"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 30 de dezembro de 2007

A luta política da insurgência colombiana


No cenário político colombiano se desenvolvem duas vertentes: Uma: a do desgoverno, decidido a esconder, desviar, dissolvendo todo o tipo de escândalos sem apontar para dentro da narco-para-política; explicando-se a essência do regime do Minifüher.


Aconteceram uma série de eventos cujos antecedentes atualizam a explicação da consolidação das castas dos cartéis mafiosos na direção do Estado colombiano; e a mais significativa delas é a relação ativista-familiar do Doctor Varito, como consequência do acionar de seu finado pai Álvaro Uribe Sierra em seu envolvimento no assassinato do então Procurador Rodrigo Lara Bonilla; assim como a descoberta da assinatura pessoal do obtuso “conselheiro” presidencial Obdulio Gaviria- primo-irmão do chefe criminal Pablo Escobar Gaviria, como pagamento para o executor do señor Cano, Diretor do jornal El Espectador.


Outra: a atividade política das Farc-ep, desenvolvida em torno da acertada decisão de seu gesto humanitário; acumulando o sentimento da opinião pública nacional e internacional e ficando muito bem situada diante dos movernos amigos pela consolidação da Troca Humanitária. Ou seja, ao contrário do que foi dito pelo regime narco-paramilitar na Colômbia, se acelera a opção do reconhecimento como força beligerante do movimento insurgente colombiano.


Só um tonto ou um louco para negar o caráter político da Insurgencia desde seu gênesis até sua atual consolidação. Basta só um fator de caracterização a respeito: a existencia da Plataforma de Luta para um Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, que completou dez anos; como foi lançado pelo Plenário do Estado Mayor Central das Farc-ep das Montanhas da Colômbia, em novembro de 1997 e que se constituiu em um motor “Abrindo Caminho rumo à Nova Colômbia”.

O PAPEL DAS OUTRAS FORÇAS

A história política da social-democracia colombiana deve ser analisada sob um caráter dialético da luta dos contrários. De maneira que mediante uma hegemonia da extrema direita narco-paramilitar e terrorista de Estado com a aprovação do Império; se encontra o acionar armado da Insurgência ocupando todos os espaços da luta opositora ilegal na Colômbia.

Em um cenário de combinação das formas de luta –como sabiamente o proclama o Partido Comunista Colombiano há cinquenta anos- predomina pela crueldade do terrorismo de Estado e a guerra intervencionista do Imperio na Colômbia, a coreografia da luta armada.


Com um olhar podemos definir o papel da oposição legal ou da esquerda, para que possamos afirmar que no vértice dessa relação dialética se exige a identificação da social-democracia com as Plataformas de Luta da esquerda; ao contrário do que aconteceu em décadas anteriores em que a esquerda ia lado a lado com o liberalismo.


Isso não admite matizes. Por si só já é uma vergonha esses planejamentos que possam predominar uma tendência REFORMISTA no seio do Pólo Democrático Alternativo. Só de planejá-lo o dirigente Luis Garzón já se afasta dos programas para a Nova Colombia. Representa uma atitude maquiadora do atual estado das coisas na Colômbia.


Choca inclusive com a rota da social-democracia liberal e o coloca na corrente hegemônica da extrema directa. E como na política se jogam as sutilezas, ao afirmar o desvencilhado Prefeito da capital que ele não quer estragar a festa, mas que o Acordo Humanitário não acontecerá; expressa o sentimento de temor à avalanche de sucessos que terá o traste com sua prematura aspiração presidencial.

QUE FLAUTAS TOCAM A OPOSIÇÃO POLÍTICA LEGAL.

Assistimos na Colômbia a inércia da social-democracia e a esquerda legal. Uma possível causa do silêncio terrorífico imposto aos lutadores colombianos nas décadas de prática de genocídio político. Busquemos explicações, não justificativas.


Vale considerar que por conta das circunstâncias políticas atuais na Colômbia, expresso pessoalmente meu pensamento político sob o manto do pseudônimo, não me inibe ele para me referir aos dirigentes políticos da social-democracia liberal e da esquerda legal em sua tenaz e arriscada atitude de persistir na busca por profundas mudanzas nas estruturas do Estado e no exercício da política na Colômbia, em todo sentido.


