"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 27 de maio de 2013

COMUNICADO CONJUNTO # 16

Os delegados do Governo e das FARC-EP, informam que:

Chegamos a um acordo sobre o primeiro ponto da Agenda contida no “Acordo Geral para a terminação do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura”.

Acordamos denominá-lo “Para um novo campo colombiano: Reforma rural integral”.

No próximo ciclo de conversações, apresentaremos o primeiro informe periódico da Mesa.

Construímos acordos sobre os seguintes temas:
  • Acesso e uso da terra. Terras improdutivas. Formalização da propriedade. Fronteira agrícola e proteção de zonas de reserva.


  • Programas de desenvolvimento com enfoque territorial.


  • Infraestrutura e adequação de terras.


  • Desenvolvimento social: saúde, educação, moradia, erradicação da pobreza.


  • Estímulo à produção agropecuária e à economia solidária e cooperativa. Assistência técnica. Subsídios. Créditos. Geração de rendas. Comercialização. Formalização laboral.


  • Políticas alimentares e nutricionais.
O que combinamos neste acordo será o início de transformações radicais da realidade rural e agrária da Colômbia com equidade e democracia. Está centrado na gente, no pequeno produtor, no acesso e distribuição de terras, na luta contra a pobreza, no estímulo à produção agropecuária e na reativação da economia do campo.

Busca que o maior número de habitantes do campo sem-terra ou com terra insuficiente possa ter acesso a ela, mediante a criação de um Fundo de Terras para a Paz.

O Governo Nacional formalizará, progressivamente, com sujeição ao ordenamento constitucional e legal, todas as propriedades que ocupam ou possuem os campesinos na Colômbia.

Se criam mecanismos para solucionar conflitos de uso e uma jurisdição agrária para a proteção dos direitos de propriedade com prevalência do bem comum.
Está acompanhado de planos em moradia, água potável, assistência técnica, capacitação, educação, adequação de terras, infraestrutura e recuperação de solos.

O acordo busca que se revertam os efeitos do conflito e que se restituam as vítimas do despojo e do deslocamento forçado.

Inclui a formação e atualização da informação rural para a atualização do respectivo cadastro, buscando segurança jurídica e melhor e mais eficiente informação.

Pensando nas futuras gerações de colombianos, o acordo delimita a fronteira agrícola, protegendo as áreas de especial interesse ambiental.

Buscando um campo com proteção social, erradicar a fome através de um sistema de alimentação e nutrição.

O pactuado até agora forma parte de um acordo mais amplo que esperamos conseguir nos próximos meses, o qual contém seis pontos. A partir do seguinte ciclo de conversações, que se inicia a 11 de junho, começaremos a discussão do segundo ponto da Agenda incluído no “Acordo Geral” de Havana, denominado Participação Política.

Um dos princípios que guiam estas conversações é que “nada está acordado até que tudo esteja acordado”. Isto quer dizer que os acordos que iremos construindo estão condicionados a que cheguemos a um acordo sobre a totalidade da Agenda e, também, que, na medida em que se avance na discussão, se possam ajustar e complementar os acordos sobre cada um dos sub pontos.

Queremos destacar que nestes 6 meses de conversações não somente discutimos o tema agrário. Neste lapso se deu vida ao processo de conversações, se pactuou a maneira de trabalhar em plenário, comissões ou por separado e se puseram em marcha diferentes mecanismos de participação e consulta cidadã para receber propostas e opiniões de cidadãos e organizações sociais. Estes mecanismos e procedimentos de trabalho e participação já estão em marcha, pelo que esperamos que daqui para adiante avancemos com maior celeridade na busca de acordos.

Ressaltamos a contribuição do Escritório das Nações Unidas na Colômbia e do Centro de Pensamento para a Paz da Universidade Nacional na organização dos fóruns que se realizaram em Bogotá sobre os temas Agrário e de Participação Política. Também incorporamos as contribuições das mesas regionais organizadas pelas Comissões de Paz do Senado e da Câmara de Representantes da Colômbia.

Agradecemos aos milhares de colombianos e colombianas, e organizações sociais que nos têm feito chegar suas propostas e opiniões sobre os pontos da Agenda através dos fóruns, da Página Web ou dos formulários que estão disponíveis em prefeituras e governadorias. Todas e cada uma destas propostas foram recebidas pelas delegações em Havana. Na Mesa de Conversações, se acordou e pôs em marcha um procedimento para recebê-las ordenadamente, classificá-las e tê-las disponíveis em meio eletrônico.

Queremos agradecer de maneira especial a Cuba e Noruega, países garantidores deste processo, por seu permanente apoio e pelo ambiente de confiança que propiciam. A presença de seus representantes na Mesa de Conversações é fator fundamental para o desenvolvimento das mesmas. Igualmente, agradecemos a Chile e Venezuela, países acompanhantes, aos quais as delegações informam periodicamente sobre a marcha dos diálogos.

Estes quatro países conformam um grupo de nações amigas do processo que avaliamos de maneira especial, como também agradecemos as expressões de apoio de outras nações, organismos e líderes internacionais que fortalecem a confiança no caminho que estamos transitando.

La Habana, 26 de maio de 2013