos Estados Unidos, é um dos principais gatilhos e artistas da guerra que suportamos os colombianos. Estudos mais ambiciosos poderiam facilmente ver que a mesma coisa aconteceu desde os dias da Operação Marquetalia em 1964, os quais foram reconhecidos publicamente na Colômbia, mas quando se considera a natureza do conflito foge com irresponsabilidade surpreendente.

De acordo com o relatório, o programa de ação secreta tem ajudado o exército colombiano a matar pelo menos duas dezenas de líderes rebeldes, de acordo com entrevistas com mais de 30 oficiais aposentados e em exercício nos Estados Unidos e na Colômbia, além de operações envolvendo espionagem eletrônica e escutas telefônicas pela Agência de Segurança Nacional, todas as operações financiadas com orçamento secreto de bilhões de dólares, com exceção dos nove bilhões de ajuda referidos no Plano Colômbia.
Enquanto o presidente Santos, de acordo com o mesmo relatório, tentou minimizar a questão, quando entrevistado sobre o assunto pelo jornal americano, o ministro Pinzón não teve algum escrúpulo em deixar a mídia para reconhecer e adoçar como parte dos tradicionais acordos militares entre os dois países. É claro que nem sente o menor apreço pela soberania colombiana, uma vez que pesa em sua mente gringa imposições sobre drogas e terrorismo que qualquer consideração de tipo nacional. Sobre os generais e almirantes colombianos, não comenta, seus joelhos estão calejados por ficar muito tempo ajoelhado.
Não é que eu não sei ou não tenho ideia do que é, mas uma coisa é certa com a reportagem do jornal americano. Por exemplo, ele tem razão, o colunista Oscar Collazos quando sugere que a maior contradição que anima o debate entre os presidentes da Colômbia anteriores, é mostrar que um deles foi o responsável pela morte do maior número de seus compatriotas. Debate que ademais é reproduzido com interesse evidente pelas mídias colombianas, sempre tão propensas a dar publicidade e enaltecer o que personagens de crimes hediondos chamam de “crimes das guerrilhas”. O que podemos fazer uma paródia com as palavras da senadora Piedad Córdoba, quando afirmou que a Colômbia era uma imensa vala comum, dizendo com o consentimento dos últimos governos, Colômbia é vítima da mais atrevida e impune das lanças próprias dos serviços da inteligência de uma potência estrangeira.
Do mesmo modo, o referido relatório inclui revelações que produzem calafrios. Ao analisar que segundo o Presidente Santos “parte da experiência e da eficiência das nossas operações e de nossas operações especiais têm sido o produto de um melhor treinamento e conhecimento que temos adquirido de muitos países, entre eles os Estados Unidos”, endossa o que o relatório diz respeito à transferência da experiência americana no Afeganistão e na luta contra a Al Qaeda ao conflito colombiano, ou seja, procedimentos de inteligência, incluindo o suborno, as capturas ilegais, desaparecimentos, tortura e ilegais contra pessoas que são esperadas para obter informações.
Disto se segue que a degradação atual dos métodos utilizados pelos militares, polícia e forças de segurança colombianas originários de instrução e conselhos dados pelos americanos. O governo de Juan Manuel Santos está ciente dos sequestros, chantagens, ameaças de morte e ataques empregadas pela inteligência colombiana em sua busca pelas famílias dos comandantes da guerrilha e os combatentes, a localização destes, a fim de matá-los, métodos que não escaparam mesmo os membros da família pelas FARC-EP em La Mesa sabe Habana. Como conhece bem, pelo seu tempo como ministro da Defesa de Álvaro Uribe, a verdadeira história de inteligência militar que levou ao assassinato horrível e mutilação do camarada Ivan Rios.
Nem pode escapar da análise do relatório, as interpretações unilaterais e interessadas ​​das leis internacionais por parte dos sucessivos governos norte americanos, atitude pela qual a chefia colombiana inclina-se submissa. O suficiente para que o Sr. Reagan autorizar uma intervenção militar em seu país, em qualquer nação, sob o pretexto de combater o tráfico de drogas, ou que foi autorizado pelo Sr. Clinton para assegurar seu controle pelo país de recursos estratégicos localizados em qualquer parte do mundo, ou Bush deve agir da mesma forma com o pretexto de evitar que o seu governo se qualifique como uma ameaça terrorista para as nações de independência, soberania e autodeterminação, modelos passam o museu de história dos povos, ao lado dos corpos dos direitos fundamentais da pessoa humana.

Apenas reinado arbitrariedade tão descarado nascido de força bruta pode explicar, como corroborado pelo relatório, a agressão do exército colombiano contra a soberania do Equador em 1 º de março de 2008, assim como os sucessivos assassinatos à traição de comandantes  guerrilheiros colombianos por fora do combate, mediante ao trabalho das clinicamente chamadas bombas inteligentes ou acionar das forças especiais. O relatório revela os esforços da CIA e do Pentágono para obter interpretações repreensíveis e legais solitárias por que esses crimes são cometidos, enquanto expondo a maldade de escolas de direito americanas de leis em que se cozinham todas essas novas teorias legais, que são responsáveis ​​por legitimar o terror como método de ação política respeitável.
Com certeza os estudiosos mais inteligentes podem tirar muito mais implicações deste relatório, mas para, além disso, cabe perguntar a esta altura , quando se aproxima de Havana a discussão sobre a questão de cultivos ilícitos, o que é o verdadeiro papel concedeu esta oligarquia realmente traidores da mesa de Diálogos e do processo de paz com as FARC -EP , ou uma possível mesa com o ELN , quando expostos à opinião pública nacional e internacional o montante de interesses que conduzem o aprofundamento do conflito armado em nosso país. Quantas dúvidas semeadas deixam o relatório quando comentado sobre o desejo de paz do Estado colombiano e seu mestre imperial. O que confirma a ideia de que uma verdadeira paz no nosso país só pode ser alcançada com a participação massiva e decisiva dos milhões de colombianos, vítimas deste regime, que acabam de sofrer um escárnio com o ridículo aumento de salário mínimo legal, enquanto cresce geometricamente o orçamento militar para esmagar sua insatisfação.
SECRETARIADO DO ESTADO MAIOR CENTRAL DAS FARC-EP
Montanhas da Colômbia, janeiro de 2014, o 50 º aniversário da nossa revolta.
Tradutor: Maicon Rodrigues