"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Alfonso Cano






Por Carlos Lozano
Fonte: http://www.pacocol.org

A quatro de novembro se cumpre o primeiro aniversário da morte de
Alfonso Cano, sucessor de Manuel Marulanda Vélez na direção das
FARC-EP, nas montanhas do Cauca, depois de uma intensa e desigual
perseguição, durante dois anos, ao longo da cordilheira central, desde
o Cañon de las Hermosas nos limites do sul do Tolima e do Valle de
Cauca, até as selvas caucanas. Cano assentou as bases para o processo
de paz que está em marcha e elaborou uma estratégia política para que
as FARC marcassem presença na luta popular e de massas.

Há diferentes hipóteses dos acontecimentos que cercaram a morte do
comandante guerrilheiro por efetivos do Exército e da Polícia
Nacional, como a de monsenhor Dario de Jesús Monsalve, arcebispo de
Cali, quem assegura que foi fuzilado em estado de indefensabilidade.
Existe também a versão que um guerrilheiro de sua mais absoluta
confiança o entregou, depois de ter sido submetido a chantagens por
parte organismos de inteligência que ameaçaram sua família e lhe
prometeram ajuda econômica e legal. O certo é que o mataram quando
avançavam os contatos com o Governo Nacional na busca dos acordos que
conduziram, depois de sua execução, à fase exploratória já culminada.
Como entender o golpe mortal contra Cano, se estava comprometido na
busca da solução política dialogada do conflito? É a pergunta que
ainda não tem resposta.

O presidente Santos, depois da morte do comandante das FARC-EP, enviou
uma mensagem ao Secretariado e a Timoleón Jiménez, o novo comandante,
reconhecendo que estas são as vicissitudes da guerra e que, por
conseguinte, deviam manter-se os contatos entre as duas partes.
Roberto Pombo, diretor de El Tiempo, contou, antes de suceder-se o
fato, que uma vez Santos  lhe perguntou que, se ele fosse presidente e
tivesse a oportunidade de “dar baixa” a Cano, que faria. Pombo lhe
respondeu: “Não o faria porque ele representa a ala política nas
FARC”. O mandatário não fez nenhum comentário.

Desde a década dos oitenta do século passado, em plena guerra suja
contra o Partido Comunista e a UNO no Magdalena Medio, antes do
genocídio da União Patriótica, Guillermo León Sánchez, como era seu
verdadeiro nome, tomou a decisão de vincular-se às FARC porque
considerou esgotadas as vias legais.

Assim ocorreu com tantos jovens da época, em sua maioria militantes da
JUCO, em momentos de auge da luta guerrilheira na América Latina. Não
foram guerrilheiros de café, como tantos outros, mas sim conseqüentes
com o que acreditaram melhor para a luta revolucionária. Alfonso Cano
morreu em sua lei e deixou um legado para os lutadores
revolucionários.

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