"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Uma medalha muito merecida

E Bush condecorou Uribe

Juan Cendales, Rebelión

George Bush em sua sombria despedida realizou dois gestos de reconhecida lealdade para com os escudeiros mais fiéis de sua política, aqueles que considera os herdeiros legítimos de seu legado político, os únicos que poderíam dar continuidade a seu ideário, a seus credos e a sua visão de mundo e de universo. A poucos dias de culminar com vergonha e sem glória seus oito anos de desastres, dor e morte tem dado sua benção ao genocídio que Israel perpetra contra as crianças, os idosos e a indefesa população de Gaza submetida desde muitos meses ao bloqueio e a fome. Um gesto de lealdade de um genocida para com outros genocidas.

Mas o moribundo coração de Bush não está só com Israel, Também acompanha o filho amado das infiéis terras da América Latina. A Álvaro Uribe Vélez. O homem que como ele, levanta a espada e a chama de condenadora de ateus, infiéis, pobres, homosexuais, negros, índios, muçulmanos, liberais, comunistas e livrepensadores. O home que sem pensar nem duvidar o tem acompanhado em todas as cruzadas purificadoras, incluindo a guerra do Iraque.

George Bush condecorará em 12 de janeiro em Washington a Álvaro Uribe Vélez com a Medalha Presidencial da Liberdade. Diz “por promover a democracia, os direitos humanos e à liberdade”. É evidentemente um reconhecimento a lealdade do presidente colombiano. Uma homenagem a sua fidelidade absoluta às políticas militaristas e neoliberais. Fidelidade que nem sequer Lina de Uribe pode se vangloriar.

A condecoração é consequente com o que tem significado a presidência de Uribe para a terrorista e agressiva política dos Estados Unidos contra os povos do mundo em especial contra os processos renovadores da América Latina. É um ato que vais mais além da suspeita de que Uribe é um refém da política norteamericana em razão de toda a informação e provas que tem a DEA e a CIA sobre seus supostos vínculos com o narcotráfico e o paramilitarismo. Além disso e incluído nisso, está está a identidade ideológica, cultural e política de dois homens ignorantes mas espertos, simples mas sagazes. Convencidos do papel redentor e purificador com que nasceram. Fundamentalistas e religiosos obstinados. Crentes que não os impediram de incrementar geométricamente seus capitais e latifundios. O golpe o fizeram com o negócio familiar de petróleo e suas armas. O discípulo, incrementando suas terras mediante uma intrincada rede de laranjas que o permite se apresentar como um nos mais humildes camponeses colombianos. Além de converter em multimilionários, da noite para o dia, seus filhinhos, com o muito protegido empório de artesanatos que montaram com proteção do governo.

Parabéns então a Uribe pela medalha recebida. Ninguém melhor que ele para isso. Ninguém a merece mais que ele. Ninguém tem feito tanto esforço para conseguí-la. Uma medalha que simboliza milhares de mortos, milhões de desalojados e despossuidos, milhares de desaparecidos, de torturados, dezenas de milhares trabalhadores desempregados, milhares de prisões ilegais, centenas ou talvez milhares de fusilados nas chamadas “execuções extrajudiciais”. Que a disfrute enquanto possa. Até quando receber em suas mãos as algemas que mecerem. O condecorado e o condecorador.

* * *

A condecoração a Uribe outorgada pelo herói de Abu Ghraib se soma ao “Prêmio da liberdade Cortes de Cádiz”, concedido ao presidente colombiano por um jurado manipulado pela prefeita do Partido Popular Teófila Martínez, prêmio que enfaticamente tem sido rechaçado pela Izquierda Unida de Cádiz e por diversos setores sociais e políticos de Andalucía.

Só falta que condecorem aos genocidas israelenses.