Uribe, paramilitarismo y edifício desabado: Os fantasmas do passado.
Por
Alberto Pinzón Sánchez
Com o desabamento de um dos edifícios mais luxuosos de Medellín, neste 12 de outubro, o que fora construído, “combinando todas as formas de fazer trapaça”, pelo ultra poderoso casa-tenente e construtor antioquenho Villegas Moreno, o “Padrinho” real de Uribe Vélez, aumentou entre a classe dominante colombiana a sensação de abatimento. Sensação que está sendo acrescentada pela combativa mobilização social [que não cede] e pela última pesquisa de Datexco de 10 de setembro de 2013[1], onde se estabelece nada menos que 78% dos colombianos não votariam pela reeleição de JM Santos.
Várias coisas determinaram a “barrigada” do Presidente colombiano contra a realidade: Em primeiro lugar, seu tardio reconhecimento [depois da sublevação do Catatumbo, da Paralisação Agrária e Popular de agosto e do atual levantamento Indígena] de que não bastava com reconhecer simplesmente que na Colômbia havia um centenário conflito armado, senão que lhe faltou o miolo para ter entendido que este também era social.
Quantas vezes, nos últimos 12 anos, não escrevemos quase de forma ritual e semanalmente sobre “o histórico conflito social e armado da Colômbia e sua Solução Política”? Bem, pois aí está o histórico conflito social e armado em sua plenitude em toda Colômbia e, como diria Marx, “trazendo os fantasmas do Passado”.
Em segundo lugar, derivada da anterior incompreensão e pela inércia de muitíssimos anos de militarismo crioulo e de seus abastecedores estadunidenses com grandes interesses geoestratégicos e financeiros sobre a esquina Colômbia, se seguiu o sambenito de crer que tudo se resolvia a tiros e bombaços; sem entender que a Insurgência estava fazendo uma adequação adaptativa para emagrecer militarmente e não dando alvo às bombas ultra tecnológicas, e para dedicar-se às atividades políticas e organizativas clandestinas do Partido Comunista Clandestino [o mesmo que obcecou e enlouqueceu ao meu-general Mantilla e, a propósito, que se fez?
Porém, não. Puderam mais a mentalidade Ianque do “body counter” e os litros de sangue para medir o êxito oficial da guerra. E aí está: como se fosse um informe de guerra das FARC, porém desta vez dado pela revista do mesmo sobrinho do presidente Santos, num artigo da revista Semana intitulado “Sobe a guerra de Baixa intensidade com a guerrilha”[2[, onde se dá conta da entrada plena desta organização político-militar no manejo atualizado e de resistência sem riscos à guerra assimétrica travada pelo Imperialismo contra o Mundo e concretamente contra o povo colombiano através de 9 grandes bases militares de que dispõe.
Com
semelhantes erros de apreciação e cálculo, tanto políticos como
militares, JM Santos, como bom jogador de naipe, acreditou [ou os
deformados como Padilla lhe fizeram crer] que a Insurgência, em
especial as FARC, estavam [como dizemos na Colômbia “a tiro de Ás”
e que não era senão fazer um pouquinho de pressão militar para
conseguir sua rendição. Por isso, impôs desenvolver o processo de
paz de Havana sob a norma deletéria e absurda de “negociar em meio
à guerra” e por isso calculou com seus marechais um ano para ter
no bolso de trás o acordo de Havana firmado de uma paz Express.
Porém, ademais, montou sobre essa base falsa, tal e como se o
demonstrou a vida, seu projeto para a reeleição presidencial. Não
lhe resultaram as coisas assim, senão que ao contrário:
1 –
Uma grande mobilização popular em marcha deixou limpas as três
caras do conflito colombiano: a) que é histórico; b) que é social;
e c) que ainda é armado.
2 –
A Insurgência não está derrotada, senão que está se preparando,
como insinua a revista Semana, para o caso de que se aborte o
processo de paz de Havana, enfrentar e resistir num longo prazo, a
arremetida militarista oligárquico-imperial que JM Santos e seu
ministro de guerra Pinzón anunciam todos os dias.
3 –
Que o processo de Havana, como se está dizendo toda a Comunidade
Internacional, tem necessariamente uma Solução Política, não
Jurídica e menos militar.
4 –
Apesar dos avanços e acordos alcançados em Havana entre as Partes,
segundo o próprio Santos tem reconhecido, não se poderá cumprir o
prazo máximo de um ano estipulado por ele. Possivelmente leve mais
tempo, porém já sob o lema guerrilheiro de que “uma paz mal
pactuada na Colômbia é pior que a própria guerra”.
5 –
E o mais provável é que, se o presidente Santos sabe ler suas
próprias pesquisas [e sobretudo a realidade externa], terá que
evitar o triunfo de seu rival Uribe Vélez, opondo-lhe um candidato
com opção real de triunfo que lhe permita como a Moisés ver a
terra prometida. Se me ocorre pensar que talvez poderia ser como o
máximo responsável da Paz de Vargas Lleras, porém [não se sabe]
com um pouco mais de vontade de mudança social.
Enquanto
isso, a Gente do Comum que já encontrou a mudança seguirá sua
mobilização até alcançar uma paz com justiça social, democracia
e soberania.
Notas:
(1) http://www.wradio.com.co/noticias/actualidad/encuesta-datexco-78-no-votaria-por-santos-si-decide-lanzarse-a-la-reeleccion/20131209/nota/1969136.aspx
Fonte: www.pacocol.org