"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A artilharia política



Por Carlos A. Lozano Guillén
carloslozanogui@outlook.es


Que sentido têm as palavras do presidente Juan Manuel Santos na Europa, onde se supõe que está solicitando apoio para o que ele chama o pós-conflito, cheias de pedantismo e de agressividade guerreirista, quando diz que é ele o pior inimigo das FARC e que as mesmas estão fragilizadas? Que têm a ver essas palavras com os diálogos de paz em Havana? Outra concessão ao militarismo ou reflexo de sua fraqueza ante o uribismo e o setor militar que não o acompanha?


Trata-se de uma falsa saída do mandatário: enfraquece o diálogo, porque semelhantes palavras só podem gerar confusão no país e desconfiança na contraparte sobre as verdadeiras intenções governamentais.


A estas alturas das conversações de Havana, onde, apesar das dificuldades que ainda pesam nos resultados e na celeridade do processo, se avançou bastante, é melhor a artilharia política que as expressões arrogantes, saídas de tom. A guerrilha das FARC-EP preferiu fortalecer a delegação de paz com vários quadros políticos e militares do maior nível, qualificada por Iván Márquez como “o ingresso de uma verdadeira artilharia política em favor da paz”, distante de dar força à guerra, o qual é um caminho, no entendido de que se está dialogando sob os rigores da confrontação armada.


Em resposta a este gesto positivo, aparece em toda sua magnitude a mesquinharia do estabelecimento burguês. Manchetes na “grande imprensa” e amplo espaço nos grandes meios de comunicação estão dedicados a qualificar aos integrantes da “artilharia política” que chegam das montanhas da Colômbia para serem protagonistas de primeira linha neste esforço de paz.


Vários membros do Secretariado e integrantes do Estado-Maior Central estão em Havana. É a melhor demonstração de que todos os blocos e frentes guerrilheiros respaldam os diálogos. Paz com democracia e justiça social é o desafio da Colômbia hoje, se realmente há o interesse de todas as partes, e neste sentido sobra o pedantismo de quem se crê vencedor quando não o é, porque ninguém está sentado em Havana na condição de derrotado.


Que tirem da cabeça essa alucinação! Militares ativos que estão pela paz disseram reservadamente que saúdam essa decisão das FARC-EP, porque dá força e contundência às decisões que a delegação adote em Havana. Ainda que alguns tenham o temor de que, se se vão todos os chefes, podem perder o controle sobre as tropas insurgentes no país. Nada a ver, pelo contrário, o que sobressai é que o Secretariado, o Estado-Maior Central e seu Comandante têm a suficiente autoridade nas fileiras guerrilheiras. O Governo deve entender que, se há vontade política de resolver o conflito, a paz está próxima.
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Equipe ANNCOL - Brasil