"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Uribe, paramilitarismo y edifício desabado: Os fantasmas do passado.


Por Alberto Pinzón Sánchez

Com o desabamento de um dos edifícios mais luxuosos de Medellín, neste 12 de outubro, o que fora construído, “combinando todas as formas de fazer trapaça”, pelo ultra poderoso casa-tenente e construtor antioquenho Villegas Moreno, o “Padrinho” real de Uribe Vélez, aumentou entre a classe dominante colombiana a sensação de abatimento. Sensação que está sendo acrescentada pela combativa mobilização social [que não cede] e pela última pesquisa de Datexco de 10 de setembro de 2013[1], onde se estabelece nada menos que 78% dos colombianos não votariam pela reeleição de JM Santos. 

Várias coisas determinaram a “barrigada” do Presidente colombiano contra a realidade: Em primeiro lugar, seu tardio reconhecimento [depois da sublevação do Catatumbo, da Paralisação Agrária e Popular de agosto e do atual levantamento Indígena] de que não bastava com reconhecer simplesmente que na Colômbia havia um centenário conflito armado, senão que lhe faltou o miolo para ter entendido que este também era social.

Quantas vezes, nos últimos 12 anos, não escrevemos quase de forma ritual e semanalmente sobre “o histórico conflito social e armado da Colômbia e sua Solução Política”? Bem, pois aí está o histórico conflito social e armado em sua plenitude em toda Colômbia e, como diria Marx, “trazendo os fantasmas do Passado”. 

Em segundo lugar, derivada da anterior incompreensão e pela inércia de muitíssimos anos de militarismo crioulo e de seus abastecedores estadunidenses com grandes interesses geoestratégicos e financeiros sobre a esquina Colômbia, se seguiu o sambenito de crer que tudo se resolvia a tiros e bombaços; sem entender que a Insurgência estava fazendo uma adequação adaptativa para emagrecer militarmente e não dando alvo às bombas ultra tecnológicas, e para dedicar-se às atividades políticas e organizativas clandestinas do Partido Comunista Clandestino [o mesmo que obcecou e enlouqueceu ao meu-general Mantilla e, a propósito, que se fez?

Porém, não. Puderam mais a mentalidade Ianque do “body counter” e os litros de sangue para medir o êxito oficial da guerra. E aí está: como se fosse um informe de guerra das FARC, porém desta vez dado pela revista do mesmo sobrinho do presidente Santos, num artigo da revista Semana intitulado “Sobe a guerra de Baixa intensidade com a guerrilha”[2[, onde se dá conta da entrada plena desta organização político-militar no manejo atualizado e de resistência sem riscos à guerra assimétrica travada pelo Imperialismo contra o Mundo e concretamente contra o povo colombiano através de 9 grandes bases militares de que dispõe.

Com semelhantes erros de apreciação e cálculo, tanto políticos como militares, JM Santos, como bom jogador de naipe, acreditou [ou os deformados como Padilla lhe fizeram crer] que a Insurgência, em especial as FARC, estavam [como dizemos na Colômbia “a tiro de Ás” e que não era senão fazer um pouquinho de pressão militar para conseguir sua rendição. Por isso, impôs desenvolver o processo de paz de Havana sob a norma deletéria e absurda de “negociar em meio à guerra” e por isso calculou com seus marechais um ano para ter no bolso de trás o acordo de Havana firmado de uma paz Express. 

Porém, ademais, montou sobre essa base falsa, tal e como se o demonstrou a vida, seu projeto para a reeleição presidencial. Não lhe resultaram as coisas assim, senão que ao contrário:
1 – Uma grande mobilização popular em marcha deixou limpas as três caras do conflito colombiano: a) que é histórico; b) que é social; e c) que ainda é armado.
2 – A Insurgência não está derrotada, senão que está se preparando, como insinua a revista Semana, para o caso de que se aborte o processo de paz de Havana, enfrentar e resistir num longo prazo, a arremetida militarista oligárquico-imperial que JM Santos e seu ministro de guerra Pinzón anunciam todos os dias.
3 – Que o processo de Havana, como se está dizendo toda a Comunidade Internacional, tem necessariamente uma Solução Política, não Jurídica e menos militar.
4 – Apesar dos avanços e acordos alcançados em Havana entre as Partes, segundo o próprio Santos tem reconhecido, não se poderá cumprir o prazo máximo de um ano estipulado por ele. Possivelmente leve mais tempo, porém já sob o lema guerrilheiro de que “uma paz mal pactuada na Colômbia é pior que a própria guerra”.
5 – E o mais provável é que, se o presidente Santos sabe ler suas próprias pesquisas [e sobretudo a realidade externa], terá que evitar o triunfo de seu rival Uribe Vélez, opondo-lhe um candidato com opção real de triunfo que lhe permita como a Moisés ver a terra prometida. Se me ocorre pensar que talvez poderia ser como o máximo responsável da Paz de Vargas Lleras, porém [não se sabe] com um pouco mais de vontade de mudança social.
Enquanto isso, a Gente do Comum que já encontrou a mudança seguirá sua mobilização até alcançar uma paz com justiça social, democracia e soberania.
Notas:
Fonte:  www.pacocol.org