"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 28 de abril de 2007

Hipóteses de um atentado anunciado na cidade de Cali.

Uma muito suspeita foi a de atribuir, assim que o fato ocorreu, às FARC. Leia as dez restantes, ligadas, sem dúvida, ao narcoparaubismo. Também verdade da marcha uribista. “Não houve cidadania, nem o que se chama sociedade civil nesta marcha que obrigou aos colégios, as suas direções e estudantes a assistirem em ônibus, que chegavam inesperadamente, sem saber quem os patrocinava, a assistirem com pressão midiática, laboral e disciplinar, mas não consciente”.

Este sujeito vociferou de Arataca em seus habituais “conselhos comunais”, “é hora de acabar com as Farc’.


[Monika Loaiza/Especial ANNCOL]

Depois da cruenta ação contra o Quartel da Polícia, localizado muito perto do centro da cidade de Cali, presume-se por parte da população, os mesmos uniformizados, analistas, taxistas, jornalistas, funcionários do Estado, o Presidente Uribe, seus Ministros e especialistas que há várias hipóteses sobre os sujeitos ativos protagonistas dessa ação violenta.

Uma muito suspeita foi a de atribuir, assim que o fato ocorreu, às FARC como a envolvida com a explosão que produziu os danos conhecidos amplamente, e também os que estão por acontecer. Presunção descartada: pois como pode uma guerrilha derrotada pela Segurança Democrática realizar tal ato? Como pode a segurança democrática ser tão ineficaz se o Presidente Uribe disse estar triunfando com essa segurança democrática? Será que já não há segurança, nem sequer para aqueles que estão encarregados de prestá-la?

Uma segunda presunção é dos que afirmam que os culpados de tão lamentável ato são os donos, co-proprietários, vigilantes, testas de ferro, construtores nacionais e estrangeiros dos milionários depósitos encontrados pela Polícia em diferentes lugares de Cali. Uma guerra de máfias.

A terceira hipótese indica que o bombardeio na Primeira com 21 executou todo o arsenal do setor narcotraficante traído pelo governo ao ser extraditado um bom número deles com o objetivo de tirá-los do meio para evitar que denunciassem mais para-políticos vinculados com o governo, mediante os chamados ventiladores [Nota da Tradução: "ventiladores" são denúncias que atingem tanto a amigos como inimigos].

A quarta suspeita recai sobre o mesmo Governo, para desviar a atenção dos debates que são anunciados por parte do Pólo contra o Presidente Uribe por seus vínculos com o narcotráfico e o paramilitarismo, antes na Antioquia, e hoje em toda a Colômbia, e que o posicionaria melhor nas pesquisas, pois do posto 82 poderia ascender ao primeiro, e a Revista gringa News Week, teria que atualizar a noticia que o colocou, há anos, na lista dos narcotraficantes e extraditáveis procurados pelos EUA.

Como não existe quinta má, imputa-se como culpado destes fatos o exército por suas disputas com a Polícia, e com o objetivo de amedrontá-la para que baixe a guarda no caso Jamundí, onde aparece o Oficial do Exército Byron Carvajal e seus comandados como culpados, e mais ainda, como vingança contra a Polícia de Cali por ter detido em flagrante a esposa, companheira, amante e cúmplice do veículo roubado que conduzia e que atuava clandestino com falsos documentos de identificação, em não sabemos quais “diligências” estava executando esta angelical pessoa.

A sexta suposição conhecida por este jornalista é a necessidade do Presidente Uribe de criar fatos cruentos muito sensacionalistas e tecnicamente realizados para configurar condições negativas de ordem pública no Valle, que entorpeceriam os atos que se avizinhavam em Cali em prol do Intercâmbio Humanitário.

Sete razões, entre elas, este (auto)atentado (?) da classe dirigente desprestigiada deste setor da Colômbia, para construir condições eleitorais favoráveis aos setores mais reacionários e corruptos do Valle do Cauca que aspiram às Prefeituras, o Governo, os Conselhos, Assembléias e Juntas Administrativas Locais que se definirão no próximo 28 de Outubro num ambiente de falta de garantias eleitorais.

A oitava hipótese conduz a que ao gerar este ato repulsivo, o Governo e suas instituições, criariam outra cortina de fumaça para esconder a armadilha do Presidente Uribe e do Congresso da República com o recorte das transferências às regiões, através do neoliberal e criminoso projeto de Ato Legislativo 011 de 2006 que tem trânsito nas duas câmeras e que reduz a inversão social em saúde, educação, saneamento básico e água potável.

A nona conjectura é acerca da necessidade governamental de produzir estes fatos, sobretudo às custas de um bem público como é o custoso quartel de policia, e de vidas de policiais, junto à inocente população civil, para gerar soçobra cidadã, mobilizar o oxidado regime que sucumbe diante da comunidade internacional, e aumentar criminosamente a imagem oficial nas pesquisas arranjadas, num momento em que mais se precariza a vida dos colombianos, aumenta o desemprego, cresce o número de deslocados, e decai a relação e amizade com os governos e povos vizinhos.

A décima é a de cada um de vocês, minhas leitores e leitores, que deduziram a verdade, e colaboraram com a Promotoria, ou a Comissão de Acusações da Câmara de Representantes, ou a Sala Penal da Corte Suprema de Justiça, para ver quais vínculos podem existir com os pára-políticos-governantes investigados e por investigar.

E a décima primeira hipótese, segundo Rodrigo Gerreiro, ex Alcaide de Cali e gestor da ONG Vallenpaz que funciona com dinheiro do Plano Colômbia, é melhor esperar, e confiar em que as autoridades possam descobrir e sancionar os reais culpados, pois ainda não se sabe com certeza, quem foi o culpado.

Que a segurança democrática que tudo sabe, diga a verdade, pois a história não a absolverá.

Verdade sobre a marcha uribista em Cali.

Não houve cidadania, nem o que se chama sociedade civil nesta marcha que obrigou aos colégios, suas direções e estudantes a assistirem em ônibus que chegavam inesperadamente, sem saber quem os patrocinava, a assistirem com pressão midiática, laboral e disciplinar, mas não consciente.

Docentes que tinham consulta médica de há muito programada antes foram obrigados a assistir pelos diretores dos colégios e ameaçados se faltassem à marcha.

Foi uma marcha de compadres, força pública, dirigentes políticos oficialistas e negociantes da paz e dos direitos humanos.

Foi uma marcha de tendência eleitoral, candidatos pro-uribistas, entre eles a Alcadia unilateralizaram o que é o terrorismo.

Houve terrorismo oficial estatal para obrigar a assistir.

Aproximadamente, participaram doze mil pessoas, a imensa maioria de crianças transportadas por ônibus.

Não se denunciou nesta marcha o terrorismo oficial gerador do deslocamento forçado, dos desaparecimentos forçados, do desemprego, do desalojamento de famílias inteiras por parte dos bancos da cidade, especialmente do grupo aval e de AVVillas entre outros que estão desapropriando de imóveis a milhares de pessoas no Valle.

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