"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 7 de maio de 2013

Chegou a vez da mídia em Havana




Fonte: La Silla Vacía


O Fórum sobre a Participação Política organizado pela ONU e a Universidade Nacional para prover dados para Havana concluiu ontem. Ainda que o tema da Assembléia Constituinte roubasse toda a atenção mediática, houve um bloco completo de discussão sobre os meios de comunicação, o que dá uma medida de que esta etapa da negociação com as FARC irá muito mais longe do que a discussão sobre algumas cadeiras no Congresso para os chefes guerrilheiros.

Nenhum dos grandes meios assistiu o evento, a não ser a revista Semana. Caracol, RCN, El Tiempo e nem El Espectador acolheram o convite. Então, enquanto o Estabelecimento esteve mal representado, os meios alternativos e de esquerda, como Canal Capital, representado por Hollman Morris; Voz, por Carlos Lozano; Prensa Rural, entre outros, marcaram o evento.

Surgiram dezenas de propostas: criar uma plataforma tecnológica para que os camponeses tenham telefonia celular com acesso a dados; democratizar a pauta pública; dar um canal de TV, emissoras de radio e uma revista nacional para a oposição. Mas, houve um debate que teve grande eco no auditório: o tema da concentração dos meios de comunicação e a necessidade de frear sua integração “vertical” com outros meios e, “horizontal” com outros negócios. A idéia seria proibi-las ou limitá-las.  

“Acredito que um debate que tem que acontecer no país é sobre o impacto na qualidade da informação e na democracia o fato de que os grandes grupos econômicos sejam os donos dos meios”. “Quais são os conflitos de interesse?” “Minha proposta foi criar uma lei antimonopólio, sem esse nome, principalmente que propicie o debate sobre o assunto”, disse o jornalista e diretor de Canal Capital, Hollman Morris.

Sua proposta – que segue a tendência de leis polemicas propostas por mandatários de esquerda no continente, como Cristina Kirchener na Argentina e Rafael Correa no Equador – arrancou muitos aplausos no auditório e, mais cedo do que tarde, chegará a Havana.

Provavelmente será um debate que pulará para fora da Mesa porque toca as fibras mais intimas do poder. Dos cinco conglomerados de mídias que existem na Colômbia, três seriam afetados: os dos três homens mais ricos do país, Luis Carlos Sarmiento Angulo, Alejandro Santo Domingo e Carlos Ardila Lülle.

A seguir, eis a situação atual dos cinco grandes conglomerados de mídia que existem no país.

- Organização Ardila Lülle

Meios de Comunicação:

·         RCN Televisão; RCN Rádio; Editorial Televisa Colômbia.

Outros negócios:

·         Bebidas não alcoólicas: A coroa do seu império são Postobón, Lux y outras de refrigerantes.
·         Açúcar: Controla os engenhos Providência e Cauca e empresas relacionadas como Ciamsa y Sucromieles.
·         Embalagens: Possui empresas como Peldar, Crown Colombiana e Iberplast.
·         Futebol: É proprietário do Atlético Nacional.
·         Automóveis: É dono da concessionária Los Coches


- Grupo Santo Domingo

Meios de Comunicação:

·         Caracol TV; El Espectador; Blu Radio; Cromos.

Outros negócios:

·         Cervejas: É um dos principais acionistas da multinacional SAB Miller.
·         Petóleo: Possui investimentos em empresas como Latco Drilling e Integral.
·         Construção Civil: atua nesta área através de recentes investimentos em Terranum e Prebuild Construcción e Ingeniería.
·         Entretenimento: É dono de Cine Colombia.
·         Comunicações: Possui investimentos em empresas como Canal Clima, Data IFX e a nova Virgin Mobile Colombia.
·         Comércio: recentemente vem investindo em plataformas eletrônicas como Linio e Dafiti, e no grupo Koba.
·         Tecnologia: Possui a ICCK Net.
·         Logística e Transporte: Controla Ditransa, Naviagro e Sugranel.
·         Plásticos: É o proprietário de Biofilm.
·         Agroindústria: Possui empresas como Reforestadora de la Costa e plantações em La Orinoquía.
·         Financeiro: É possuidor de 3% de Corpbanca, no Chile.


- Publicaciones Semana

            Meios de Comunicação:

·         Semana; Dinero; Soho; Fucsia; Jet Set; Arcadia.

            Outros Negócios: Não possui. O grupo de Felipe López cresceu em volta da revista Semana e se mantém como um grupo editorial.


- Organização Luis Carlos Sarmiento Ângulo

Meios de Comunicação:

·         El Tiempo; City TV

Outros Negócios:

·         Financeiro: Com o Grupo Aval possui os bancos de Bogotá, Occidente e AV Villas, além de várias companhias de financiamento e fiduciárias. É o maior jogador deste ramo.  
·         Serviços Públicos: Tem importante participação, através de diferentes empresas, em Tibitoc e na Empresa de Energia de Bogotá.
·         Transportes: Possui concessões rodoviárias e participação em concessões aeroportuárias.
·         Aposentadorias: Com a empresa Porvenir é o maior representante do setor.
·         Logística: Controla, através de suas entidades financeiras, Almaviva e Almapopular.
·         Construção Civil: Através de Construcciones Planificadas, é um forte representante do setor.
·         Hidrocarbonetos: É proprietário de Promigás.
·         Hotelaria: controla a rede de hotéis Estelar.
·         Agroindústria: Possui 16 mil hectares semeados em La Orinoquía.


- Grupo Galvis

            Meios de Comunicação: Vanguardia Liberal; La Patria (em sociedade com a família Restrepo); El Nuevo Dia; El Universal; La Tarde; Q’Hubo (juntamente com El Colombiano e El País)

Outros Negócios: Não possui. Os Galvis Ramírez, proprietários históricos de El Liberal, têm comprado participações importantes em diferentes jornais regionais e não incursionaram em negócios de outros setores.