Iván Márquez: "Farc nunca abandonarão o diálogo de paz"
O comandante, líder da equipe negociadora das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no processo de paz com o governo colombiano, Iván Márquez, assegura que nunca se levantará da mesa de negociações e esta é uma posição comum na guerrilha.
Ivan Márquez, lider da equipe de negociação das Farc
“Em nossa posição não há fissuras, pelo contrário das especulações da chamada ‘grande imprensa’, que me atribui uma linha dura na suposta contraposição com outros setores da guerrilha”, asseverou em entrevista ao jornalista e diretor do semanário Voz, Carlos Lozano.Leia também:
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Márquez disse que ao contrário do que é exposto pela mídia, quem sempre ameaça em acabar com a mesa de diálogo é o governo, ele destacou que terá que deixar espaços na agenda para que a participação popular estabeleça os rumos definitivos.
“É um absurdo, por exemplo, que a institucionalidade insista em negar a possibilidade de discutir as políticas neoliberais que hoje aprofundam o conflito social na Colômbia”, disse.
“Se para o governo é impossível acabar numa visão militarista, que inclusive nega para a população um lapso de tranquilidade, então deveria pelo menos acordar com as Farc umas regras mínimas de regularização da guerra por razões de humanidade”
Ao referir-se a premissa da paz com democracia e justiça social, exercida pelas Farc, destacou que esse é o genuíno sentido do fim do conflito. Ao aludir a vontade de paz reiterada pelo Governo, a contrata com os obstáculos e restrições que coloca este ao necessário protagonismo do movimento popular na mesa.
Entre elas citou o aumento do orçamento militar e a aceleração de seu equipamento bélico. “As medidas econômica que apontam para a consolidação da política neoliberal são um verdadeiro decreto de guerra contra o país”, destacou.
Iván Márquez reiterou que a equipe negociadora das Farc está otimista para a mesa de diálogo que iniciará na próxima segunda-feira (19) na capital cubana. “Esperamos, com muita firmeza, que desta vez o governo não busque desculpas para levantar da mesa. O que deve primar é o imenso desejo que existe no povo colombiano para ter a paz estável e duradoura”, concluiu.
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Com Prensa Latina