Mas não elogio todos. Uma organização política de massas deve estar afinada com os acontecimentos que regem a vida política do país. Ainda que tantas coisas aconteçam na Colombia, nunca acontece nada. Isso não só contribui com o controle confucionista dos Meios de Alienação de Massa cultivado pela mentira e o medo predominantes, como também contribui com o abandono dos programas políticos do mínimo ao máximo, mantendo-os órfãos, diferente das aspirações do povo colombiano.


O terrorismo de Estado e o embate narco-paramilitar pretendem manter calado o anúncio do acionamento do movimento popular. Uma reivindicação para a mobilização popular como o tão falado Intercâmbio Humanitário esbarra na cumplicidade histórica da social-democracia e a esquerda legal no atual estado de desgoverno.


A Troca Humanitária debe ser lida como síntese e efeito do devaneio político na Colômbia. Rompe com o estigma, macarthismo e desinformação do agudo conflito colombiano. Demonstra diante do mundo a existência de presos políticos com permanencias de mais de trinta anos cumprindo injustas condenações. Demonstra diante do mundo a existencia de combatentes populares-guerrilheiros presos- tanto nas masmorras da Colômbia como nas do Imperio, como é o caso de Simón Trinidad e Sonia, acusados de comercializar cocaína para o Império; eles, de convicção ideológica comunista, por princípios contrários a um efeito próprio do capitalismo como é o narcotráfico. Estão lá por causa do ódio visceral do Câncer do Império.


À respeito, devo explicar ao filho da minha companheira que Câncer não é o que come cerebros. Remete à mitologia, o cachorro guardião das três cabeças, que no caso do Minifúhrer correspondem ao narcotráfico, outra ao paramilitarismo e a outra ao capitalismo. Foi o temible Hércules que deu conta do Câncer mandando-o à profundezas dos infernos.


Satisfaz a identificação que faz do Hércules atual que dá conta do Minifúhrer Câncer. O Intercâmbio Humanitário demonstra ao mundo que o intenso conflito colombiano ultrapassou as fronteiras e é objeto de atenção. O Intercâmbio Humanitário demonstra diante do genocídio político contra o partido de Esquerda, a União Patriótica; diante do crime seletivo contra dirigentes políticos, sindicais e populares; diante do imoral desalojamento interno de mais de quatro milhões de colombianos pela sangrenta reforma agrária que a violencia narco-paramilitar impôs ao campesinato colombiano; demonstra o Intercâmbio Humanitário, sobretodo, que a desposta da Insurgencia diante de tanta barbárie não foi a aplicação do Código de Hamurábi, de olho por olho e dente por dente. Demonstrou diante de seu povo e de todo o Mundo sua profunda convicção pelo respeito à vida.


Anos atrás, as ideologías pequeno-burguesas e anarquista, no seio do movimento armado popular, clamava pela resposta sangrenta ao exercício déspota da oligarquia colombiana e o Império. Afirmavam que não teriam postes suficientes na avenida que vai do centro ao aeroporto El Dorado de Bogotá para enforcar tantos mafiosos e criminosos oligárquicos.


Mas não. Teve, em contrapartida, que passar a sociedade colombiana pela resposta à retenção de pessoas com fins políticos por parte da Insurgencia. Nem dilema nem sofisma como tampouco dicotomía significa a anterior sustentação.


Tão macabro o padecimento de vítimas e familiares pelo crime seletivo e de massacres perpetrados pelo Terrorismo de Estado e o experimento oligárquico e do Imperio do narco-paramilitarismo; com o vergonzoso padecimento dos detidos por motivos políticos.


Dolorosa situação para as vítimas dessa pena, como para seus familiares. Mas a oligarquia assim o quis. Assim foi esculpido em pedra do altar da dor da familia colombiana, o padecimento dessa guerra civil pela qual transitamos.


Por isso o clamor da dirigência e movimento político da social-democracia liberal e esquerda legal clombiana, em asumir o papel histórico pela conquista de um Governo de Transição e Reconciliação Nacional que acabe com o flagelo do regime terrorista de Estado e seu apoio narco-paramilitar.


Em conclusão, o Intercâmbio Humanitário abra esse panorama rumo à saída política e definitiva pela Nova Colômbia.

enlace original: http://www.anncol.nu/index.php?option=com_content&task=view&id=126&Itemid=2