"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 29 de dezembro de 2007

Os outros prisioneiros

ANNCOL


Os meios de comunicação em mãos da oligarquia produzem apressadamente cartilhas apresentando os sádicos que são os membros das FARC com os prisioneiros em seu poder. Não poderia ser diferente. É um posicionamento de classe.

Eles queriam que as FARC, em plena selva, com 20.000 soldados espalhados pela selva, perseguindo-os para matar a eles e aos prisioneiros, construíssem para os prisioneiros um hotel 5 estrelas ou um ‘Clube de Nogueira’. E que ainda os tratassem com luvas de seda. Mas as FARC não podem fazê-lo porque estas construções são dirigir, têm seu modo de operar.

A mídia burguesa – salvo uma resenha ‘jornalística’ – sempre publicam seus artigos sobre os guerrilheiros presos para mostrar o “poder de estado’, o ‘poder de coerção do estado’. E a eles pouco importa a violação de seus próprios preceitos constitucionais, de sua própria Constituição burguesa. Por isso sempre e para sempre, têm massacrado, assassinado seletivamente e desaparecido a força com milhares e milhares de colombianos. E logicamente a todos eles é aplicada a Tortura.

Somente quando os instrumentos utilizados para o genocídio – os narco-paramilitares, com suas figuras de ‘pistoleiros em motos’, o ‘assassino da motosserra’ e o “decapitador’ – tornam-se incômodos, ou pretendem apoderar-se do poder, aplicando o ‘saia você para deixar-me eu´, então reagem e fabricam um ‘processo de paz’.

Vemos que eles adiantam as campanhas pela liberação libertação de prisioneiros em poder das FARC, mas lhes ‘corre um fresquito’ quando há guerrilheiros extraditados para os Estados Unidos pelo governo de Álvaro Uribe. Muito menos lhes importa lhes importa as condições de tortura a que são submetidos Sonia e Simon Trinidad. E muitos outros prisioneiros na Colômbia.

Chama a atenção que a essa campanha se some o prefeito eleito de Bogotá, Samuel Moreno, que informou que foram colocados avisos, cartazes, etc., pela ‘libertação dos seqüestrados em poder das FARC’, mas por nenhum lado vemos que se levantam a lutar pela repatriação e libertação de Sonia e Simon Trinidad.

Um prefeito eleito pelo PDA, esquerda, deveria saber o que é a ‘neutralidade’, sobretudo quando a não neutralidade implica em apoiar o inimigo da classe de quem diz ser representante. Por que não colocar, por exemplo, a foto de Ingrid ao lado da de Sonia? Por que não colocar a foto de algum dos estrangeiros ao lado da de Simon Trinidad? Por que é mal visto pela oligarquia e pelo império estadunidense? Y para nós, o que importam eles se são os primeiros que sempre violam os direitos humanos dos colombianos... e de todo o mundo.

Agora bem, temos visto o estado dos prisioneiros populares é difícil. No entanto nenhum deles tem se queixado, têm assumido com muito valor a difícil situação que atravessam. Simon informou – não se queixou – as condições em que estava: uma luz de alta potência acesa 24 horas por dia, não podia falar com ninguém, não pode receber a imprensa, não pode estudar o idioma, uma cela de 2x2m, permissão para ‘ver o sol’ apenas 15 minutos por mês, etc., etc. Assim como Sonia. Assim como esteve Rodrigo Granda. E assim estão millares de mutadores populares. E como estão os sócios de Uribe? Felizes, delinqüindo a partir da prisão, agora inventando histórias como a de que o irmão do comandante das FARC opera ‘o negócio das drogas a partir da prisão’, enfim, novelas com o objetivo de justificar os seus sócios, que estão a dar risadas.

Em conseqüência, é nossa obrigação como imprensa alternativa mostrar essas grosserias. Sabendo que eles respondem a posicionamentos de classe. E que ao mostrarmos entramos na ‘lista negra’ dos inimigos do regime. Mas isto, na verdade, é o que menos nos preocupa, ao contrário, nos alegra. Porque como disse Dimitrov, o comunista búlgaro: “Se o inimigo do proletariado te elogia, pense nos erros que tem cometido”.
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