FARC reclamam presença de Simón Trinidad em diálogos de paz
As FARC exigem que
Trinidad seja indultado e assista aos diálogos de paz com Santos.
As Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia instaram nesta quinta-feira junto ao governo dos EEUU que indulte
ao guerrilheiro Simón Trinidad para que participe no diálogo de paz com o
governo. Trinidad cumpre 60 anos de condenação numa prisão estadunidense, após
ser extraditado em 2004.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia instaram nesta quinta-feira
desde Cuba ao governo dos Estados Unidos [EEUU] que indulte ao guerrilheiro Simon
Trinidad, para que possa participar no diálogo de paz com o governo de Juan
Manuel Santos.
O comunicado, que o chefe da equipe negociadora das FARC, Iván Márquez, deu
a conhecer, reitera a petição para que Trinidad seja libertado “como um gesto
que contribua para a paz na Colômbia”.
Ademais, a insurgência pediu às organizações sociais e de direitos
humanos no mundo formar comitês que ajudem na batalha política por sua
liberdade e sua necessária participação na mesa de diálogos.
Márquez leu um cabograma diplomático estadunidense publicado por Wikileaks
e que “não foi até o momento desmentido”, segundo o qual Trinidad “não tinha
acusações criminais nos Estados Unidos que justificassem sua extradição”.
“Foi o próprio ex-presidente Álvaro Uribe quem tramou e convenceu as
autoridades estadunidenses para que reclamassem a extradição de Simón Trinidad
e ordenou à justiça colombiana e à inteligência militar que fabricassem as
provas contra ele”, acrescentou Márquez.
A guerrilha colombiana continua afirmando que “quando já não houve
maneira de provar que era um narcotraficante, determinaram, então, imputar-lhe
o delito de terrorismo, que não era a causa de sua extradição”.
“Todas as mentiras dessa farsa foram derrotadas por Simón nos três
julgamentos que teve que enfrentar nos tribunais estadunidenses”, comentou
Márquez, quem reiterou que são humilhantes as condições de reclusão do
guerrilheiro no chamado buraco da prisão de Florence, Colorado [oeste].
As FARC sustentam que Trinidad jamais participou na operação militar
relacionada com os três cidadãos estadunidenses nem pertencia ao Secretariado
nem ao Estado-Maior Central dos rebeldes.
Precisam que os que queriam julgar a Trinidad inventaram seu
pertencimento a essa cúpula para poder torná-lo responsável pela operação pela
qual finalmente foi condenado.
Em resposta aos insistentes pedidos das FARC para que Trinidad seja
indultado e possa viajar à ilha, Washington disse que [ele] seguirá em prisão
na América do Norte, onde cumpre uma condenação de 60 anos, após ser
extraditado em 2004.
A agenda das negociações entre Governo e FARC, que se encontra no ponto
referido ao tema agrário, inclui outros, como a participação política, o fim do
conflito armado, a solução ao problemas das drogas ilícitas e os direitos das
vítimas.
O diálogo se iniciou em Havana a 19 de novembro. A cúpula das FARC
designou Trinidad como um dos negociadores no processo de paz e, desde o início
das conversações em novembro passado, têm insistido em sua presença em Havana,
sede permanente do diálogo com o Governo de Juan Manuel Santos.
Fonte: anncol.eu
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Equipe ANNCOL - Brasil
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