"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

E continua o tema do Intercâmbio


José María Carbonell

O Intercâmbio Humanitário segue sua marcha vitoriosa. Porque não há outra opção.
Então, o regime narco-paramilitar colombiano pretende freia-lo, ou impedi-lo.

Tem sido feitas manobras no intuito de relegar o Intercâmbio Humanitário à segundo plano, mas ele, como uma realidade real num país em guerra, se recusa a isso e, num piscar de olhos, levanta a cabeça e diz: “aquí estou”.
Inventaram a da marcha do 4 de Fevereiro. Lógico, já que o governo precisa trocar as pilhas
O povo colombiano quer a Paz. Foi isso que disseram os populares que a assistiram (os outros eram oligarquitos furibistas e narco-paramilitarizados). Que será o que igualmente dirão os que assistirão à marcha do 6 de Março. Igualzinho. Paz, Paz, queremos Paz!

É nas marchas que temos sentido e notado: Seja no 4 de Fevereiro ou no 6 de Março, a discussão sobre o Intercâmbio Humanitário e a Paz está vivíssima.
O que fazer para impedi-lo, para evitá-lo?
Não é possível.
Não enxergam que é um sentimento do povo? E que a voz do povo é a voz de Deus?
Não me venham agora dizer que não se sabem desta máxima?
Bem, se não a conhecem, volto a repeti-las, para que aprendam:
A voz do povo é a voz de Deus.
Ou se preferirem: a voz de Deus é a voz do povo.

Por isso, ao esforço do Comitê da Cruz Vermelha da França, se somou a presença, desde hoje, do chanceler da França para sondar a situação do Intercâmbio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, o qual segue mostrando que tem a chave para o tema, com o enfraquecido e enfermo presidente da Colômbia, Álvaro Uribe Vélez (dizem tratar-se de uma virose – ou seria mal olhado? Que não seja outra coisa mais perigosa e na moda).
É isso também o que se demonstra no interesse de Lula e de Cristina sobre o tema.

E então, por que Uribhitler não quer o intercâmbio?
Por que ele é um cabeça-oca. Tem o cérebro assim de tão pequenininho.
Não, não. Eu não quero repetir como o qualificou – não sem razão - Hebe de Bonafini, uma das mães da plaza de mayo, que agora já são avôs pelo passar dos anos: “A cabeça de merda de Uribe”. Essa é a percepção que Uribe produz em tão respeitável senhora, que representa toda uma instituição de luta em defesa de seus familiares desaparecidos – assim como nossos familiares.

Então Uribhitler, que deveria ser Uribvidela, se apega com teimosia infantil: ‘ah, purqui nu quelo’. Ele não está nem aí com a sorte dos prisioneiros e de seus familiares.
É que é sem sentimentos. É perverso, como o são alguns meninos.
Nem tampouco se lhe importa um tostão a sorte dos três militares gringos que acreditaram que contra a guerrilha era ‘veni, vidi, vici’, o que quer dizer: tomamos o café da manhã, montamos no avião, localizamos onde estão os guerrilheiros, regressamos e levamos os relatórios aos militares para que eles possam capturá-los. Ou seja, os gringuinhos acreditaram que os soldados guerrilheiros eram galinhas mortas e acabaram vendo que os índios sul-americanos converteram-se em índios valentes.

Entrementes Uribhitler, em sua perversidade, ataca os exilados políticos colombianos.
Lembrou que Jorge Noguera Cotes (o ‘bom garoto’ do DAS que dormiu em seu apartamento), quando era diretor do DAS, deu uma declaração dizendo quem eram os ‘embaixadores das FARC’ e assinalava que o trabalho de ‘Comissão Internacional das FARC’ era realizado por companheiros do PCC e outras organizações de esquerda, refugiados políticos em países estrangeiros. Vale dizer: Brasil, Costa Rica, Canadá e países europeus.
Falsidade das falsidades. Tudo é pura invenção, mentiras e montagens da policia secreta colombiana.

Agora a ‘inteligência militar’ volta a recitar a mesma cantilena, mas a coloca com novo título: “A frente européia das FARC”. Um conto da carochinha, que é parte do novelão das ‘redes de apoio’ às FARC pelo mundo.
Diante disto, e se tudo isso for verdade, eu me pergunto: As FARC estão ou não estão derrotadas?
Porque, em verdade, eu escuto todos os dias as mesmas coisas: que é o início do fim das FARC; que 20 mil soldados do Plano Patriota estão para entrar pela retaguarda das FARC; que 10 mil soldados marcham contra Cano, que dizem estar no canyon das Hermosas; que foi capturada uma rede de ‘apoio logístico’ às FARC; que a companhía de Tulio Varón foi dizimada; que foi capturada uma rede que financiava as FARC. Enfim; algo está meio ‘empanado’ - para recuperarmos expressões arcáicas, como nos pede a Real Academia – fazendo esses militares verem as coisas como as veem os ‘pinguços’ dos filmes.

Mas quando o tema volta e se repete, volta e se repete, e volta e se repete, já não há como não começar a perceber que é falso.
Daí eles se saem com o conto de que ‘o câncer’ está matando Manuel Marulanda, já que não podem matá-lo eles mesmos, que é o que mais tem desejado desde 1964.
Sim, o regime colombiano nunca quis capturar Manuel Marulanda, mas sim o matá-lo, assassiná-lo.Como eles não o podem matar, rezam aos seus santos e demônios para que a mãe natureza lhes faça este pequeno favor.

E assim segue a vida, vivendo sua real realidade...
Enquanto isso, as FARC estão libertando àqueles prisioneiros em seu poder que estão com a saúde debilitada, em um ato de humanitarismo que todo o mundo valorizou e agradeceu.
O Intercâmbio Humanitário está agora a esperar a desmilitarização dos municípios de Pradera e Florida para o ‘toma lá, dá cá’, o ‘toma tú os teus’ que ‘eu me vou com os meus’.

Fará o governo dos Estados Unidos o movimento decisivo no xadrez do Intercâmbio?
Algo parece estar se formando, pelo que se pode entender nas recentes declarações de Mr. Brownfield.
Oxalá. Oxalá. É o pedido de todos nós, os colombianos que ansiamos e amamos a Paz.